Estimativas da Faepa apontam que dos 160 mil hectares de plantio de palma forrageira na Paraíba, aproximadamente 40% foram destruídos pelo inseto em 2011.
Alberto Simplício
Em tempo de estiagem, a
palma forrageira é uma das alternativas para alimentar o rebanho
paraibano. Entretanto, o aparecimento da praga “cochonilha do carmim”,
nos últimos anos, provocou queda na produção, sobretudo na região do
Cariri, onde ela é mais cultivada. Estimativas da Federação da
Agricultura e Pecuária da Paraíba (Faepa) apontam que dos cerca de 160
mil hectares de plantio de palma forrageira na Paraíba, aproximadamente
40% foram destruídos pelo inseto no ano passado, o que representa 64 mil
hectares.
Além dos prejuízos, outro problema tem causado preocupação nas
autoridades: o uso excessivo de agrotóxicos. Na última quinta-feira, 13
bovinos acabaram morrendo em uma propriedade rural da cidade de Boa
Vista, no Cariri, em um intervalo de apenas quatro horas. De acordo com
os levantamentos iniciais feitos pelos técnicos da Defesa Agropecuária,
as suspeitas são de que eles tenham morrido vítimas de intoxicação
provocada pela ingestão de palma que continha excesso de produtos
agrotóxicos, colocados para combater a cochonilha.
Segundo os especialistas, o excesso de agrotóxicos nos produtos pode
também provocar complicações em humanos, já que a palma é usada para
fabricação de bolos, sucos e doce.
“É preciso ficar alerta. A utilização de produtos químicos em excesso
é um problema muito sério e que precisa ser combatido. Em verduras e na
fruticultura esses agrotóxicos também são comuns e fica o alerta”,
observou o agrônomo e gerente regional da Empresa de Assistência Técnica
e Extensão Rural (Emater), Sales Júnior.
No próximo dia 13 deste mês, os técnicos da Emater irão promover um
encontro junto com equipes da Vigilância Sanitária para discutir o
problema. “O público prioritário será os produtores que comercializam na
Empasa e em feiras livres.
Nós precisamos fazer esse alerta”, alertou novamente Sales Júnior.
O agricultor Cândido Vieira, do distrito de Galante, município de
Campina Grande, conta que desde o ano passado está difícil conseguir
comprar a palma. “A questão é que alimentar o gado só com ração é
impossível, devido ao alto preço. E se não alimentar bem o gado, ele
corre o risco de cair de fraqueza. É uma dura realidade”, afirmou. O
presidente da Empresa Estadual de Pesquisa Agropecuária (Emepa), Manoel
de Almeida Duré, disse que o principal meio de se enfrentar a praga é a
plantação de variedades resistentes a ela. Já foram desenvolvidas pelo
pesquisadores do órgão as variedades Palmepa 1, 2, 3 e 4. Ano passado
foram distribuídas 350 mil raquetes da tipo 1.
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