02/03/2017 20h44
- Atualizado em
02/03/2017 20h45
Órgãos temiam que água da transposição fosse contaminada em Monteiro.
Obras de preparação para recebe águas terminam na próxima semana.
Esgoto identificado em canal da transposição do Rio São Francisco, em Monteiro (Foto: Divulgação/MPF) |
Uma
comissão formada por órgãos de controle e fiscalização do uso de água e
destinação de esgoto da Paraíba realizou uma visita técnica nas áreas
que vão receber as águas da transposição do Rio São Francisco.
Uma das maiores preocupações dos órgãos era de que a água da
transposição fosse contaminada pelo esgoto da cidade de Monteiro depois
de chegar a Paraíba. O problema foi flagrado em inspeções anteriores.
Durante a visita, a comissão avaliou que não haverá risco de
contaminação da água da transposição. “Essa água escorrendo é de esgoto
tratado. Ela não representa um risco, mesmo porque vão entrar 9 mil
litros de água por segundo [da transposição] e aqui não tem nem 200
litros por segundo [de esgoto tratado]”, disse o supervisor da
Secretaria de Infraestrutura da Paraíba, Berange Arnaldo de Araújo.
Para evitar que o esgoto de algumas casas caiam no canal da transposição e na margem do Rio Paraíba, a Prefeitura de Monteiro
está concluindo a construção de fossas em 70 casas próximas ao canal e
rio. A previsão é de que tudo esteja pronto até a próxima semana. Depois
de Monteiro, a água vai seguir por rios e reservatórios até a região da
Mata paraibana, como o Rio Paraíba e os açudes de Poções, Camalaú,
Boqueirão, Acauã, Araçagi e ainda deve seguir para um perímetro irrigado
em Sapé.
As chuvas registradas na cidade de Monteiro nos últimos dias estão
fazendo com que o leito do rio fique encharcado. Isso deve acelerar a
chegada da água da transposição no açude de Boqueirão.
“Com certeza isso vai acelerar. A natureza sempre fez chover em
Monteiro e a água chegou a Boqueirão. Só que havia alguns obstáculos,
inclusive o acumulo de areia em algumas partes dessa bacia deste leito
do rio. Estamos procurando desobstruir todos os tipos de obstáculos no
rio, para facilitar o processo”, disse João Fernandes, presidente da
Aesa.
Além da ajuda da natureza, estão sendo realizadas obras para abrir
canais nas barragens dos açudes de Poções e Camalaú. Com isso, não será
necessário aguardar que os açudes sangrem para que a água consiga seguir
pelo rio, até Boqueirão. A previsão é de que estas obras também sejam
concluídas até a próxima semana.
Apesar da esperança de uma melhora no nível de água do açude de
Boqueirão. A Cagepa ainda não definiu quando o racionamento de água em
Campina Grande e outras 18 cidades abastecidas por Boqueirão deve
acabar. Depois que chegar em Monteiro, a água deve levar até 45 dias
para chegar em Boqueirão, mas com as boas condições naturais e obras esse prazo pode diminuir para menos de 30 dias.
“O grande objetivo é saber a quantidade de água que vai chegar nos
mananciais, principalmente em no açude Epitácio Pessoa (Boqueirão), para
que a partir daí gente possa planejar toda a distribuição da água em
Campina Grande e todas as cidades abastecidas”, contou o gerente
regional da Cagepa, Ronaldo Menezes.
A fiscalização foi feita por representantes da Agência Executiva de
Gestão das Águas da Paraíba (Aesa), Superintendência do Meio Ambiente
(Sudema), Departamento de Estrada e Rodagens (DER), Secretaria de
Recursos Hídricos e a Companhia de Água e Esgoto da Paraíba (Cagepa).
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