Segundo
moradores do Saturnino de Brito argumento da PMJP para ter autorização
judicial de demolir as casas não condiz com realidade.
Jaine Alves
Os moradores da comunidade Saturnino de Brito, no bairro do Jaguaribe, em João Pessoa, estão insatisfeitos com o projeto de urbanização da área, devido à demolição das casas. Eles alegam que não querem sair da moradia própria para viver em imóveis alugados e que o argumento utilizado pela prefeitura para ter a autorização judicial de demolir as residências não condiz com a realidade. Os moradores ainda denunciam que o auxílio-aluguel, pago pela Prefeitura (R$ 200), é incompatível com o valor dos imóveis disponíveis para este fim.
Os moradores da comunidade Saturnino de Brito, no bairro do Jaguaribe, em João Pessoa, estão insatisfeitos com o projeto de urbanização da área, devido à demolição das casas. Eles alegam que não querem sair da moradia própria para viver em imóveis alugados e que o argumento utilizado pela prefeitura para ter a autorização judicial de demolir as residências não condiz com a realidade. Os moradores ainda denunciam que o auxílio-aluguel, pago pela Prefeitura (R$ 200), é incompatível com o valor dos imóveis disponíveis para este fim.
Na comunidade existem cerca de 1.200 famílias, sendo que 86 já saíram do local, por terem suas casas demolidas, como parte do projeto de urbanização, iniciado em abril do ano passado e previsão de término para outubro de 2015. O valor do investimento da obra é superior a R$ 24,6 milhões, segundo a Secretaria Municipal de Habitação Social (Semhab).
O líder comunitário Marcos de Souza disse que os moradores não são contra a urbanização da comunidade, apenas não aceitam o argumento utilizado pela prefeitura para ganhar o direito judicial de demolir as casas, bem como a determinação de desocupar a área para morar de aluguel.
“A prefeitura alegou que vivemos em situações de extrema pobreza e insalubridade, em barracos feitos de restos de material, o que não é verdade. Como se pode ver, todas as casas são de alvenaria, bem estruturadas e há inclusive imóveis com primeiro andar. Queremos que se convença a Justiça com a verdade e não com mentira, como fez a prefeitura”, afirmou.
“Além disso, não aceitamos deixar nossas casas próprias para viver de aluguel. Se tem que sair, que seja de nossa casa para nossa casa, de modo que a prefeitura nos indenize para comprar um imóvel em outro lugar, ou nos dê moradias próprias. Não aceitamos auxílio-aluguel”, declarou.
Já o eletricista Cláudio Amanso, 41 anos, ressaltou que o valor de R$ 200 (auxílio-aluguel), disponibilizado pela prefeitura é incompatível com o preço de mercado, obrigando o morador a desembolsar o restante do valor para pagar o aluguel. “Não queremos atrapalhar a obra, mas que seja feita de forma justa, nos acomodando em um lugar próprio. Esse auxílio-aluguel é muito baixo, teremos que completar, e muita gente aqui, assim como eu, não possui renda fixa, o que ganhamos é para nos alimentar. Como teremos dinheiro para pagar aluguel?”, questionou.
Conforme o secretário adjunto de Habilitação Social da capital, José Mariz, as famílias retiradas da área de risco – encosta sujeita a desmoronamentos em épocas de chuvas – serão relocadas para terreno próximo às antigas moradias, dentro da própria comunidade.
“O projeto prevê a construção de 400 unidades habitacionais, comércios e centro comunitário. Assim como urbanismo, com recuperação ambiental, áreas verdes, ciclovia, pavimentação e toda a infraestrutura necessária para contemplar as 1.292 famílias beneficiadas direta e indiretamente com a urbanização do espaço”, garantiu, acrescentando que a obra está prevista para terminar no final de 2015.
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