21/01/2015 18h09
- Atualizado em
21/01/2015 18h09
Quando chove, restos de animais de matadouro são levados até o riacho.
Lixão do município fica próximo ao Riacho do Gravatá.
Em São Domingos do Cariri,
na Paraíba, a 223 quilômetros de João Pessoa, uma situação tem
assustado alguns moradores da cidade: resíduos poluentes são despejados
no Riacho do Gravatá, que deságua no leito do Rio Paraíba e,
consequentemente, desemboca no Açude Epitácio Pessoa, conhecido como
Boqueirão, que abastece várias cidades do Agreste paraibano.
Segundo moradores, um dos problemas da cidade está nos matadouro de
animais. Restos dos animais são jogados em um terreno irregular atrás do
prédio do Matadouro municipal, que fica a menos de 50 metros do leito
do Riacho do Gravatá. Quando chove, os restos de animais são levados até
o riacho.
O líquido poluente usado no matadouro é despejado no esgoto comum que
fica a céu aberto. O agricultor Adalberto Pereira, que mora ao lado do
Matadouro, relata os problemas sofridos por ele. "Tem dias que eu não
consegue ficar dentro de casa. Quando o esgoto enche, sinto tudo dentro
de casa", contou.
Outro problema de São Domingos do Cariri é o lixão do município, que
fica próximo ao Riacho do Gravatá. Todos os resíduos sólidos da cidade
são despejados no local. O catador de lixo José Alves, que trabalha no
loca, conta que já encontrou de tudo no lixão: de cabeças de gado a lixo
hospitalar. Ele também se preocupa para onde vai esse lixo. "No fim das
contas para na gente, que é quem consome", afirmou.
Além do lixão, outro problema apontado pelos moradores é o esgoto. Os
dejetos são despejados em valões, que depois desaguam no Gravatá. Para
Givanildo Marcones, morador de São Domingos, a água do riacho não serve
nem para os animais. "Nós usamos a água do Gravatá para os animais
beberem, mas não dá mais para eles beberem. Muito menos para o consumo
humano", relatou.
O Plano Municipal de Resíduos de São Domingos do Cariri foi aprovado em
2013, mas até agora não foi executado. O prefeito do município, José
Ferreira, minimiza falando que tem até 2016 para colocar o projeto em
prática. "O Ministério Público nos deu até o ano que vem. Também já
estamos em fase de licitação. Mas nós somos de uma cidade que tudo é
mais difícil", explicou.
O próprio prefeito confirma que todos esses problemas odem afetar o
projeto de transposição do Rio São Francisco, que vai passar pela
região, mas ele garante que o projeto já foi preparado e agora espera a
orientação de uma equipe da transposição.
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