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quinta-feira, 7 de agosto de 2014
Obstáculos: problemas nas ruas da capital
No Dia Internacional do Pedestre, especialista afirma que é impossível caminhar por João Pessoa sem encontrar obstáculo.
Angélica Nunes Francisco França
“Em João Pessoa não existe um quarteirão em
que se consiga dar uma volta completa sem passar por um obstáculo”. A
afirmação do especialista em mobilidade urbana e professor da
Universidade Federal da Paraíba (UFPB) Nilton Pereira, no Dia
Internacional do Pedestre, comemorado hoje, denuncia o problema
constante de quem precisa andar a pé pelas ruas da capital. A falta de
segurança para atravessar a rua e utilizar vias de acesso, como
passarelas, também é apontada por alguns pedestres como problema.
De acordo com o Código Brasileiro de Trânsito (CBT), as calçadas são
reservadas somente ao trânsito de pedestres e, se houver algum obstáculo
que não possa ser retirado, este deverá ser sinalizado. No entanto, não
é o que ocorre nas calçadas da capital. Desnivelamento no piso, largura
inferior à mínima de 1,20 metro, degraus que dificultam a circulação,
outros obstáculos – postes, telefones públicos, lixeiras, bancas de
ambulantes, jornais e entulhos –, estão entre as principais
irregularidades elencadas pelo pesquisador Nilton Pereira.
O grande problema, segundo ele, é que por muito tempo se achou que a
questão do deslocamento se resumia a carros e ônibus, sem a preocupação
com a melhoria na pavimentação.
“Em João Pessoa, como nas principais cidades brasileiras, ainda se
tem uma visão de que as calçadas são de responsabilidade do proprietário
da residência, como se não fosse responsabilidade da administração
pública. Aí temos calçadas inapropriadas, que se tornam obstáculos para
muitos pedestres. Quem não tem problemas com mobilidade não percebe a
importância, mas obesos e cadeirantes, por exemplo, sentem”, disse.
Além da má qualidade das calçadas, o especialista também aponta a
colocação de outros obstáculos, como rampas, gelos baianos, blocos de
concreto, dentre outros artifícios para impedir a invasão de carros na
calçada, que acabam atrapalhando a passagem de pedestres. “A calçada é
um elemento fundamental para a mobilidade, principalmente se a gente
quer investir numa cidade sustentável. Por isso sua melhoria precisa ser
estimulada, para que possamos dar mais condições aos pedestres”,
afirmou Pereira.
Sempre transitando a pé nas adjacências da Avenida Beira-Rio, a
aposentada Carmelita Leandro dos Santos, 89 anos, disse que teme andar
pela via pública. “Há muitos buracos que causam medo de andar sozinha e
desrespeito, principalmente de carros, que não param para a gente
atravessar, mesmo que estejamos na faixa de pedestres. Eu só passo
quando não vem mais nenhum para não ter perigo”, lamentou. (Colaborou
Katiana Ramos)
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