segunda-feira, 23 de junho de 2014

Famílias de Campina Grande mantêm tradições de véspera de São João

23/06/2014 22h46 - Atualizado em 23/06/2014 22h48 

Ritual de acender fogueiras e fazer comidas típicas permanecem na cidade.
Tradição de montar fogueiras é mantida por moradora há cerca de 45 anos.
 
Rafael Melo  
Do G1 PB 

Moradora de Campina Grande monta fogueira na frente de casa há 45 anos (Foto: Rafael Melo/G1)
Moradora de Campina Grande monta fogueira
na frente de casa há 45 anos (Foto: Rafael Melo/G1)
A tradição religiosa de fazer fogueiras na noite de véspera de São João Batista continua acesa em Campina Grande . Na cidade onde se comemora o "Maior São João do Mundo" são as famílias que mantêm a prática montando as fogueiras nas calçadas de casa. É momento de reunir os familiares, de brincar com fogos de artifício e consumir as comidas típicas preparadas para celebração da véspera de São João.

Em uma rua do bairro Catolé as crianças deram um jeito de espantar o frio que fez na noite desta segunda-feira (23) se enrolando em lençóis para assistir à queima da madeira. “Nem a fogueira está conseguindo esquentar”, disse o garoto João Victor Diniz. Com a temperatura de 20º C, muitos moradores da cidade fizeram fogueira, mas nem todos conseguiram ficar do lado de fora da casa.
  
Dona Neuma Pinto tem 67 anos e se agasalhou toda para ficar mais próximo ao fogo. “Há 45 anos eu monto porque gosto e acho bonito, além de ser típico da nossa região”, disse. No dia 28, véspera de São Pedro e São Paulo, novamente é dia de acender fogueiras. Na BR-230, moradores da área montararam uma fogueira de quase seis metros de comprimento e três de altura.

Os órgãos do meio ambiente recomendam a não instalação em ruas de calçamento e embaixo de árvores com distância de 10 metros dos postes, além de exigirem distância de pelo menos 200 metros de estabelecimentos públicos ou privados.

Família prepara pamonha que será consumida na véspera de São João na Paraíba (Foto: Rafael Melo/G1)
Família prepara pamonha que será
consumida na véspera de São João
(Foto: Rafael Melo/G1)
Em São José da Mata, distrito de Campina Grande, as várias gerações da família Agostinho se juntaram como fazem tradicionalmente todos os anos antes da noite em um mutirão para o preparo da pamonha e da canjica. Enquanto os bisnetos tiram a palha e limpam o milho, os netos moem os grãos e as filhas de Dona Honorina a ajudam no cozimento. “São mais de 60 anos fazendo isto com a família junta todo São João. O melhor é a fofoca”, afirmou.

O local é uma cozinha no quintal de casa de apenas 4 m², onde ficam até 15 pessoas trabalhando de uma só vez. Os pratos foram à mesa na hora do jantar, antes teve quem rapasse o tacho. “Eu só gosto de comer assim na panela”, disse Neto Agostinho.
 
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