Alberto Simplício
A Associação de
Proteção Ambiental (Apam) denunciou ontem ao Ministério Público Estadual
(MP) a derrubada irregular de árvores nativas da região em uma área de
preservação em Campina Grande. A área fica localizada no bairro Alto
Branco, num local conhecido como Jardim Menezes e, segundo a Apam, está
sendo desmatada irregularmente para loteamento de casas.
O representante da associação, ambientalista Roberto Almeida, alerta
que, além da questão da derrubada de árvores em extinção, como o cedro e
de outras nativas, como o mulungu, jucá e cajarana, a vegetação
sustenta uma área considerável do bairro. “Se a mata for retirada, todas
as casas que estão construídas em volta estarão ameaçadas por
deslizamentos. A retirada dessa cobertura vegetal poderá resultar em
problemas da mesma natureza que o vivenciado pela região serrana do Rio
de Janeiro”, disse.
O ambientalista, que também é coordenador da Superintendência
Estadual do Meio Ambiente (Sudema) em Campina Grande, informou que o
órgão também está consciente do problema. Como providências, a Sudema
apreendeu o trator usado para a derrubada da mata e notificou o
responsável pela área para prestar esclarecimentos. “Para lotear um
terreno como esse, é obrigatório a emissão de uma licença por parte da
Sudema, entretanto não há nenhum documento dando essa autorização”,
explicou Roberto Almeida.
O aposentado Manoel Marques de Barros, de 93 anos, mora há 40 anos no
local onde o trator começou a desmatar. Ele disse que ficou assustado
quando viu a máquina “começar a acabar com tudo”. Seu Manoel vive com a
esposa, Maria Ferreira, de 70 anos, e com alguns filhos e netos, e não
quer saber de desocupar a área. “É toda uma vida aqui. Muitas dessas
árvores que tem por aqui foram plantadas por mim e é triste ver tudo
isso se acabar”, contou.
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