segunda-feira, 8 de abril de 2013

Clientes e surfistas dão 'abraço' em bar contra demolição na Paraíba


07/04/2013 13h53 - Atualizado em 07/04/2013 16h28 

Proprietário pede para ficar mais seis meses na orla de Intermares.
Bar do Surfista tem projetos sociais e sedia a ONG Guajiru.
 
Do G1 PB
 
 
Clientes e surfistas foram a Intermares em defesa do Bar do Surfista (Foto: Walter Paparazzo/G1)
Clientes e surfistas foram a Intermares em defesa do Bar do Surfista
(Foto: Walter Paparazzo/G1)

Surfistas e clientes deram um “abraço” no Bar do Surfista neste domingo (7) em protesto contra a demolição do local. O bar fica localizado na orla do bairro de Intermares, em Cabedelo, na Grande João Pessoa, e a determinação é da Justiça Federal. O movimento deu oportunidade para moradores do bairro e frequentadores do bar manifestarem opinião sobre o caso e foi transmitido ao vivo através da internet.
 
"Queremos só mais seis meses. Não é muita coisa já que a gente já passou 30 anos"
Valdi Silva Moreira, proprietário do Bar do Surfista
 
A Justiça Federal determinou que o bar seja demolido, inclusive as fossas, e que o aterro da construção seja retirado, bem como removido o entulho gerado pela demolição, até o dia 10 de abril. O dono do bar, Valdi Silva Moreira, declarou que queria apenas que fosse concedido um prazo maior, uma vez que a Prefeitura de Cabedelo já aprovou um projeto para relocar o bar para o outro lado da rua.

“Nós entramos com um pedido de conciliação e pedimos que a juíza reconsidere a decisão já que fatos novos surgiram, que é o projeto de construir o bar do outro lado da rua. O Ibama e o MPF [Ministério Público Federal] estão do nosso lado. Queremos só mais seis meses. Não é muita coisa já que a gente já passou 30 anos”, disse Valdi.

Durante a manifestação, Valdi fez questão de lembrar que o Bar do Surfista tem vários trabalhos sociais e destacou o exemplo do surfista Fininho, que foi menino de rua antes de ser acolhido pelo bar.

Ele contou que o menino pedia dinheiro e comida na porta de uma padaria depois que fugiu de casa, aos 7 anos. Para tirar ele e outros meninos das ruas, Valdi emprestava pranchas com a condição de que eles estudassem. Fininho aprendeu a ler e escrever no bar e passou a morar na barraca. Este ano, ele foi convocado para integrar o time brasileiro para o Mundial de Surf do Panamá. “A gente só pede uma ajuda para que essa gente não volte para a para a porta da padaria”, pediu Valdi.

Além de realizar projetos sociais com crianças de rua, o Bar do Surfista é sede da ONG Guajiru, que tem a tarefa de proteger as tartarugas marinhas que visitam e desovam na orla paraibana. A estrutura era importante para a ONG para servir de depósito de material e receber turistas e estudantes. Segundo a fundadora da ONG, Rita Mascarenhas, essa época é o auge da temporada de desova de tartarugas.

Proprietário do bar pede para ficar mais seis meses na orla de Intermares, até que obra do outro lado da rua seja finalizada (Foto: Walter Paparazzo/G1)
Proprietário do bar pede para ficar mais seis meses na orla de Intermares,
até que obra do outro lado da rua seja finalizada (Foto: Walter Paparazzo/G1)
 


Nenhum comentário:

Postar um comentário