23/01/2015 14h37
- Atualizado em
23/01/2015 14h37
ONGs e ativistas usaram internet para protestar e repudiar norma estadual.
Lei de autoria do deputado Doda de Tião entrou em vigor na quarta (21).
Ativista Luiza Mell usou página em rede social para criticar publicação da lei da Paraíba (Foto: Reprodução/Facebook) |
Uma lei estadual publicada na quarta-feira (21) no Diário Oficial do
Estado da Paraíba reconheceu a vaquejada como um esporte no âmbito
estadual. A norma estadual n° 10.428, de autoria do deputado Doda de
Tião (PTB), gerou uma onda de protestos e repúdio nas redes sociais por parte de ativistas e ONGs que lutam pela defesa dos animais.
A ONG Harmonia dos Protetores Independentes dos Animais (Harpia) foi
uma das primeiras instituições a vir a público repudiar a lei sacionada
no dia 20 de janeiro pelo presidente da Assembleia Legislativa da
Paraíba, Ricardo Marcelo (PEN). Em uma postagem em uma rede social no
dia 21 de janeiro, a ONG ressaltou que “é dever do Poder Público a
preservação/proteção da fauna, não pode este tolerar (omissão) e, muito
menos ‘autorizar’ (ação), ainda que por lei, atividade de atentado à
fauna”.
Montagens foram compartilhadas pelas ONGs que defendem os animais foram compartilhadas nas redes sociais (Foto: Reprodução/Facebook) |
A página da Harpia na rede social ainda compartilhou fotos afirmando
que a prática de vaquejada não pode ser considerada cultura, uma vez que
promove a tortura dos animais. A famosa ativista da defesa dos animais,
Luiza Mell, também utilizou a rede social para demonstrar consternação
com a publicação da lei estadual. A ativista paulista, que também é
atriz e apresentadora, comentou na sua página na rede social
que estava muito triste com a decisão do poder legislativo paraibano
sancionar um lei que reconhecia a vaquejada como um esporte.
“Para quem não sabe, a vaquejada é um dos ‘esportes’ mais cruéis que
existem. Ela consiste em aterrorizar um filhote de boi ou um boi jovem,
normalmente com choques e surras para que ele corra desesperadamente por
uma arena, enquanto um peão sobre um cavalo tem que encurralar ele e
derruba-lo puxando violentamente o rabo. Muitas vezes, o boi não
consegue nem se levantar mais após a violenta queda que causa fraturas e
não raramente, morre”, postou a ativista.
Lei foi sancionada pelo presidente da ALPB no dia 20 de janeiro e publicada no dia 21 (Foto: Reprodução/Diário Oficial) |
Maribel Amengual, secretária da ONG Amigo Bicho em João Pessoa,
comentou que as ONG que lutam pela proteção dos animais devem ser reunir
para formalizar uma investida contra a lei. Ela aproveitou para
criticar a postura dos parlamentares paraibanos. “Esse tipo de lei chega
a ser uma piada, Fazem do animal uma atração. Farra de boi, rodeio,
vaquejada, tudo isso já era para ter sido extinto há muitos anos, não só
no brasil, mas outros países também. Em nome do dinheiro o empresariado
não se importa com o bem-estar do animal”, desabafou.
As ONGs paraibanas de proteção de animais vão se reunir e definir a
próxima ação de repúdio à lei, segundo Maribel Amengual. Ainda segundo a
ativista da ONG Amigo Bicho, um protesto em via pública e um
abaixo-assinado devem ser promovidos. “Pedimos que a população que não
compactue com esses eventos, que não comparecem, não dêem dinheiro a
esse tipo de show de horror”, clamou Maribel.
O G1 tentou entrar em contato com deputado Doda de
Tião por telefone. Foram feitas ligações para o gabinete e celular do
parlamentar, mas nenhuma delas foi atendida até a publicação dessa
reportagem.
Por sua vez, o presidente da Federação Paraibana de Parques de
Vaquejadas, Arthur Freire, ressalta que existe um regulamento técnico
que define normas para prezar pela integridade física dos animais. “Quem
fala é porque não tem conhecimento. Temos todo um cuidado para proteger
os animais. A pista, por exemplo, tem que ter uma espessura mínima de
20 centímetros e é proibido o uso pelos vaqueiros de qualquer
equipamento cortante ou pontiagudo”.
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