quarta-feira, 28 de maio de 2014

Energia solar é foco de estudos na UFPB

Construção de um telhado fotovoltaico está entre os projetos desenvolvidos no Centro de Energias Alternativas e Renováveis.

Kleide Teixeira
Destaque no cenário, o Brasil, sobretudo a Paraíba, tem um dos maiores índices de radiação solar do mundo

Questão que aparece frequente em discussões sobre cuidados com o meio ambiente, a produção de energia solar vem sendo foco de estudos na Universidade Federal da Paraíba (UFPB).
 
Conforme o professor do Centro de Energias Alternativas e Renováveis (Cear) João Marcelo Dias Ferreira, as ações acadêmicas do Centro envolvem atualmente cinco professores do Departamento de Engenharia de Energias Renováveis (DEER) e aproximadamente 15 alunos de graduação e pós-graduação.
 
“Dentre os projetos em desenvolvimento, podemos destacar a construção do telhado fotovoltaico do edifício do Cear. Trata-se de um laboratório a céu aberto, que será composto por aproximadamente 300 módulos fotovoltaicos translúcidos na tecnologia de silício cristalino, cobrindo uma área de 670 m², com uma potência total instalada de 70kWp (megawatts-pico)”, menciona.
 
Segundo ele, a cobertura fotovoltaica proverá, além da geração de energia, uma proteção eficiente contra chuvas e intempéries.
 
“Ao mesmo tempo, a estrutura proporcionará o aproveitamento da luz natural do sol para a iluminação das áreas de circulação no interior do prédio, além de auxiliar na economia do consumo de eletricidade”, acrescenta, frisando que o laboratório será peça fundamental para a produção de futuras pesquisas associadas à utilização da energia solar no Estado e na região Nordeste.
 
Destaque no cenário, o Brasil, sobretudo a Paraíba, tem um dos maiores índices de radiação solar do mundo. Contudo, de acordo com o especialista, por falta de estímulos, o nível de energia elétrica produzida a partir do Sol ainda não é significativo por aqui. “Os incentivos à geração de energia elétrica a partir da fonte solar são muito limitados por parte do governo federal, demonstrando uma total falta de planejamento estratégico para o setor”, reclama, citando apenas casos isolados de aplicações fotovoltaicas e termossolares em casas e indústrias.
 
Para ele, outro motivo que gera atrasos no setor é a forte dependência brasileira da eletricidade gerada por meio de hidrelétricas, que são fontes renováveis, porém intimamente ligadas aos ciclos de chuvas e níveis de reservatórios. “E a complementação desta geração é feita principalmente a partir de fontes consideradas sujas, que utilizam o carvão, os derivados de petróleo, o gás natural e a energia nuclear”, salienta.

LUZ SOLAR PROMOVE A ECONOMIA SUSTENTÁVEL
Segundo o professor João Marcelo Dias Ferreira, usar energia solar como matriz para gerar eletricidade em residências e empresas representa um enorme avanço do ponto de vista socioambiental por trazer à tona o emprego de uma fonte renovável e limpa em meio a preocupações com a mudança climática e o aquecimento global.
 
De acordo com ele, uma boa notícia é que os progressos tecnológicos relacionados ao desenvolvimento desta energia vêm ganhando bastante ênfase tanto em equipamentos de pequeno porte quanto em grandes centrais. “Ambas as vertentes passaram e continuam passando por processos de maturação tecnológica, em uma busca incessante por melhoria de materiais e técnicas de fabricação, visando à rapidez de conversão energética, além da redução dos custos”, comenta.
 
E essa diminuição de valores tem certa relevância, uma vez que investimentos para adotar os sistemas de energia solar ainda são considerados caros no Brasil, apesar do retorno garantido, como explica Ferreira. “Se tomarmos como exemplo um sistema fotovoltaico residencial, onde o consumidor passa a ser produtor de sua própria energia elétrica, o retorno financeiro acontece, normalmente, dentro dos primeiros 10 anos, enquanto a expectativa de vida útil do sistema é de 25 anos”, finaliza.

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