Ideias que beneficiavam crianças carentes foram suspensas; somente ONG Guajiru que vai ganhar local fixo, fora de Cabedelo
Cidades | Em 28/12/2013 às 20h30, atualizado em 29/12/2013 às 00h10 | Por Alisson Correia
Alisson Correia
Há
mais de oito meses que o Bar do Surfista foi removido da orla da cidade
de Cabedelo, na Grande João Pessoa, e o dono do estabelecimento ainda
não conseguiu se fixar em um local seguro e apropriado, de forma que
mantivesse todos os projetos sociais que existiam antes.
O responsável pelo Bar do Surfista, Waldi Silva Moreira, disse ao Portal Correio que aguarda a prefeitura de Cabedelo iniciar os processos de licitação que o permitirá disputar um espaço na cidade, mas houve alterações na administração municipal e agora ele não sabe mais quando isso será retomado.
Cidades | Em 28/12/2013 às 20h30, atualizado em 29/12/2013 às 00h10 | Por Alisson Correia
Alisson Correia
Dono adaptou um trailer para reativar o Bar do Surfista. |
Waldi
Silva Moreira readaptou a estrutura do estabelecimento com a instalação
de um trailer, em um espaço próximo de onde o bar funcionava antes, mas
fora da faixa de areia da praia de Intermares. Ainda assim, o local está
em situação irregular e pode ser removido novamente pela prefeitura a
qualquer momento.
O estabelecimento funcionava de forma irregular na praia de Intermares e foi derrubado em 12 de abril de 2013
pela prefeitura de Cabedelo que cumpriu uma determinação da Justiça,
ordenada pela juíza da 3ª Vara Federal de Seção Judiciária da Paraíba,
Cristina Maria Costa Garcez.
O bar ganhou muita popularidade
porque foi o único que havia restado naquela praia e era responsável por
colaborar com o turismo, bem como desenvolver atividades educacionais e
esportivas com crianças carentes e abrigar a ONG Guajiru, que
desenvolve projetos de pesquisa e preservação de tartarugas marinhas. A
ONG ficou por todo esse tempo sem sede, mas vai ganhar um local
apropriado na praia de Tambaú, em João Pessoa.
O responsável pelo Bar do Surfista, Waldi Silva Moreira, disse ao Portal Correio que aguarda a prefeitura de Cabedelo iniciar os processos de licitação que o permitirá disputar um espaço na cidade, mas houve alterações na administração municipal e agora ele não sabe mais quando isso será retomado.
Um
dos locais cobiçados por Waldi é a Praça do Surfista, um projeto
anunciado na época da demolição, mas que ainda não saiu do papel.
Ele
revelou que reativou o bar através da instalação de um trailer no local
perto de onde estava fixado antes, mas já foi notificado pela
prefeitura de Cabedelo para retirar o equipamento das proximidades da
praia. “Não sei mais como agir. Se me tirarem daqui vou reunir as
pessoas e fazer um protesto; depois que o prefeito deixou o cargo e o
outro assumiu não sabemos mais o que vai acontecer para que o projeto da
Praça do Surfista seja viabilizado”, explicou Waldi.
O Portal Correio
procurou a prefeitura de Cabedelo para falar sobre a Praça do Surfista,
mas ninguém foi localizado para esclarecer detalhes do andamento do
projeto.
Apenas a secretária de Obras do Município, Érica
Gusmão, disse que não tem informações sobre quando ele deverá ser
executado. Ela falou ainda que a prefeitura nunca teve nenhuma
responsabilidade com o Bar do Surfista, porque se trata de um
estabelecimento privado, que deve ter espaço próprio e regular para
funcionar, sem provocar prejuízos ambientais.
Na
época da demolição, em abril de 2013, o superintendente do Instituto
Brasileiro do Meio Ambiente na Paraíba, Bruno Faro Elói, havia dito que
mesmo prestando apoio aos projetos do Bar do Surfista, o órgão não
poderia concordar com a permanência do estabelecimento na praia porque
estava em ambiente natural que deve ser protegido e preservado.
Atualmente, não há nenhum ponto comercial instalado na praia de
Intermares.
Projetos educacionais e ONG Guajiru
Pelo
menos 20 crianças carentes eram beneficiadas com projetos sociais de
educação e esporte desenvolvidos pela Federação Paraibana de Surf, em
parceria com o Bar do Surfista. Todas essas ideias foram suspensas após a
demolição.
Quem também teve prejuízos após a derrubada do
estabelecimento foi a ONG Guajiru, que desenvolve trabalhos e pesquisas
para preservação de tartarugas marinhas. Apesar disso, um novo local já é
providenciado para instalação desse projeto.
Foto: ONG funciona de forma precária na Praia de Intermares, mas vai ganhar local fixo. Créditos: Alisson Correia. |
Segundo
a bióloga Rita Mascarenhas, a Secretaria do Meio Ambiente de João
Pessoa informou que vai conceder um espaço fixo para a ONG na Capital,
mas ainda há alguns entraves burocráticos que precisam ser resolvidos.
O
secretário do meio ambiente da Capital, Edilton Rodrigues Nóbrega,
confirmou que a ONG vai ganhar um quiosque na calçada da Praia de
Tambaú.
Ele disse que serão desenvolvidos projetos que envolvem
educação ambiental, tratamento de animais doentes para que eles voltem
ao habitat natural e sinalização dos locais de desova em pontos
específicos das praias da Grande João Pessoa.
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