quinta-feira, 16 de janeiro de 2014

SPU denuncia pouso de helicópteros no cânion

Uso irregular pode acelerar a degradação da área que é considerada vulnerável.


 


Fotos: Francisco França
Denúncia chegou a SPU através de moradores e ambientalistas, que teriam visualizado pousos
 
A Superintendência do Patrimônio da União na Paraíba (SPU-PB) recebeu denúncias de que helicópteros estão pousando no cânion de Coqueirinho, localizado no Conde, Litoral Sul da Paraíba. O uso irregular pode acelerar a degradação da área que é considerada vulnerável e já sofre com o desgaste natural causado pela erosão. Segundo a superintende da SPU, Daniella Bandeira, o caso foi denunciado para a Aeronáutica que deverá fiscalizar o tráfego aéreo na região.
 

A denúncia chegou a SPU através de moradores e ambientalistas, que teriam visualizado o pouso de aeronaves nos finais de semana. A superintendente pediu a população que, em caso de novas ocorrências, as denúncias sejam feitas diretamente para a Aeronáutica.
 
Localizado na praia de Coqueirinho, a formação geológica do cânion se destaca pela exuberância, e chama atenção de turistas que se encantam durante as visitações que se intensificam durante o verão. Apesar de belo, a área sofre com a ação natural da erosão. Segundo o secretário de Meio Ambiente do Conde, a Prefeitura ainda não dispõe de projeto para preservação do cânion.

Nos próximos dias, equipes da SPU vão fiscalizar a ocupação na região do cânion de Coqueirinho. O objetivo da ação é identificar se barracas, bares e restaurantes retirados da área da União ano passado e que podem acelerar o processo de degradação ambiental voltaram a ocupar irregularmente a área do cânion. Contudo, Daniella esclarece que a superintendência só atua no combate a ocupação de área da União quando recebe denúncias de órgãos ambientais.

De acordo com o secretário de Meio Ambiente do Conde, Alexandre Cunha, a área onde o cânion está localizado pertence a lotes privados. “A verdade é que o que existe é que quando vamos discutir esse tema e buscar medidas que minimizarmos os impactos naturais e garantir a preservação, nos deparamos com o problema de identificar os proprietários e entrar em acordo com ambientalistas”, declarou o secretário.
Segundo ele, a erosão que atinge mais fortemente o cânion é provocada pela ação das chuvas e do vento, e que, portanto, as ações de contenção devem ser feitas de cima para baixo.
 
“Aquele é um terreno bem extenso e inclinado, mas que fica distante cerca de um quilômetro do mar, não sofrendo tanto com o impacto das ondas. No entanto, no período chuvoso, as águas vão abrindo as voçorocas e é possível observar claramente as grande valas que se formam e que deterioram progressivamente e irredutivelmente a formação rochosa”, explicou o secretário de Meio Ambiente do Conde.
 
Contudo, o secretário Alexandre Cunha explica que o plano de preservação do cânion é um projeto a longo prazo principalmente porque a Cidade do Conde tem carências que dificultam a preservação do atrativo turístico. “Apenas através do saneamento básico, calçamento e drenagem é que é possível minimizar os impactos no local. Sem contar que não podemos entrar em terreno privado e impor a contenção”, frisou o secretário.
 
Existem obras para melhorar a infraestrutura da área que envolvem acesso e saneamento além da preservação do meio ambiente, entre elas a pavimentação da PB-008 até a descida de Coqueirinho. A obra diminuirá o volume de água que desce para o cânion e contempla a criação de córregos que canalizam parte das águas da chuva para um córrego, que deságua em um rio e consequentemente no mar. (Colaborou Luzia Santos)

Sudema inseriu área no Plano de Manejo de Tambaba . O problema da erosão do cânion de Coqueirinho já chegou ao conhecimento da Secretaria de Administração do Meio Ambiente (Sudema). O órgão inseriu a área no Plano de Manejo da Área de Proteção Ambiental (APA) de Tambaba, que ficará pronto no primeiro semestre deste ano, conforme informações do coordenador de estudos ambientais da Sudema, Thiago Cesar Farias da Silva.

Atualmente, o Plano de Manejo está na fase de levantamento de documentação. Com ele, a Sudema  buscará normatizar as ações em toda a área do Litoral Sul da Paraíba, desde a construção de um novo equipamento, passando pelo levantamento dos pontos críticos de ameaça do cânion, desde seu início em Tabatinga, até Praia Bela, onde se encerra.

“Nossos técnicos estão elaborando ideias de ação para a recuperação das encostas do cânion, com o objetivo de reduzir os avanços das voçorocas, com previsão de apresentação ainda neste primeiro semestre de 2014. Estamos elaborando o cronograma para então decidir sobre algo mais concreto, delinear o problema e planejar o orçamento e as ações, que deverão ser de suavização do talude (parte inclinada do terreno), mas é tudo ainda muito empírico, talvez sejam necessárias medidas mais enérgicas, mas ainda não sabemos quais”, afirmou Thiago César Farias da Silva, coordenador de estudos ambientais da Sudema.

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