Construção de um telhado fotovoltaico está entre os projetos desenvolvidos no Centro de Energias Alternativas e Renováveis.
Phillipe Xavier
Questão que aparece frequente em discussões
sobre cuidados com o meio ambiente, a produção de energia solar vem
sendo foco de estudos na Universidade Federal da Paraíba (UFPB).
Conforme o professor do Centro de Energias Alternativas e Renováveis
(Cear) João Marcelo Dias Ferreira, as ações acadêmicas do Centro
envolvem atualmente cinco professores do Departamento de Engenharia de
Energias Renováveis (DEER) e aproximadamente 15 alunos de graduação e
pós-graduação.
“Dentre os projetos em desenvolvimento, podemos destacar a construção
do telhado fotovoltaico do edifício do Cear. Trata-se de um laboratório
a céu aberto, que será composto por aproximadamente 300 módulos
fotovoltaicos translúcidos na tecnologia de silício cristalino, cobrindo
uma área de 670 m², com uma potência total instalada de 70kWp
(megawatts-pico)”, menciona.
Segundo ele, a cobertura fotovoltaica proverá, além da geração de energia, uma proteção eficiente contra chuvas e intempéries.
“Ao mesmo tempo, a estrutura proporcionará o aproveitamento da luz
natural do sol para a iluminação das áreas de circulação no interior do
prédio, além de auxiliar na economia do consumo de eletricidade”,
acrescenta, frisando que o laboratório será peça fundamental para a
produção de futuras pesquisas associadas à utilização da energia solar
no Estado e na região Nordeste.
Destaque no cenário, o Brasil, sobretudo a Paraíba, tem um dos
maiores índices de radiação solar do mundo. Contudo, de acordo com o
especialista, por falta de estímulos, o nível de energia elétrica
produzida a partir do Sol ainda não é significativo por aqui. “Os
incentivos à geração de energia elétrica a partir da fonte solar são
muito limitados por parte do governo federal, demonstrando uma total
falta de planejamento estratégico para o setor”, reclama, citando apenas
casos isolados de aplicações fotovoltaicas e termossolares em casas e
indústrias.
Para ele, outro motivo que gera atrasos no setor é a forte
dependência brasileira da eletricidade gerada por meio de hidrelétricas,
que são fontes renováveis, porém intimamente ligadas aos ciclos de
chuvas e níveis de reservatórios. “E a complementação desta geração é
feita principalmente a partir de fontes consideradas sujas, que utilizam
o carvão, os derivados de petróleo, o gás natural e a energia nuclear”,
salienta.
LUZ SOLAR PROMOVE A ECONOMIA SUSTENTÁVEL
Segundo o professor João Marcelo Dias Ferreira, usar energia solar
como matriz para gerar eletricidade em residências e empresas
representa um enorme avanço do ponto de vista socioambiental por trazer
à tona o emprego de uma fonte renovável e limpa em meio a preocupações
com a mudança climática e o aquecimento global.
De acordo com ele, uma boa notícia é que os progressos tecnológicos
relacionados ao desenvolvimento desta energia vêm ganhando bastante
ênfase tanto em equipamentos de pequeno porte quanto em grandes
centrais. “Ambas as vertentes passaram e continuam passando por
processos de maturação tecnológica, em uma busca incessante por melhoria
de materiais e técnicas de fabricação, visando à rapidez de conversão
energética, além da redução dos custos”, comenta.
E essa diminuição de valores tem certa relevância, uma vez que
investimentos para adotar os sistemas de energia solar ainda são
considerados caros no Brasil, apesar do retorno garantido, como explica
Ferreira. “Se tomarmos como exemplo um sistema fotovoltaico
residencial, onde o consumidor passa a ser produtor de sua própria
energia elétrica, o retorno financeiro acontece, normalmente, dentro
dos primeiros 10 anos, enquanto a expectativa de vida útil do sistema é
de 25 anos”, finaliza.
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