19/08/2014 10h43
- Atualizado em
19/08/2014 10h44
Propriedades passarão por uma análise da água solicitada pelo MPPB.
Pesquisa mostra desvio da água do esgoto para irrigar as plantações.
Uma denúncia feita ao Ministério Público da Paraíba (MPPB) relata que a
água utilizada para irrigação de plantações de hortaliças do município
de Lagoa Seca, no Agreste paraibano, pode estar contaminada pelo esgoto
da cidade. De acordo com a promotoria de Meio Ambiente do MP-PB, as
propriedades passarão por uma análise para verificar se existe a
contaminação.
O agricultor Francisco de Assis explica que abandonou uma área de dois
hectares onde produzia alface e coentro por causa da contaminação. “Essa
água aqui não tem condições para mais nada, nem para plantar, é muito
poluída. Não é lama, ela já vem assim de Lagoa Seca, porque o esgoto
passa por aqui”, contou o agricultor em entrevista à TV Paraíba.
Uma pesquisa feita por estudantes de mestrado da Universidade Federal
de Campina Grande (UFCG) verificou que em algumas regiões, há um desvio
da água do esgoto para o uso na irrigação. “Em vários pontos
identificamos a interferência da população, colocando canalizações ou
quebrando o emissário no intuito de que este esgoto possa servir de água
para irrigação de determinados cultivos”, diz a engenheira civil e
professora Patrícia Feitosa, que orientou o trabalho. As imagens
anexadas na dissertação mostram os canos adaptados à tubulação por onde
passa a rede de esgoto.
De acordo com Eulâmpio Duarte, promotor do meio ambiente, as
propriedades afetadas pelo problema deverão passar por uma análise da
água. A procuradoria, através de um laudo emitido pela Superintendência
de Administração do Meio Ambiente (Sudema), verificou um alto índice de
coliforme termotolerante em um dos reservatórios da região.
“Eles alegam que somente este [reservatório] que foi avaliado é o que
oferece risco. Nós sabemos que os outros também podem oferecer risco e
estamos solicitando isso e aguardando somente o endereço e o nome de
cada proprietário para pedir à Sudema uma nova avaliação”, disse
Eulâmpio.
A prefeitura do município já foi notificada e deve fazer um
levantamento das áreas que podem estar contaminadas. “O Ministério
Público deu um prazo de 30 dias para que possamos identificar todos os
irrigantes e, quando fizermos isso, entregarmos ao MP-PB, ele vai
providenciar a análise destas águas e em seguida tomar as providências
cabíveis”, explicou Noaldo Andrade, diretor de meio ambiente de Lagoa
Seca.
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