Francisco França. |
Os resíduos sólidos, efluentes líquidos e fauna sinantrópica nociva
(pombos, ratos, insetos e outros animais) do Porto de Cabedelo serão
quantificados, classificados e avaliados por uma equipe de pesquisadores
do Rio de Janeiro. O levantamento faz parte do projeto “Conformidade
Gerencial de Resíduos Sólidos e Efluentes dos Portos”, executado pela
Secretaria de Portos da Presidência da República (SEP) em 22 portos
brasileiros.
O trabalho será coordenado pelo Instituto Alberto Luiz Coimbra de
Pós-Graduação e Pesquisa de Engenharia da Universidade Federal do Rio de
Janeiro (Coppe), em parceria com outras 16 universidades. O programa
está contemplado nas ações do Programa de Aceleração do Crescimento
(PAC) II e prevê investimentos de R$ 16 milhões no país. Cabedelo será a
quinta cidade a ser beneficiada pelo programa de diagnóstico de
resíduos.
“Uma equipe de profissionais das Universidades Estadual e Federal da
Paraíba ficará responsável pelo trabalho de pesquisa no local. Eles
receberão treinamento especializado da equipe da Coppe. Os dados serão
enviados para o centro de coleta e tratamento no Rio de Janeiro,
compondo um sistema complexo de dados que serão futuramente confrontados
entre si”, explicou um dos coordenadores do Programa de Planejamento
Energético da Coope/UFRJ, o engenheiro Aurélio Lamare.
O diagnóstico, com previsão de um ano, foi apresentado ontem no
auditório da Companhia Docas da Paraíba. A previsão é que dentro de seis
meses os técnicos já estejam em campo avaliando os resíduos, efluentes e
a fauna do Porto de Cabedelo.
Na primeira etapa, os pesquisadores identificarão os pontos de
geração e acúmulo de resíduos. Em seguida os materiais serão
quantificados e determinadas as características dos lixos e efluentes.
“Essa pesquisa será realizada ao longo de um ano.Esse tempo é necessário
para que se possa fazer uma avaliação das variantes constatadas nesse
período, como mudanças climáticas, períodos de chuva, calor,
movimentação no porto, etc”, afirmou.
Para Aurélio Murta, o objetivo não é apenas trazer soluções para a
melhor coleta e gestão dos resíduos deixados na operação portuária, mas
apontar sugestões para seu uso comercial. “Parte do resíduo poderá, por
exemplo, ser transformado em energia, gerando economia para os portos ou
mesmo receita extra. Sem falar na redução do impacto ambiental”,
comentou.
O vice-presidente da Companhia Docas da Paraíba, Antônio Ricardo de
Andrade, disse que o programa é importante na medida em que vai reduzir o
impacto ambiental resultante do descarte destes materiais. “Será
positivo para somar com o projeto ambiental Porto Verde, que estamos
desenvolvendo”, afirma.
O projeto Verde prevê ações dentro do porto e no entorno da
comunidade, compartilhando técnicas sobre como é possível conviver com
os modais marítimo, ferroviário e rodoviário.
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