No Dia Internacional do Pedestre, especialista afirma que é impossível caminhar por João Pessoa sem encontrar obstáculo.
Angélica Nunes
“Em João Pessoa não existe um quarteirão em que se consiga dar uma volta completa sem passar por um obstáculo”. A afirmação do especialista em mobilidade urbana e professor da Universidade Federal da Paraíba (UFPB) Nilton Pereira, no Dia Internacional do Pedestre, comemorado hoje, denuncia o problema constante de quem precisa andar a pé pelas ruas da capital. A falta de segurança para atravessar a rua e utilizar vias de acesso, como passarelas, também é apontada por alguns pedestres como problema.
“Em João Pessoa não existe um quarteirão em que se consiga dar uma volta completa sem passar por um obstáculo”. A afirmação do especialista em mobilidade urbana e professor da Universidade Federal da Paraíba (UFPB) Nilton Pereira, no Dia Internacional do Pedestre, comemorado hoje, denuncia o problema constante de quem precisa andar a pé pelas ruas da capital. A falta de segurança para atravessar a rua e utilizar vias de acesso, como passarelas, também é apontada por alguns pedestres como problema.
De acordo com o Código Brasileiro de Trânsito (CBT), as calçadas são reservadas somente ao trânsito de pedestres e, se houver algum obstáculo que não possa ser retirado, este deverá ser sinalizado. No entanto, não é o que ocorre nas calçadas da capital. Desnivelamento no piso, largura inferior à mínima de 1,20 metro, degraus que dificultam a circulação, outros obstáculos – postes, telefones públicos, lixeiras, bancas de ambulantes, jornais e entulhos –, estão entre as principais irregularidades elencadas pelo pesquisador Nilton Pereira.
O grande problema, segundo ele, é que por muito tempo se achou que a questão do deslocamento se resumia a carros e ônibus, sem a preocupação com a melhoria na pavimentação.
“Em João Pessoa, como nas principais cidades brasileiras, ainda se tem uma visão de que as calçadas são de responsabilidade do proprietário da residência, como se não fosse responsabilidade da administração pública. Aí temos calçadas inapropriadas, que se tornam obstáculos para muitos pedestres. Quem não tem problemas com mobilidade não percebe a importância, mas obesos e cadeirantes, por exemplo, sentem”, disse.
Além da má qualidade das calçadas, o especialista também aponta a colocação de outros obstáculos, como rampas, gelos baianos, blocos de concreto, dentre outros artifícios para impedir a invasão de carros na calçada, que acabam atrapalhando a passagem de pedestres. “A calçada é um elemento fundamental para a mobilidade, principalmente se a gente quer investir numa cidade sustentável. Por isso sua melhoria precisa ser estimulada, para que possamos dar mais condições aos pedestres”, afirmou Pereira.
Sempre transitando a pé nas adjacências da Avenida Beira-Rio, a aposentada Carmelita Leandro dos Santos, 89 anos, disse que teme andar pela via pública. “Há muitos buracos que causam medo de andar sozinha e desrespeito, principalmente de carros, que não param para a gente atravessar, mesmo que estejamos na faixa de pedestres. Eu só passo quando não vem mais nenhum para não ter perigo”, lamentou. (Colaborou Katiana Ramos)
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