sábado, 24 de janeiro de 2015

Na contramão dos Direitos Animais, Paraíba reconhece vaquejada como atividade esportiva




23/01/2015 às 09:27
 
Um desserviço. 
 
Fabio Chaves
Do Vista-se
 


Muito popular no nordeste brasileiro, a vaquejada é uma atividade competitiva que consiste em dois cavaleiros encurralarem um boi em disparada e, durante a corrida, derrubar o animal puxando-o pela cauda. A cauda é a extensão posterior da coluna vertebral do boi e a derrubada na arena de competição e durante os treinamentos pode causar sérias lesões. Em alguns casos, pode levar o animal à morte.

A vaquejada está para o nordeste assim como os rodeios estão para a região sudeste. A popularidade é tamanha que os maiores nomes da música sertaneja e do forró fazem shows regulares nestes eventos. Ivete Sangalo, Luan Santana, Zezé de Camargo e Luciano, Banda Calypso e Aviões do Forró são só alguns exemplos.

Ainda que a derrubada do animal não envolvesse extrema violência, apenas o fato de fazer com que o animal saia em disparada gera estresse e medo, o que é considerado como uma forma de maltrato. Outro agravante da atividade é o fato de serem usados bovinos filhotes em muitas destas perseguições e derrubadas.

Alheio à todas as evidências de maus-tratos aos animais, o deputado estadual Doda de Tião (PTB), criou um projeto de lei para que a vaquejada fosse reconhecida como esporte. O PL passou e a nova lei foi publicada (veja aqui) na página 2 do Diário Oficial do Estado da Paraíba na quarta-feira (21). Segundo a Lei nº 10.428, a partir de agora a vaquejada é um esporte no estado.

Como esporte, a vaquejada pode agora ter campeonatos oficiais por toda a Paraíba e também pode receber dinheiro público para isso. Ironicamente, o deputado autor da proposta faz parta da Comissão de Direitos Humanos e Minorias da Assembleia Legislativa da Paraíba. O estado precisa agora de uma Comissão de Direitos Animais para discutir propostas favoráveis a eles.



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