domingo, 14 de maio de 2017

Donos de imóveis privatizam e cercam praias na Paraíba

14 maio, 2017 - 16:00 
 
 

Sejam bem-vindos à Praia do Poço, no litoral paraibano, mas não fiquem muito à vontade, não, porque a área já foi ‘loteada’.


Proprietários de imóveis localizados na orla marítima de Cabedelo ‘privatizam’ a área pública, colocando cercas e outros obstáculos. Na maré alta, não se consegue andar na faixa de areia, porque ela foi ocupada por pedras, restos de construções e outros entulhos.

O superintendente do Patrimônio da União (SPU), José Clidevaldo Sampaio Alves, explicou que a ocupação da faixa marítima de Cabedelo é alvo de um inquérito civil do Ministério Público Federal, que já resultou em algumas intervenções.

“Muitos proprietários já foram notificados por irregularidades, como avanço de área. Alguns já recuaram, outros recorreram da decisão. É um processo demorado”, admitiu.


Alves explicou que esse processo para regularização de áreas da União já dura mais de seis anos. No momento da entrevista, ele não soube informar se todas as praias do municípios estavam contempladas no inquérito, mas garantiu que, independente dessa condição, a SPU recebe denúncias de todas as áreas e age dentro das suas possibilidades.

“Temos seis fiscais, que são também engenheiros, e têm outras atribuições. É muito pouco para a demanda”, disse. Ele explicou que a SPU acolhe denúncias na sua sede, na Capital, mas é preciso que o denunciante apresente fotos impressas do local denunciado e formalize a denúncia. O telefone da SPU é 3216-4540.

Mutirão de limpeza
Sobre o problema dos entulhos e lixo nas praias, a secretária de Infraestrutura de Cabedelo, Erika Gusmão, disse que será iniciado agora em junho um ‘mutirão da limpeza’. Ela adiantou, também, que a Prefeitura está estudando colocar lixeiras em locais estratégicos, mas destacou a importância da educação para preservar o meio ambiente.

“Vamos entrar em todos os bairros com o apoio de outras secretarias e tentar não só limpar, como também fazer um trabalho educativo com as pessoas. As pessoas insistem em jogar todo tipo de lixo no chão. Fazemos limpeza nas galerias de água pluviais que deságuam no mar e, em Camboinha, até colchão já tiramos de dentro”, contou.

Andréa Batista, jornalista, produtora de conteúdo freelancer 

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