13/05/2014 15h03
- Atualizado em
13/05/2014 18h40
Segundo presidente, esse foi um dos fatores que motivaram atrasos.
Ela fez nesta terça vistoria a trechos da obra em estados do Nordeste.
A
presidente Dilma Rousseff e o governador do Ceará, Cid Gomes (PROS) durante visita a trecho da obra de transposição do Rio São Francisco, em Jati (CE) (Foto: Roberto Stuckert Filho / PR) |
Em visita ao sertão nordestino para vistoriar as obras da transposição do Rio São Francisco, a presidente Dilma Rousseff
reconheceu nesta terça-feira (13) que houve atrasos no empreendimento,
mas atribuiu a demora para concluir o projeto ao fato de a complexidade
da construção ter sido subestimada. Ela não especificou quem subestimou o
empreendimento.
"Acho que houve também uma subestimação da obra. Não acredito que uma
obra desta, em outro lugar do mundo, leve dois anos para ser feita. Nem
tampouco um ano, nem tampouco três", disse a presidente.
"É uma obra bastante sofisticada. Implica num tempo de maturação. Eu
não estou negando que houve atrasos. Houve atrasos porque também acho
que se superestimou muito a velocidade que poderia ter, minimizando a
sua complexidade", complementou.
A construção da obra que levará água do Rio São Francisco a regiões
historicamente atingidas pela estiagem começou em 2007. O projeto de
transposição tem extensão total de 469 quilômetros e a estimativa é que
11,6 milhões de pessoas sejam atendidas com fornecimento de água em
cidades do Ceará, Paraíba, Pernambuco e Rio Grande do Norte.
A previsão do governo federal, segundo o ministro da Integração
Nacional, Francisco Teixeira, é que as obras fiquem prontas até dezembro
do ano que vem.
Vistoria
Dilma viajou ao Nordeste nesta terça para vistoriar trechos da obra de transposição do Rio São Francisco em cidades de Pernambuco, Paraíba e Ceará.
Dilma viajou ao Nordeste nesta terça para vistoriar trechos da obra de transposição do Rio São Francisco em cidades de Pernambuco, Paraíba e Ceará.
Primeiro, ela acompanhou as obras do Túnel Cuncas II, próximo a São
José de Piranhas (PB). Segundo o Ministério da Integração, o túnel
possui quatro quilômetros de extensão e foi concluído em março deste
ano.
Em seguida, a presidente foi visitar a barragem construída em Jati
(CE), responsável por levar a água do rio São Francisco ao estado do Ceará.
A última vistoria de Dilma nesta viagem será em Cabrobó (PE), onde, na
tarde desta terça, visitará a Estação de Bombeamento 1, responsável por
levar a água do rio a localidades com altitude elevada. De acordo com o
ministério, a etapa está 83,8% concluída.
Conforme o Tribunal de Contas da União (TCU), o custo total previsto da
obra de transposição é de R$ 8,2 bilhões e, até março deste ano, R$ 4,6
bilhões já haviam sido executados (valor sem correção monetária).
Estiagem em São Paulo
Apesar de estar em visita pelo Nordeste, Dilma comentou durante sua passagem pelo Ceará sobre a situação dos reservatórios em São Paulo e da ameaça de falta de água no estado mais rico do país.
Apesar de estar em visita pelo Nordeste, Dilma comentou durante sua passagem pelo Ceará sobre a situação dos reservatórios em São Paulo e da ameaça de falta de água no estado mais rico do país.
Na entrevista coletiva que concedeu em Jati (CE), a presidente disse
que o problema não é de São Paulo, e sim de "todo o Sudeste. "Quem não
investiu, quem não preveniu, vai ter problema. Em qualquer
circunstância, é isso", avaliou.
A petista também voltou a elogiar o planejamento do Nordeste que,
segundo ela, tinha "séculos de não investimento e insegurança hídrica".
Segundo Dilma, é preciso sempre lidar com o fato de que pode não chover.
"Mas o Nordeste aprendeu. Como essa questão era uma questão muito
candente para quem morava aqui, eu acho que o Nordeste adquiriu mais
cedo do que o resto do Brasil a consciência da importância estratégica
de ter água e de que você não pode achar que as conjunturas favoráveis,
as conjunturas hidrológicas favoráveis, elas são permanentes", afirmou.
