12/02/2014 | 08h23min
Catamarãs levam para mergulhos na água cristalina que se
acumula entre os recifes. Em meia hora de navegação, você entende o por quê da região ter sido apelidada de ‘Caribe brasileiro’ |
Bruna Toni / TEXTO e Hélvio Romero / FOTOS
JOÃO PESSOA
A única coisa que nos cercava era uma imensidão de água morna e
esverdeada, interrompida por manchas mescladas que indicavam as áreas
com concentração de corais, onde se escondem pequenos peixes de tons
diversos. Sob os pés, areia clara constituída por minúsculas conchas. O
silêncio seria total, não fossem as conversas dos pouco mais de 15
turistas que nos acompanhavam no passeio cuja principal atração é o
mergulho. O calor não permitia a ninguém ficar dentro do catamarã que
nos levou pelo Atlântico. Nem o visual. Quem se arriscaria a perder a
chance de explorar tudo que o chamado “Caribe brasileiro” tem a
oferecer?
Mergulhar durante cerca de duas horas em uma das piscinas
naturais menos exploradas da Paraíba já compensaria pela beleza natural e
comércio local, formado por pescadores. Mas há um quê de especial ali
que faz a pequena João Pessoa tornar-se referência. A oeste, a cerca de
quinhentos metros de onde estamos, fica a famosa Ponta do Seixas, o
extremo oriental das Américas, cuja a distância até a África
(aproximadamente 3.800 quilômetros) é a menor possível para quem sai do
continente. Se é abuso querer avistar terras africanas dali, o passeio
do Seixas garante, no mínimo, a sensação de estar em uma das principais
rotas do mundo. E onde o sol nasce primeiro.
O caminho até lá não leva mais de meia hora para quem parte do
litoral sul da capital paraibana. É possível fazê-lo por meio de uma
agência (a maior delas é a Luck), que oferece a comodidade do transporte e pode incluir outros passeios no roteiro (em média, R$ 65 por pessoa).
Para quem quer gastar menos e ficar livre para escolher aonde
ir, a dica é alugar um carro para passar o dia. Mas é preciso se
programar. “Preste atenção às fases da lua”, orienta Hector, o guia da
Secretaria Municipal de Turismo que nos acompanha até a vila de
pescadores, na Praia da Penha, de onde sai o catamarã. O recado,
aparentemente banal, logo é compreendido. “Tudo depende da maré. Para
dar passeio bom, a lua precisa ser nova ou minguante”, explica.
Depois de consultar a natureza para saber se a maré estará baixa – o que pode ser feito pelo site da Capitania dos Portos da Paraíba –,
é bom não arriscar e fazer a sua reserva. Ainda pouco conhecido, o
transporte até a piscina do Seixas é feito apenas por uma empresa, a Maresia Turismo, e, dependendo do dia, pode ter lotação máxima (cem pessoas).
Outra opção para mergulho é o Picãozinho, arrecife de corais
que fica em Tambaú, mais ao centro de João Pessoa. Por causa da intensa
exploração, porém, a capacidade das sete embarcações que rumam para lá
foi reduzida, tornando o passeio mais caro. “O Seixas está muito mais
preservado porque só é frequentado por pescadores que vivem na redondeza
e poucos turistas”, conta Leonardo Guedes, biólogo e proprietário da
Maresia Turismo.
Léo, como é conhecido por essas bandas, cobra R$ 30 por pessoa e
aluga máscaras de mergulho por R$ 10. Dentro da embarcação, há bebidas e
petiscos. Como o ponto de encontro e saída do catamarã é um
restaurante, o Muxima, muitos turistas aproveitam para almoçar por ali mesmo. Seu ponto forte é a culinária angolana e regional.
VIAGEM A CONVITE DA FUNDAÇÃO CULTURAL DE JOÃO PESSOA E DA SECRETARIA DE CULTURA
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