Tempo nublado e início das chuvas causam preocupação em moradores do Timbó e do Bairro São José, áreas consideradas de risco.
Katiana Ramos
É só o céu ficar nublado para a dona de casa Rosa de Lourdes de Oliveira ficar com medo de que a casa onde mora, na comunidade do Timbó, em João Pessoa, volte a ser invadida pela água do rio que passa pelo local. A preocupação da moradora é a mesma de outras pessoas que vivem nas áreas consideradas de risco, na capital, já que desde a última sexta-feira, a ocorrência de chuvas tem sido frequente no Litoral paraibano e a previsão do Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet) é que as precipitações continuem ao longo desta semana na região.
É só o céu ficar nublado para a dona de casa Rosa de Lourdes de Oliveira ficar com medo de que a casa onde mora, na comunidade do Timbó, em João Pessoa, volte a ser invadida pela água do rio que passa pelo local. A preocupação da moradora é a mesma de outras pessoas que vivem nas áreas consideradas de risco, na capital, já que desde a última sexta-feira, a ocorrência de chuvas tem sido frequente no Litoral paraibano e a previsão do Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet) é que as precipitações continuem ao longo desta semana na região.
Para hoje, a previsão do Inmet é de ocorrência de chuvas isoladas durante todo o dia na capital. No Timbó, 136 famílias foram beneficiadas com moradias em condomínio popular. Mas, outras dezenas têm a esperança de conseguir um imóvel em um local seguro.
A casa de Rosa de Lourdes está localizada bem próxima ao rio Timbó. Ela conta que além da água suja, ratos e insetos invadem a residência constantemente e bastou as poucas chuvas dos últimos dias para que o piso ficasse encharcado pelas infiltrações.
“Na minha casa a água entra por baixo do chão. Moro aqui com duas crianças e vejo a hora as paredes caírem por cima da gente. No ano passado, o pessoal da prefeitura me cadastrou, mas até hoje não recebi nada e estou na mesma situação”, lamentou a dona de casa.
A mesma situação de risco é a da família da catadora Ângela Lorentino. Além da proximidade com o rio Timbó, a casa onde ela mora fica em frente a uma galeria, que está sem cobertura, oferecendo risco principalmente às crianças que passam pelo local. Parte da galeria não foi coberta pelas placas e o esgoto correndo a céu aberto atrai insetos para as residências. “O pessoal da prefeitura começou a tapar a galeria, mas não terminaram. Faz mais de um mês que está assim, tudo aberto.
De lá para cá, crianças, idosos e outras pessoas que passavam por aqui caíram nesse esgoto”, denunciou.
No bairro São José o clima de tensão entre os moradores que ainda estão nas residências às margens do rio Jaguaribe não é diferente. Os moradores contam que a limpeza do rio é feita com regularidade, mas muitos que foram cadastrados para deixar as casas e ir para o auxílio aluguel ainda não foram contemplados com o benefício.
A aposentada Maria Lúcia Matias, moradora do bairro há mais de 30 anos, desde o ano passado não consegue deixar a casa arrumada. Temendo uma nova inundação na casa onde mora, ela deixa os móveis suspensos, roupas e objetos menores empacotados. Quando começam as chuvas, ela não consegue ficar tranquila em casa.
“Nas chuvas do ano passado, a água do rio entrou na minha casa e entrou cobra, sapo, rato. Foi uma imundície. Também perdi móveis e um microondas”, lembra Maria Lúcia. A moradora relata ainda que foi cadastrada pela Secretaria de Desenvolvimento Social (Sedes) para receber o auxílio aluguel e gostaria de deixar a casa na área de risco, mas o benefício ainda não foi concedido.
MORADORES RECLAMAM DE APARTAMENTOS
Outros moradores da comunidade do Timbó, nos Bancários, reclamam que alguns apartamentos do condomínio popular foram entregues com a obra inacabada, como falta de encanação para esgotamento sanitário e instalação de portas, além do calçamento das ruas, que não foi concluído.
A dona de casa Ana Maria da Silva conta foi contemplada com um dos apartamentos há três meses. Ela conta que há cerca de um mês, as telhas já apresentaram problemas de rachaduras e com as últimas chuvas, a água infiltrou as paredes e parte da laje. Outro problema apontado por ela é a falta de calçamento na maior parte das ruas do condomínio e um outro trecho para escoamento da água que oferece risco de acidentes para as crianças. “Esse buraco aqui é um perigo grande para as crianças, porque não tem nenhuma proteção. Semana passada mesmo, um menino caiu aqui e quebrou o braço. Quando começar o inverno mesmo vai ficar mais perigoso”, disse a moradora.
A sogra de Betânia da Silva também recebeu um apartamento, porém o banheiro da residência não estava com o sistema de encanação completo e os quartos estão sem portas. “O pessoal da prefeitura que estava trabalhando aqui disse que não vão colocar as portas e que os moradores é quem tem que consertar o que estiver faltando”, lamentou.
Por meio da assessoria de imprensa da Secretaria de Infraestrutura (Seinfra), o secretário Ronaldo Guerra explicou sobre o calçamento. Segundo o órgão, projeto está no momento passando por retificação para que seja dada continuidade à obra.
Enquanto isso, a secretária de Habitação do município, Socorro Gadelha, garantiu que o condomínio do Timbó foi entregue aos moradores em bom estado. “Entregamos com todos os ajustes.
Fizemos inclusive a vistoria com os moradores que assinaram reforçando que estava tudo certo”, lembrou. “O muro de contenção também está pronto. Estamos apenas terminando uma pequena parte da pavimentação, que devemos concluir em até 20 dias e não afeta em nada a segurança do condomínio”, completou.
Ainda de acordo com Socorro Gadelha, há outros projetos estão em andamento e o foco das ações da secretaria são as áreas de risco. “Estamos construindo o muro de contenção da Saturnino de Brito. Depois, construiremos as 400 unidades (habitacionais)”, disse.
Nenhum comentário:
Postar um comentário