12/09/2014 17h46
- Atualizado em
12/09/2014 17h46
Prefeitura só tem autorização para obras de infraestrutura, diz instituto.
2ª
fase do projeto de revitalização conta com píer, mirante para exercício e contemplação da natureza, área para apresentações artísticas, teatro de arena e área infantil, entre outros (Foto: Divulgação/PMJP) |
O departamento Paraíba do Instituto de Arquitetos do Brasil (IAB-PB)
protocolou, no Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico do Estado
da Paraíba (Iphaep), um pedido de embargo das obras de revitalização e
modernização do Parque Solon de Lucena, a Lagoa, em João Pessoa.
Segundo o presidente do instituto, Fabiano de Melo, a Prefeitura não
tem autorização do Iphaep para realizar reformas no local.
Segundo o presidente, existem duas obras, uma de infraestrutura, que é a
dragagem da Lagoa, em que estão dando mais profundidade e criando um
dreno para evitar que ela transborde com as chuvas, e a outra é a
reforma do Parque, que são as imagens que a Prefeitura tem divulgado.
"O que foi discutido e autorizado no Iphaep é a reforma de estrutura, a
subterrânea. A troca de piso, o píer, as quadras e os equipamentos, o
que eles estão chamando de ‘revitalização’ - que é um termo equivocado
porque lá já existe vida -, essa reforma em si não foi nem passada para o
Iphaep. O que a gente está questionando é como a Prefeitura anuncia uma
obra, divulga essas imagens, de um projeto que não chegou nem no órgão
que autoriza”, disparou.
Fabiano explicou que todo o Parque Solon de Lucena e o conjunto do Lyceu são tombados e para serem reformados precisam seguir uma série de regras. “Divulgar essas imagens é super leviano. Vamos dizer que eles conversem com o Iphaep e o órgão proíba o deck de madeira. Como a população vai ficar? Ela já recebeu a notícia que vai ter o deck. E não é culpa do Iphaep, é de quem não cumpriu o trâmite necessário, mínimo”, disse.
Fabiano explicou que todo o Parque Solon de Lucena e o conjunto do Lyceu são tombados e para serem reformados precisam seguir uma série de regras. “Divulgar essas imagens é super leviano. Vamos dizer que eles conversem com o Iphaep e o órgão proíba o deck de madeira. Como a população vai ficar? Ela já recebeu a notícia que vai ter o deck. E não é culpa do Iphaep, é de quem não cumpriu o trâmite necessário, mínimo”, disse.
O IAB também questiona a autoria do projeto da reforma do Parque Solon
de Lucena. Segundo Fabiano de Melo, é necessário que seja feito um
concurso público de projetos, com a participação da população. “O IAB no
Brasil todo defende que os projetos importantes, de grande escala para a
cidade, sejam feitos a partir de uma discussão com a população e não
entre quatro paredes por um arquiteto que ninguém conhece e que vai
fazer as coisas da cabeça dele”, ressaltou, lembrando da reforma do
Parque Zoobotânico Arruda Câmara, a Bica, cujo projeto foi escolhido por
meio de um concurso.
“O caso da Lagoa é muito sério porque é o cartão postal da cidade. Por mais que a Prefeitura faça projetos arbitrários, como foi caso da Avenida Beira Rio, o caso da Lagoa é mais grave porque é um símbolo”, comentou.
O G1 entrou em contato com a Secretaria de Planejamento de João Pessoa (Seplan) e a assessoria de imprensa informou que o órgão ainda não foi notificado e que só vai se pronunciar quando tiver oficialmente conhecimento sobre o pedido de embargo.
“O caso da Lagoa é muito sério porque é o cartão postal da cidade. Por mais que a Prefeitura faça projetos arbitrários, como foi caso da Avenida Beira Rio, o caso da Lagoa é mais grave porque é um símbolo”, comentou.
O G1 entrou em contato com a Secretaria de Planejamento de João Pessoa (Seplan) e a assessoria de imprensa informou que o órgão ainda não foi notificado e que só vai se pronunciar quando tiver oficialmente conhecimento sobre o pedido de embargo.
Projeto da reforma ainda não foi autorizado pelo Iphaep, diz IAB (Foto: Divulgação/PMJP) |
O projeto
As obras de infraestrutura do Parque Solon de Lucena tiveram início em abril deste ano. A primeira fase do projeto compreende o trabalho de desassoreamento, com a retirada de toneladas de areia e detritos da Lagoa. O objetivo é solucionar os problemas de inundação no período de chuva.
A segunda fase do projeto prevê a construção de um píer às margens da lagoa, um mirante para exercício e contemplação da natureza, área para apresentações artísticas, teatro de arena e área infantil. Ainda está prevista a construção de uma área para o comércio de artesanato e quiosques de alimentação, além de uma área com quadra poliesportiva, vôlei de praia, pista de cooper, pista de skate, ciclovia, local para aluguel de bicicletas e esporte náuticos, como pedalinho, caiaques e canoagem.
A Prefeitura também pretende fazer o reflorestamento do Parque e reforçar a iluminação e a segurança. O investimento total é de R$ 40 milhões, segundo informações da Seplan.
As obras de infraestrutura do Parque Solon de Lucena tiveram início em abril deste ano. A primeira fase do projeto compreende o trabalho de desassoreamento, com a retirada de toneladas de areia e detritos da Lagoa. O objetivo é solucionar os problemas de inundação no período de chuva.
A segunda fase do projeto prevê a construção de um píer às margens da lagoa, um mirante para exercício e contemplação da natureza, área para apresentações artísticas, teatro de arena e área infantil. Ainda está prevista a construção de uma área para o comércio de artesanato e quiosques de alimentação, além de uma área com quadra poliesportiva, vôlei de praia, pista de cooper, pista de skate, ciclovia, local para aluguel de bicicletas e esporte náuticos, como pedalinho, caiaques e canoagem.
A Prefeitura também pretende fazer o reflorestamento do Parque e reforçar a iluminação e a segurança. O investimento total é de R$ 40 milhões, segundo informações da Seplan.
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