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segunda-feira, 8 de abril de 2013
Natureza sem proteção rigorosa
Área de Proteção Ambiental de Tambaba, no Conde, não possui plano de manejo, o qual determina o que pode ser construído na área.
Valéria Sinésio
Fotos: Francisco FrançaPlano de Manejo deve começar a ser feito em junho e concluído em um ano, segundo a Sudema
Quem conhece as praias do Litoral Sul, no
Conde, se encanta com facilidade. O congestionamento aos finais de
semana reforça a tese de que o local é mesmo destino certo para quem
quer descansar e desfrutar da beleza e tranquilidade de praias como
Tabatinga, Coqueirinho e Tambaba. Tão certo como o encantamento dos
turistas é o interesse de investidores brasileiros e estrangeiros pela
área, considerada uma 'mina de ouro'.
Mas os problemas não se resumem às construções desordenadas,
resultado de licenças emitidas sem o devido rigor em anos anteriores.
Recentemente um incêndio destruiu parte da Área de Proteção Ambiental de
Tambaba (APA), que engloba uma área de 11.320 hectares. Situações que
sugerem falha na fiscalização por parte da Superintendência de
Administração do Meio Ambiente (Sudema). Na prática, a APA criada há
oito anos, não foi realmente implantada e não consegue barrar a ambição
dos empresários.
A falta do plano de manejo dificulta a fiscalização efetiva prevista
na APA. O plano é um documento de conduta que traz as peculiaridades da
área e impõe regras e flexibilidades para o seu ordenamento. O
coordenador de estudos ambientais da Sudema, Tiago Silva, disse que a
elaboração do plano de manejo deve começar em junho próximo e ser
concluído em um ano. É importante ressaltar que a categoria APA é
flexível e não impede a instalação de equipamentos de forma coerente.
De acordo com Tiago, a lei que cria as APAs não traz 'amarras', as
quais cabem ao plano de manejo, que deve complementá-las. “É um
documento importante que determina o que pode ser construído, como o
tipo de equipamento turístico e o tipo de comércio”, frisou. Há casos de
licenças concedidas pela Sudema classificadas como 'estranhas' pelos
atuais servidores.
Segundo o coordenador, a APA de Tambaba é praticamente toda loteada,
isso porque nunca houve ordenamento. “A ideia agora é criar as condutas e
zonear corretamente”, afirmou. O plano será construído com recursos
advindos da compensação ambiental de uma empresa de cimento que se
instalou no Litoral Sul. “Hoje a gente percebe que a APA passou anos sem
sua real implantação”, declarou.
Apesar disso, o coordenador disse que a simples existência da APA já
serve para barrar alguns 'abusos' por parte de empresários que querem
construir nas praias do Litoral Sul.
“Mesmo sem ter sido implantada, houve realmente uma proteção naquela
área. Talvez se a APA não tivesse sido criada, o Litoral Sul hoje
poderia ser comparado a uma 'selva de pedra', na qual todos os espaços
estariam ocupados com hotéis, pousadas, resorts e residências”, afirmou
Tiago Silva.
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