Ministério da Integração
Indagada sobre se o ministro da Integração Nacional, Francisco Teixeira, seria mantido no cargo até o final do seu mandato, a presidente da República disse que a pergunta era descabida.
Indagada sobre se o ministro da Integração Nacional, Francisco Teixeira, seria mantido no cargo até o final do seu mandato, a presidente da República disse que a pergunta era descabida.
Ela afirmou que os seus ministros ficam no cargo enquanto tiverem sua
confiança. "E não tem motivo para eu não ter confiança no ministro
Francisco no presente momento", enfatizou.
Teixeira é afilhado político do governador do Ceará, Cid Gomes, e do
ex-ministro Ciro Gomes, ambos filiados ao PROS. No entanto, a cúpula do
partido, mais novo integrantes da base aliada, vem pressionando a
presidente a substituir o ministro por uma indicação da direção da
legenda.
Na semana passada, como revelou o Blog do Camarotti, Ciro ameaçou deixar o partido e acusou os dirigentes da sigla de "chantagear" a presidente.
Os dirigentes do PROS iriam se reunir nesta terça, em Brasília, para
discutir a eventual substituição de Francisco Teixeira, porém, o
encontro foi desmarcado. O partido divulgou nota informando que o
presidente nacional da legenda, Euripedes Junior, contraiu dengue e foi
internado em um hospital de Brasília.
Copa do Mundo
Dilma Rousseff voltou a afirmar que o Brasil garantirá a segurança das delegações e dos chefes de Estado que vierem ao país participar da Copa do Mundo de 2014. Ela disse que a conjunção das forças federais, como Polícia Federal, Polícia Rodoviária Federal, Força Nacional e Forças Armadas, com as polícias militares locais, vão assegurar que a Copa seja feita pacificamente.
Dilma Rousseff voltou a afirmar que o Brasil garantirá a segurança das delegações e dos chefes de Estado que vierem ao país participar da Copa do Mundo de 2014. Ela disse que a conjunção das forças federais, como Polícia Federal, Polícia Rodoviária Federal, Força Nacional e Forças Armadas, com as polícias militares locais, vão assegurar que a Copa seja feita pacificamente.
"Quem quiser manifestar pode, mas quem quiser manifestar não pode prejudicar a Copa", defendeu.
A presidente acrescentou ainda que, como o Brasil é uma democracia, as
pessoas podem se manifestar "perfeitamente", mas, na opinião dela,
democracia "não significa vandalismo nem tampouco prejuízo para o
conjunto da população".
Sobre as obras para o mundial, Dilma avaliou que os estádios e
aeroportos estão "encaminhados". E lamentou as críticas feitas ao novo
terminal do aeroporto de Guarulhos (SP), inaugurado no último domingo
(11) com alguns problemas. Uma das queixas dos usuários do Terminal 3
foi a falta de água nos banheiros, e goteiras.
"Acho lamentável que quando se olhe um aeroporto do tipo de Guarulhos
se fale de um pingo d’água, quando de fato a obra é uma obra
excepcional. Acho de uma vontade com o país fantástica", reclamou.
Pesquisas eleitorais
Em meio à entrevista, Dilma se esquivou de responder questões sobre seu desempenho nas pesquisas eleitorais. Na última sexta-feira (9), pesquisa divulgada pelo Instituto Datafolha mostrou Dilma com 37% das intenções de voto, o senador Aécio Neves com 20%, e o ex-governador de Pernambuco Eduardo Campos com 11%.
Em meio à entrevista, Dilma se esquivou de responder questões sobre seu desempenho nas pesquisas eleitorais. Na última sexta-feira (9), pesquisa divulgada pelo Instituto Datafolha mostrou Dilma com 37% das intenções de voto, o senador Aécio Neves com 20%, e o ex-governador de Pernambuco Eduardo Campos com 11%.
Na pesquisa anterior, Dilma parecia com 38%, Aécio Neves com 16% e Eduardo Campos com 10%.
"Posso falar uma coisa para você? Eu não comentei nunca pesquisa quando
eu subia, não comento quando caio também. E também quando fico estável.
Então, eu não comento pesquisa", respondeu quando questionada em
entrevista coletiva.
Em seguida, Dilma acrescentou que pesquisa é "conjuntural". "Sabe
quando a gente vê o que vai dar? Quando você é testado, é ali que você
olha. E testado pela população. Aí você sabe se você subiu, se você
caiu, ou se você ficou na mesma", disse.
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