sexta-feira, 28 de fevereiro de 2014

Área de preservação é usada como sucata

Segundo os moradores da área, sucata e carcaças de veículos são colocados semanalmente no local há quase um ano.
 


Francisco França
Além dos ferros velhos, restos de plástico, peças automotivas e lixo doméstico ameaçam a preservação da reserva
Uma área de preservação ambiental próxima à comunidade do Riachinho, no Bairro Treze de Maio, em João Pessoa, está servindo como depósito para sucatas de caçambas coletoras de lixo e veículos velhos. Segundo os moradores da área, os objetos são colocados semanalmente no local há quase um ano e além do perigo e poluição, o entulho pode gerar criadouros de insetos.

O terreno onde dezenas de caçambas e carcaças de veículos estão abandonados conserva ainda uma área verde e é um das rotas de passagem do Rio Riachinho. Além dos ferros velhos, restos de plástico, peças automotivas e lixo doméstico também ameaçam a preservação da reserva. Muitos veículos ainda conservam equipamentos do motor, que podem conter resíduos de combustível com riscos de contaminação do solo ou escoamento para o rio.
 
Para quem mora próximo ao local, a sucata representa riscos para a segurança e bem-estar dos moradores. A dona de casa Maria de Fátima da Silva, morou por mais de três anos na comunidade do Riachinho. Ela conta que a área de preservação não recebia monitoramento e que servia como “depósito de lixo” por moradores das proximidades. Para ela, a presença dos restos de veículos no local pode prejudicar os moradores da área e é um risco para as crianças.
 
“Isso aqui só está servindo de esconderijo para bandidos e é um perigo para as crianças que moram por aqui”, disse Maria de Fátima. Mesmo morando do outro lado da avenida Boto de Menezes, onde está localizada a sucata, Carmelita Barbosa teme pela segurança dos moradores da área e lamenta o descaso com a conservação da reserva ambiental.
 
“Essas sucatas são um perigo para todo mundo. De vez em quando, a gente vê a polícia fazendo rondas dentro da mata procurando bandidos. Já encontraram até gente morta aí dentro”, revela a aposentada.
 
Outro problema apontado pelos moradores é a presença de insetos nas residências e possíveis criadouros do mosquito transmissor da dengue existentes nas caçambas velhas. A dona de casa Aparecida de Lima mora em um dos condomínios recém-construídos pela prefeitura da capital e que estão localizados ao lado da sucata. Ela conta que é comum a presença de aranhas e escorpiões nas residências e acredita que os insetos que invadem as casas tenham saído do ferro velho.
 
“Vários vizinhos meus já encontraram escorpiões em casa, rato e baratas. Sem contar nos restos de água acumulada nas caçambas e nas peças dos carros que podem trazer o mosquito da dengue e prejudicar todo mundo por aqui”, reclama Aparecida.
 
RECUPERAÇÃO
o ser questionado sobre a situação da comunidade do Riachinho, o secretário de Meio Ambiente de João Pessoa, Edilton Raimundo Nóbrega, disse ainda não ter conhecimento do caso. Contudo, se a situação for confirmada, de acordo com ele, a secretaria irá tomar as devidas providências para recuperar a área prejudicada e punir a empresa responsável pela degradação. “Preciso mandar o pessoal para o local, preparar relatórios e estudar o caso. A ações são variadas e vão depender do tipo de área”, disse.

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