População enfrenta trânsito e congestionamento diariamente na capital, enquanto projetos de mobilidade não são executados.
Katiana Ramos
Propostas para melhorar o tráfego em pontos
estratégicos de João Pessoa existem, no entanto o responsável pela
Superintendência Executiva de Mobilidade Urbana (Semob), Nilton Pereira,
admite que os principais projetos de modalidade urbana não saíram do
papel. Enquanto as soluções não são executadas, pedestres e condutores
sofrem para se livrar de congestionamentos em vários pontos da cidade.
Um deles é a avenida Epitácio Pessoa, por onde o motoboy Jaerton de
Oliveira trafega diariamente e perde, em média, 20 minutos preso em
congestionamentos todos os dias. Para melhorar o fluxo de veículos ao
longo da avenida Epitácio Pessoa, existe um projeto para a construção de
um viaduto que ligaria um trecho da avenida, nas proximidades do Espaço
Cultural, à BR-230. Segundo informações da assessoria de comunicação da
Secretaria de Planejamento do Município (Seplan), a proposta está em
análise na Semob.
Outro projeto que desafogaria o trânsito entre os bairros dos
Bancários e Castelo Branco é o 'Vias do Atlântico'. Elaborado em 2011,
através de um convênio entre a prefeitura da capital e o governo do
Estado, o projeto estava orçado em 9,1 milhões e seria executado pelo
Departamento Estadual de Estradas de Rodagem (DER). Mas, as obras ainda
não foram iniciadas por falta de recursos, conforme explicou o
superintendente da Semob, Nilton Pereira.
“Há um projeto chamado 'Vias do Atlântico'. Uma via interligando as
Três Ruas, nos Bancários, UFPB, próximo ao Hospital Universitário, e
Altiplano, servindo de rota alternativa para acesso aos bairros da zona
sul. Estava tudo pronto para a licitação do projeto, que seria de grande
importância para a população da cidade. Porém, com o rompimento
político do governo do Estado com a prefeitura, o projeto está parado
desde então”, confirmou.
Nilton Pereira alegou ainda que a prefeitura está buscando recursos
para iniciar as obras, mas ainda não há previsão para o trabalho. Já o
diretor de Operações da Semob, Cristiano Nóbrega, informou que no trecho
que abrange o projeto e também no entorno da Universidade Federal da
Paraíba (UFPB), mais de dois mil veículos trafegam pela área todos os
dias.
Saindo da zona sul e seguindo em direção à avenida Epitácio Pessoa,
um dos principais corredores da cidade, a falta de mobilidade afeta
condutores e transeuntes todos os dias. Além dos trechos já conhecidos
por quem transita pelo local, outros pontos tidos como “vias
alternativas” já registram pequenos transtornos de mobilidade. No
entanto, até esses “atalhos” têm concentrado grande quantidade de
veículos e deixado o trânsito lento.
Acostumado a transitar pela Epitácio Pessoa para fazer entregas, o
motociclista Jaerton aponta trechos da avenida Epitácio Pessoa, dos
bairros da Torre e Tambauzinho como os pontos mais críticos nos horários
do início e final da tarde.
“Mesmo com a moto, não consigo me livrar do trânsito e fico parado no congestionamento”, lamentou.
A servidora Paloma Oliveira revela que outras ruas no bairro da
Torre, principalmente nas proximidades do mercado público, também ficam
congestionadas nos horários de maior tráfego, início da manhã, 7h, e da
noite, 18h. “Procuro utilizar mais as BRs, mas sempre que passo pela
Torre ou Epitácio enfrento congestionamento. A gente perde muito tempo
no trânsito”, disse a jovem.
POPULAÇÃO RECLAMA DE 'GARGALOS' NO CENTRO
No Centro de João Pessoa, os condutores já estão acostumados a
encontrar congestionamento no entorno do Parque Solon de Lucena
(Lagoa), sobretudo nos horários de pico. Contudo, em outros trechos do
bairro, como as avenidas Odon Bezerra, Dom Pedro I e Princesa Isabel ,
próximo ao Mercado Central, são as novas “dores de cabeça” dos
condutores.
Jeferson dos Anjos trafega diariamente pelo Centro da capital e
aponta a área no entorno do Parque Solon de Lucena (Lagoa) e do viaduto
Dorgival Terceiro Neto como os locais de maior movimentação. “Tem dias
que naquela área eu passo de 15 a 20 minutos no congestionamento. Todos
os dias é a mesma coisa. Tem a faixa exclusiva para os ônibus, mas não
adianta muito”, completa.
Para fugir do trânsito, muitos condutores também procuram rotas
alternativas, como a avenida Princesa Isabel, Maximiliano de Figueiredo,
para seguir no sentido Centro/Praia. O cruzamento entre as avenidas
Severina Moura e Júlia Freire, no bairro da Torre, é via de acesso para a
Epitácio Pessoa, nos sentidos Centro/Praia e Praia/Centro
frequentemente fica congestionada devido ao tráfego de veículos no
local. O mesmo acontece no viaduto do Cristo Redentor.
SEM CONTATO
A reportagem do JORNAL DA PARAÍBA tentou contato
por telefone, durante todo o dia, com o superintendente da Semob,
Nilton Pereira, para saber mais informações sobre o projeto de
mobilidade previsto para a área da avenida Epitácio Pessoa e os demais
projetos do PAC Mobilidade. Mas, até o fechamento desta edição, o gestor
não foi localizado para comentar o assunto.
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