Por Da Redação
Publicado em 02.09.2016 às 07:33
Os suspeitos vão responder na Justiça por associação criminosa e poluição ambiental. As penas para estes crimes podem chegar até 7 anos de reclusão. A operação continua para prender os outros suspeitos
Novas fases da operação podem ser deflagradas em breve, de
acordo com a evolução das investigações e das informações descobertas. (Foto: Graça Macena) |
Duas pessoas foram presas na tarde desta quinta-feira
(01) durante a Operação Descarte, realizada pela Polícia Civil em
conjunto com o Grupo de Atuação Especial Contra o Crime Organizado
(Gaeco) do Ministério Público da Paraíba (MPPB) e Instituto de Polícia
Científica (IPC).
A ação foi realizada duas empresas de serviços ambientais sediada em João Pessoa e Santa Rita, região metropolitana da Capital.
De acordo com a Polícia Civil, as buscas também aconteceram nas casas
dos proprietários das empresas e em uma olaria localizada às margens do
Rio Paraíba.
Segundo o delegado da DDF, Lucas Sá, o objetivo da operação foi
desarticular um esquema criminoso envolvendo as empresas Servlimp e a Olaria Redenção.
Os donos delas estariam praticando crime ambiental, fraude em
licitações públicas, utilização de documentos falsos e desvio de
recursos públicos. As empresas investigadas atuam na Paraíba há nove
anos e têm contratos firmados com dezenas de prefeituras na Paraíba, que
já resultaram no pagamento de mais de R$ 9,4 milhões por parte dos
cofres públicos conforme consulta realizada no sistema do Sagres do
Tribunal de Contas do Estado.
A autoridade policial também afirmou que “existem fortes indícios de
que as empresas prestadoras de serviços de coleta de resíduos
hospitalares teriam celebrado contratos fraudulentos em diversas
prefeituras da Paraíba, além de descartar lixo hospitalar, de maneira
criminosa, em uma olaria situada na zona rural de Santa Rita. O descarte
irregular representa um grau elevado de contaminação e risco
epidemiológico, com possível contaminação do lençol freático do Rio
Paraíba, que corre às margens do terreno onde está localizada a olaria”,
disse Lucas Sá.
As investigações mostraram ainda que a empresa Servlimp é
administrada diretamente por Waldmir Martorelli e a esposa dele Daniele
Martorelli.
Contra o suspeito tramitam quatro ações judiciais na Comarca de Santa
Rita, pelos crimes de improbidade administrativa. Os levantamentos
policiais também revelaram que a licença ambiental da empresa tinha
validade até o dia 10 de agosto de 2016 e que os incineradores delas
estavam desativados a pelo menos três meses, com grande quantidade de
material acumulado na sede da empresa e na olaria em desconformidade com
as normas de vigilância sanitária e ambientais.
Durante a operação foram apreendidos nas empresas e nas residências
dos proprietários vários documentos e equipamentos eletrônicos. O
material será analisado pelas equipes do Gaeco e da DDF.
Eles vão verificar se houve fraudes nas licitações públicas vencidas
pelas empresas, desvios de valores resultantes destes contratos e
identificar todas as pessoas beneficiadas pelo possível esquema
fraudulento. Novas fases da operação podem ser deflagradas em breve, de
acordo com a evolução das investigações e das informações descobertas.
As prisões - Na ação foi preso em flagrante Antonio Alves de Souza Filho, 56 anos.
Ele é o gerente da empresa Servlimp e o responsável por intermediar
as negociações entre a empresa que trabalha e a Olaria Redenção, local
onde o lixo hospitalar era armazenado.
Já no início da tarde, a polícia conseguiu prender o empresário
Waldmir Martorelli. Eles vão responder na Justiça por associação
criminosa e poluição ambiental. As penas para estes crimes podem chegar
até 7 anos de reclusão. A operação continua para prender os outros
suspeitos.
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