quarta-feira, 1 de fevereiro de 2012

Área de preservação está sendo desmatada, diz Apam


A Associação de Proteção Ambiental (Apam) denunciou ontem ao Ministério Público Estadual (MP) a derrubada irregular de árvores nativas da região em uma área de preservação em Campina Grande. A área fica localizada no bairro Alto Branco, num local conhecido como Jardim Menezes e, segundo a Apam, está sendo desmatada irregularmente para loteamento de casas.

O representante da associação, ambientalista Roberto Almeida, alerta que, além da questão da derrubada de árvores em extinção, como o cedro e de outras nativas, como o mulungu, jucá e cajarana, a vegetação sustenta uma área considerável do bairro. “Se a mata for retirada, todas as casas que estão construídas em volta estarão ameaçadas por deslizamentos. A retirada dessa cobertura vegetal poderá resultar em problemas da mesma natureza que o vivenciado pela região serrana do Rio de Janeiro”, disse.

O ambientalista, que também é coordenador da Superintendência Estadual do Meio Ambiente (Sudema) em Campina Grande, informou que o órgão também está consciente do problema. Como providências, a Sudema apreendeu o trator usado para a derrubada da mata e notificou o responsável pela área para prestar esclarecimentos. “Para lotear um terreno como esse, é obrigatório a emissão de uma licença por parte da Sudema, entretanto não há nenhum documento dando essa autorização”, explicou Roberto Almeida.

O aposentado Manoel Marques de Barros, de 93 anos, mora há 40 anos no local onde o trator começou a desmatar. Ele disse que ficou assustado quando viu a máquina “começar a acabar com tudo”. Seu Manoel vive com a esposa, Maria Ferreira, de 70 anos, e com alguns filhos e netos, e não quer saber de desocupar a área. “É toda uma vida aqui. Muitas dessas árvores que tem por aqui foram plantadas por mim e é triste ver tudo isso se acabar”, contou.
  


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