segunda-feira, 6 de fevereiro de 2012

Praga devasta palma no sertão da Paraíba e veneno causa morte de animais

Estimativas da Faepa apontam que dos 160 mil hectares de plantio de palma forrageira na Paraíba, aproximadamente 40% foram destruídos pelo inseto em 2011.

 

Em tempo de estiagem, a palma forrageira é uma das alternativas para alimentar o rebanho paraibano. Entretanto, o aparecimento da praga “cochonilha do carmim”, nos últimos anos, provocou queda na produção, sobretudo na região do Cariri, onde ela é mais cultivada. Estimativas da Federação da Agricultura e Pecuária da Paraíba (Faepa) apontam que dos cerca de 160 mil hectares de plantio de palma forrageira na Paraíba, aproximadamente 40% foram destruídos pelo inseto no ano passado, o que representa 64 mil hectares.

Além dos prejuízos, outro problema tem causado preocupação nas autoridades: o uso excessivo de agrotóxicos. Na última quinta-feira, 13 bovinos acabaram morrendo em uma propriedade rural da cidade de Boa Vista, no Cariri, em um intervalo de apenas quatro horas. De acordo com os levantamentos iniciais feitos pelos técnicos da Defesa Agropecuária, as suspeitas são de que eles tenham morrido vítimas de intoxicação provocada pela ingestão de palma que continha excesso de produtos agrotóxicos, colocados para combater a cochonilha.

Segundo os especialistas, o excesso de agrotóxicos nos produtos pode também provocar complicações em humanos, já que a palma é usada para fabricação de bolos, sucos e doce.

“É preciso ficar alerta. A utilização de produtos químicos em excesso é um problema muito sério e que precisa ser combatido. Em verduras e na fruticultura esses agrotóxicos também são comuns e fica o alerta”, observou o agrônomo e gerente regional da Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural (Emater), Sales Júnior.

No próximo dia 13 deste mês, os técnicos da Emater irão promover um encontro junto com equipes da Vigilância Sanitária para discutir o problema. “O público prioritário será os produtores que comercializam na Empasa e em feiras livres.

Nós precisamos fazer esse alerta”, alertou novamente Sales Júnior.

O agricultor Cândido Vieira, do distrito de Galante, município de Campina Grande, conta que desde o ano passado está difícil conseguir comprar a palma. “A questão é que alimentar o gado só com ração é impossível, devido ao alto preço. E se não alimentar bem o gado, ele corre o risco de cair de fraqueza. É uma dura realidade”, afirmou. O presidente da Empresa Estadual de Pesquisa Agropecuária (Emepa), Manoel de Almeida Duré, disse que o principal meio de se enfrentar a praga é a plantação de variedades resistentes a ela. Já foram desenvolvidas pelo pesquisadores do órgão as variedades Palmepa 1, 2, 3 e 4. Ano passado foram distribuídas 350 mil raquetes da tipo 1.

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