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sábado, 13 de abril de 2013
Cabedelo: Bar do Surfista é demolido
Bar também era
a sede de uma ONG de proteção às tartarugas marinhas e abrigava uma
escola de alfabetização e surfe para crianças carentes.
Jaine Alves Fotos: Francisco FrançaExecução da desocupação da área foi realizada pela Secretaria de Obras e Serviços Urbanos de Cabedelo
Luto e revolta. Esses foram os principais sentimentos expressados pelos
moradores de Intermares, em Cabedelo, Região Metropolitana de João
Pessoa, ao presenciar a demolição do Bar do Surfista, que funcionava no
local há 30 anos, onde também ficava a Organização Não Governamental
(ONG) Guajiru - em proteção às tartarugas marinhas e projetos sociais
que incentivavam a educação e o surf para meninos carentes. A
determinação foi da Justiça Federal na Paraíba, e a execução da
desocupação da área foi realizada pela Secretaria de Obras e Serviços
Urbanos (Seosur) de Cabedelo.
O dono do bar, Valdi Silva Moreira, estava inconformado e lamentou.
“Não é apenas um bar que vai embora. São sonhos que foram construídos ao
longo dessas três décadas, são projetos que foram construídos, que
incluíram muitos jovens carentes como o nosso Fininho, que hoje é
campeão do surf.
Agora, eu pergunto: Quem vai dar continuidade aos nossos projetos
sociais, como a Escolinha da Alfabetização, Escola de Surf e a ONG
Guajiru para defender as tartarugas?”, indagou, preocupado com o futuro
dos jovens de Intermares que encontravam apoio e as refeições diárias no
bar, gratuitamente.
A advogada de Valdi, Zilma Barros, reconheceu que o processo já foi
transitado em julgado e não cabia mais recursos, no entanto, destacou
que já havia solicitado a Justiça um prazo de 180 dias. “Em decorrência
de uma inspeção anual interna da Justiça Federal, todos os processos
estavam paralisados e seriam retomados na próxima segunda-feira, mas a
vontade de derrubar o bar é tão grande que não quiseram esperar. É
lamentável, pois são 30 anos de história que só fizeram bem à
população”, declarou.
O bancário e ex-surfista profissional, Antônio Vaz, disse que o clima
entre moradores, frequentadores e surfistas era de luto. “Infelizmente é
muito triste”, lamentou.
A Secretaria de Obras e Serviços Urbanos (Seosur), Érika Gusmão,
disse que a Prefeitura esperou o máximo do prazo. “É tanto que estamos
aqui com calma, deixando ele retirar as coisas com calma também. Estamos
cumprindo uma decisão para que não venhamos a ser penalizados com
multas e uma série de outras medidas legais da Justiça”, afirmou.
O procurador Lincon Mendes reforçou a afirmação da secretária de
Obras e destacou que como cidadão também está infeliz pela demolição.
“Aguardamos escoar o máximo do prazo para que o Valdi pudesse se
organizar. Dessa forma, hoje (ontem), estamos aqui de forma passiva para
cumprir a determinação, até mesmo porque a Prefeitura também é ré nesse
processo e poderíamos responder por crime de desobediência. Sabemos dos
projetos e da ONG que eram desenvolvidos aqui e não sentimos alegria
com a demolição", disse.
O Bar do Surfista é alvo de uma ação do Ibama, desde 2004, por danos ambientais.
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