quinta-feira, 18 de dezembro de 2014

População desconhece a 'Lei do Desperdício'

 
 
Legislação está em vigor desde 2008 e multa quem fizer mau uso da água em Campina Grande.
Leonardo Silva Leonardo Silva
Uso incorreto da água para realizar atividades domésticas pode trazer graves prejuízos para a comunidade

Lavar calçadas, interior de imóveis, fachadas e veículos utilizando mangueiras, além de ser uma atitude inaceitável em tempos de racionamento, ainda pode valer uma multa para quem for flagrado praticando esses atos. Em Campina Grande, está em vigor desde dezembro de 2008 uma lei que penaliza o desperdício de água por parte dos cidadãos. A regulação aponta para que quem for pego praticando tal medida seja obrigado a pagar uma multa no valor de meio salário-mínimo, o que hoje corresponde à quantia de R$ 362,00.

Apesar de estar em vigor há 6 anos, a lei de número 4.720, de autoria do vereador Olimpio Oliveira, não é conhecida da maioria da população, que desde o início desse mês precisou mudar de hábito por conta da implantação do racionamento de água das 17h dos sábados até as 5h das segundas-feiras.
Segundo o legislador, a sua intenção na época já era inserir o serviço público na fiscalização desses atos, para evitar que a manutenção do desperdício agravasse a situação hídrica de Campina Grande que é a maior cidade abastecida pelo açude de Boqueirão.

"A fiscalização fica por conta da Secretaria de Serviços Urbanos e Meio Ambiente para autuar quem jogar água fora. Nós entendemos que é difícil flagrar para imitir a multa, mas com as denúncias de vizinhos que também se preocupam com a utilização correta da água, podemos diminuir o desperdício”, disse o vereador Olimpio.

PREJUÍZOS PARA A COMUNIDADE
O uso incorreto da água para realizar atividades domésticas pode trazer graves prejuízos para a comunidade. Segundo alerta o diretor-regional da Cagepa Borborema, Simão Almeida Barbosa, o uso de 30 minutos contínuos de uma mangueira de jardim pode levar ao consumo de até 600 litros de água, número muito próximo para quem lava o carro também utilizando esse expediente.

Nesse caso, podem ser utilizados até 560 litros para deixar o veículo limpo, quantidade que poderia ser reduzida para no máximo 40 litros caso fossem utilizados baldes.

“Quem utiliza mangueira para lavar calçadas, carros e garagens por exemplo, pode elevar o gasto da água em até quatro ou cinco vezes. A quantidade de água que é desperdiçada é muito grande pelo uso corrente dela, por isso sugerimos que as pessoas usem baldes para reduzir o consumo quando for realizar essas práticas”, disse o diretor-regional da Cagepa que também é fiscalizada pela Secretaria de Serviços Urbanos e Meio Ambiente de Campina Grande no que diz respeito aos vazamentos que são detectados pelas equipes de fiscalização da prefeitura.

Segundo Lisandro Navarro de Lima, diretor de fiscalização de Meio Ambiente da PMCG, quando o desperdício de água é oriundo de um vazamento de responsabilidade da Cagepa, a empresa é comunicada e tem até 24h para solucionar o problema, também com a possibilidade de receber uma autuação.
 
 
 

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