Desativação de um lixão deve ser acompanhada de um plano de recuperação, diz pesquisadora.
Por G1 PB
Um levantamento feito por uma pesquisa coordenada pelo curso de
Ciências Biológicas da Universidade Estadual da Paraíba (UEPB),
constatou que a Paraíba conta atualmente com 200 lixões e que a maior
parte está localizada no interior da caatinga. Foram identificadas menos
16 espécies da flora.
O estudo também alertou que a produção de chorume, emissão de gases
contribuem para o aumento do efeito estufa e os organismos adaptados
aquelas condições que, geralmente, detêm potencial adverso à saúde
humana.
“Dentro dessa pesquisa foram identificados vários impactos ambientais
negativos, como a infiltração do chorume no solo, a poluição dos corpos
aquáticos, compactação e poluição do solo, poluição visual, presença de
animais e desvalorização imobiliária do entorno. Tudo isso poderia ser
evitado se a Lei nº 12.305/2010 que trata do fim dos lixões estivesse sendo
cumprida", disse a professora Mônica Maria Pereira da Silva, que
integra o Grupo de Extensão e Pesquisa em Gestão e Educação Ambiental
(GGEA).
“A desativação de um lixão deve ser acompanhada de um plano de
recuperação, o que demanda sobretudo o conhecimento da vegetação
adaptada a este tipo de ambiente, por isso observamos esses efeitos no
bioma caatinga”, explica a professora Mônica Maria.
Degradação do solo
Conforme a pesquisa, apesar dessas condições de degradação do solo,
foram identificadas 16 espécies da flora distribuídas em oito famílias.
Desse total, sete são reconhecidas como nativas da caatinga (marmeleiro,
jurema, macambira, palmatória, pereiro, facheiro, xique-xique,) e nove
são exóticas, mas naturalizadas (algaroba, algodão de seda, malva,
urtiga, mussambê, charuteira, mamona, pinhão bravo e pinhão roxo).
Recuperação lenta
Ainda de acordo com as observações feitas, à medida que essas espécies
se estabeleceram provocaram mudanças essenciais para a recuperação
daquele ambiente, principalmente em relação a paisagem e a regeneração
do solo da Caatinga.
“A promoção da conservação da biodiversidade da caatinga não é uma ação
simples. Ela requer superação de grandes obstáculos. A desativação de
um lixão não significa que o problema foi solucionado. A destruição da
natureza ocorre com rapidez, mas a sua recuperação é lenta”, afirma a
professora
A caatinga
O bioma caatinga é exclusivamente brasileiro. Compreende uma área de
850.000 km², representando 70% do Nordeste brasileiro, 11% do território
nacional e 92% da Paraíba. Possui aproximadamente 28 milhões de
habitantes. A região detém uma importante biodiversidade, com registro
de 178 espécies de mamíferos, 591 de aves, 177 de répteis, 79 espécies
de anfíbios, 241 de peixes e 221 de abelhas.
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