Entre os
paraibanos, as viagens realizadas a pé e em bicicleta são maioria,
seguidas pelo transporte individual motorizado, diz relatório.
Jaine Alves
Entre os paraibanos, as viagens realizadas a pé e em bicicleta são maioria, seguidas pelo transporte individual motorizado (autos e motocicletas) e pelo transporte coletivo. É o que revela o Relatório 2012 – Sistema de Informações da Mobilidade Urbana da ANTP – julho 2014 da Associação Nacional de Transportes Públicos, realizado com dados de transporte público e tráfego urbano dos municípios brasileiros com população superior a 60 mil habitantes. A Paraíba acompanha a tendência nacional.
Entre os paraibanos, as viagens realizadas a pé e em bicicleta são maioria, seguidas pelo transporte individual motorizado (autos e motocicletas) e pelo transporte coletivo. É o que revela o Relatório 2012 – Sistema de Informações da Mobilidade Urbana da ANTP – julho 2014 da Associação Nacional de Transportes Públicos, realizado com dados de transporte público e tráfego urbano dos municípios brasileiros com população superior a 60 mil habitantes. A Paraíba acompanha a tendência nacional.
A coleta e tratamento dos dados começaram em 2003, e incluem os 438 municípios brasileiros que nesse ano possuíam 60 mil habitantes ou mais. Para efeito de diversas análises ao longo do relatório, os municípios em estudo foram agregados por faixa de população. Na relação de municípios que compõem o sistema de informação da ANTP na Região Nordeste, seis cidades paraibanas foram citadas, sendo elas João Pessoa, Bayeux, Santa Rita, Campina Grande, Patos e Sousa.
Conforme a pesquisa, a população do grupo de municípios com o número de habitantes entre 60 mil e 100 mil, como Bayeux, Patos e Sousa, teve uma mobilidade média de 1,06 viagem por habitante por dia, onde 0,56 foram realizadas em Transporte Não Motorizado (TNM) - a pé e em bicicleta. A quantidade de viagens feitas em Transporte Individual (TI) – automóvel e motocicleta, e em Transporte Coletivo (TC) – ônibus, trens e metrô foi a mesma, 0,25.
Quando essa mobilidade é estimada por municípios de maior porte, observa-se uma variação de 0,70 viagem por habitante por dia: elas caem de 1,90 nas cidades com população de 500 mil a 1 milhão de habitantes, grupo o qual João Pessoa está inserido, para 1,21 nas cidades entre 100 a 250 mil, como Santa Rita, na Região Metropolitana da capital.
Em João Pessoa, a pesquisa constatou que 0,74 das viagens são realizadas a pé ou por bicicleta; 0,64 em carro ou motocicleta e 0,51 em transporte coletivo. Já Campina Grande faz parte do conjunto de municípios que possuem de 250 mil a 500 mil habitantes, onde a maior parte das viagens foi realizada a pé e por bicicleta (0,59), seguida dos meios de transporte individual motorizado (0,41) e do transporte público (0,37).
A partir desses dados, a pesquisa mostrou que quando as viagens são classificadas pelo porte dos municípios, o transporte público reduz consistentemente sua participação em função do tamanho da cidade, passando de 27% para 24% entre os municípios com até 1 milhão de habitantes para os que possuem no máximo 100 mil. O fenômeno se repete quando analisada a participação do transporte individual (auto e moto), que passa de 34% para 24%. Entretanto, a participação do TNM (bicicletas e a pé) eleva-se com a redução do tamanho do município, passando de 39% para 52% entre os municípios maiores para os menores.
O estudo sugere que esses números indicam a necessidade de diferentes olhares em relação às políticas de mobilidade urbana em função do porte do município. Enquanto os municípios maiores possuem maior quantidade de viagens nos modos motorizados, os municípios menores possuem maior quantidade de viagens a pé e por bicicleta.
DESLOCAMENTOS
Em uma análise especial do Sistema de Informações da Mobilidade Urbana da Associação Nacional de Transportes Públicos, sobre os deslocamentos feitos pelas pessoas, o relatório revela que quando as viagens das pessoas classificadas por modo principal (TNM, TI e TC) são decompostas em trechos de modos diferentes, por exemplo, o trecho andado a pé para chegar ao ônibus, obtém-se o número de deslocamentos feitos por elas, que é evidentemente maior do que o número de viagens. Isso pode ser comprovado nas estatísticas apresentadas no relatório, que mostram que as pessoas fazem 99,1 bilhões de deslocamentos por ano, valor 58% maior do que o valor das viagens classificadas por modo principal (62,7 bilhões/ano), enquanto o número de viagens e deslocamentos feitos em TI (19,4 bilhões/ano) e TC (18,2 bilhões/ano) são os mesmos nas duas situações.
De acordo com o documento, o valor dos deslocamentos é muito útil para estudar com mais precisão, por exemplo, a exposição dos pedestres aos riscos do trânsito. (Colaborou Katiana Ramos)
POPULAÇÃO UTILIZADA NA PESQUISA
Segundo dados do Censo Demográfico 2000 do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), utilizados na pesquisa para dividir os grupos de municípios por quantidade populacional, João Pessoa possui 597.934 habitantes, e Campina Grande, 355.331. Já Santa Rita conta com 115.844 habitantes, Patos, 91.761, Bayeux, 87.561, e Sousa 62.635 habitantes. Depois desse período, o IBGE já divulgou o Censo 2010 com dados mais atualizados.
O QUE DIZEM AS PREFEITURAS
Em Bayeux, segundo informações da assessoria de Comunicação Social da prefeitura, ainda não há um projeto de mobilidade urbana voltada para quem utiliza a bicicleta como meio de transporte. Contudo, segundo a assessoria, as principais vias de diversos bairros da cidade estão sendo pavimentadas e até o final deste ano 66 logradouros serão beneficiados com melhorias na infraestrutura. Somente no bairro de Mário Andrezza serão 40 ruas que receberão os serviços.
Já em Santa Rita, está em execução um projeto orçado em R$35 milhões para asfaltar o anel viário em diversos pontos da cidade, principalmente no bairro de Tibiri II. Segundo o secretário de Comunicação do município, Sandro Nóbrega, outro projeto para a melhoria das vias públicas da cidade que terá espaço reservado aos ciclistas está em fase de planejamento e ainda não tem previsão para ser executado.
A reportagem do JORNAL DA PARAÍBA procurou por telefone os responsáveis pelos órgãos de trânsito dos municípios de Campina Grande, Patos e Sousa. Mas até o fechamento desta edição, nossas ligações não foram atendidas.
Também tentamos contato com o superintendente de Mobilidade Urbana da capital, Roberto Pinto, mas a assessoria de comunicação informou que o gestor estava em reunião e não poderia comentar o assunto.
Nenhum comentário:
Postar um comentário