sábado, 15 de fevereiro de 2014

Projetos que não saem do papel

População enfrenta trânsito e congestionamento diariamente na capital, enquanto projetos de mobilidade não são executados. 



 



Alberi Pontes
Semob admite que principais projetos de modalidade urbana não saíram do papel

Propostas para melhorar o tráfego em pontos estratégicos de João Pessoa existem, no entanto o responsável pela Superintendência Executiva de Mobilidade Urbana (Semob), Nilton Pereira, admite que os principais projetos de modalidade urbana não saíram do papel. Enquanto as soluções não são executadas, pedestres e condutores sofrem para se livrar de congestionamentos em vários pontos da cidade.

Um deles é a avenida Epitácio Pessoa, por onde o motoboy Jaerton de Oliveira trafega diariamente e perde, em média, 20 minutos preso em congestionamentos todos os dias. Para melhorar o fluxo de veículos ao longo da avenida Epitácio Pessoa, existe um projeto para a construção de um viaduto que ligaria um trecho da avenida, nas proximidades do Espaço Cultural, à BR-230. Segundo informações da assessoria de comunicação da Secretaria de Planejamento do Município (Seplan), a proposta está em análise na Semob.

Outro projeto que desafogaria o trânsito entre os bairros dos Bancários e Castelo Branco é o 'Vias do Atlântico'. Elaborado em 2011, através de um convênio entre a prefeitura da capital e o governo do Estado, o projeto estava orçado em 9,1 milhões e seria executado pelo Departamento Estadual de Estradas de Rodagem (DER). Mas, as obras ainda não foram iniciadas por falta de recursos, conforme explicou o superintendente da Semob, Nilton Pereira.

“Há um projeto chamado 'Vias do Atlântico'. Uma via interligando as Três Ruas, nos Bancários, UFPB, próximo ao Hospital Universitário, e Altiplano, servindo de rota alternativa para acesso aos bairros da zona sul. Estava tudo pronto para a licitação do projeto, que seria de grande importância para a população da cidade. Porém, com o rompimento político do governo do Estado com a prefeitura, o projeto está parado desde então”, confirmou.

Nilton Pereira alegou ainda que a prefeitura está buscando recursos para iniciar as obras, mas ainda não há previsão para o trabalho. Já o diretor de Operações da Semob, Cristiano Nóbrega, informou que no trecho que abrange o projeto e também no entorno da Universidade Federal da Paraíba (UFPB), mais de dois mil veículos trafegam pela área todos os dias.

Saindo da zona sul e seguindo em direção à avenida Epitácio Pessoa, um dos principais corredores da cidade, a falta de mobilidade afeta condutores e transeuntes todos os dias. Além dos trechos já conhecidos por quem transita pelo local, outros pontos tidos como “vias alternativas” já registram pequenos transtornos de mobilidade. No entanto, até esses “atalhos” têm concentrado grande quantidade de veículos e deixado o trânsito lento.

Acostumado a transitar pela Epitácio Pessoa para fazer entregas, o motociclista Jaerton aponta trechos da avenida Epitácio Pessoa, dos bairros da Torre e Tambauzinho como os pontos mais críticos nos horários do início e final da tarde.

“Mesmo com a moto, não consigo me livrar do trânsito e fico parado no congestionamento”, lamentou.

A servidora Paloma Oliveira revela que outras ruas no bairro da Torre, principalmente nas proximidades do mercado público, também ficam congestionadas nos horários de maior tráfego, início da manhã, 7h, e da noite, 18h. “Procuro utilizar mais as BRs, mas sempre que passo pela Torre ou Epitácio enfrento congestionamento. A gente perde muito tempo no trânsito”, disse a jovem.

POPULAÇÃO RECLAMA DE 'GARGALOS' NO CENTRO
No Centro de João Pessoa, os condutores já estão acostumados a encontrar congestionamento no entorno do Parque Solon de Lucena (Lagoa), sobretudo nos horários de pico. Contudo, em outros trechos do bairro, como as avenidas Odon Bezerra, Dom Pedro I e Princesa Isabel , próximo ao Mercado Central, são as novas “dores de cabeça” dos condutores.

Jeferson dos Anjos trafega diariamente pelo Centro da capital e aponta a área no entorno do Parque Solon de Lucena (Lagoa) e do viaduto Dorgival Terceiro Neto como os locais de maior movimentação. “Tem dias que naquela área eu passo de 15 a 20 minutos no congestionamento. Todos os dias é a mesma coisa. Tem a faixa exclusiva para os ônibus, mas não adianta muito”, completa.

Para fugir do trânsito, muitos condutores também procuram rotas alternativas, como a avenida Princesa Isabel, Maximiliano de Figueiredo, para seguir no sentido Centro/Praia. O cruzamento entre as avenidas Severina Moura e Júlia Freire, no bairro da Torre, é via de acesso para a Epitácio Pessoa, nos sentidos Centro/Praia e Praia/Centro frequentemente fica congestionada devido ao tráfego de veículos no local. O mesmo acontece no viaduto do Cristo Redentor.

SEM CONTATO
A reportagem do JORNAL DA PARAÍBA tentou contato por telefone, durante todo o dia, com o superintendente da Semob, Nilton Pereira, para saber mais informações sobre o projeto de mobilidade previsto para a área da avenida Epitácio Pessoa e os demais projetos do PAC Mobilidade. Mas, até o fechamento desta edição, o gestor não foi localizado para comentar o assunto.

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