O
problema da praga da cochonilha do carmim já está atingindo as
plantações de palma na região de Campina Grande e causando sérios
prejuízos, principalmente neste momento em que a pior seca dos últimos
anos está castigando o Nordeste. A informação é do deputado e engenheiro
Romero Rodrigues.
No ano passado, o deputado participou na
Embrapa em Campina Grande, no bairro do Centenário, seminário com
técnicos do Ministério da Agricultura, para discutir alternativas para o
combate a praga da cochonilha do carmim que ataca as plantações de
palmas forrageiras, já devastou mais de 100 mil hectares em 54
municípios da Paraíba, causando um prejuízo de quase R$ 500 milhões.
O
deputado Romero Rodrigues preocupado com o problema idealizou a
iniciativa que contou com as presenças de técnicos do Governo Federal,
secretários de Agricultura do Nordeste, prefeitos, vice-prefeitos,
vereadores e outras autoridades.
Conforme as informações são cerca
de 10 mil produtores rurais prejudicados pela destruição nos palmais e
que estão sendo obrigados a buscar formas alternativas para a
sobrevivência dos animais, principalmente do gado. Os prejuízos
provocados pela ação do parasita também gera desemprego e reduz a renda,
principalmente em 12 municípios do Cariri Ocidental e Oriental, onde a
devastação já é quase 100%.
Nessas localidades, o problema é ainda
mais grave porque os agricultores têm a agricultura e pecuária como
suas principais atividades econômicas. Além do Cariri, os municípios da
área compreendida pela Serra de Teixeira também foram afetados. Em toda
Paraíba restam apenas 80 mil hectares de palmas que inclusive já estão
sujeitas ao ataque da cochonilha. Com a velocidade de propagação da
praga, é possível que essas áreas remanescentes também sejam dizimadas
em até um ano.
Para minimizar as dificuldades enfrentadas pelos
agricultores, técnicos da Empresa de Assistência Técnica e Extensão
Rural (Emater-PB) junto com pesquisadores da Empresa Estadual de
Pesquisa Agropecuária da Paraíba (Emepa), tem buscado soluções para
sanar as dificuldades. Como ainda não existe no mercado rural nenhum
tipo de defensivo agrícola capaz de combater a cochonilha, os
pesquisadores e extensionistas rurais estão procurando introduzir nas
áreas afetadas, uma espécie de palma conhecida como PB1, que
geneticamente é resistente à praga. Porém, a planta só existe no Sertão
da Bahia e custa até 50 centavos por raquete. Para obtê-la, o agricultor
precisa de recursos financeiros, transporte e manuseio do produto, até
às áreas rurais da Paraíba.
De acordo com o pesquisador da Emepa,
Edson Batista Lopes, a cochonilha é uma praga de origem mexicana e que
foi introduzida no Brasil pelo Estado de Pernambuco, para fins
comerciais. "A praga da cochonilha é usada no exterior para produção de
carmim, uma substância aproveitada para dar coloração a objetos, como
batons, guloseimas como sorvetes e outros derivados. Ao ser trazida para
o Brasil, os responsáveis perderam o controle biológico e as populações
aumentaram e se espalharam por todas as áreas, principalmente
Pernambuco e Paraíba", explicou o pesquisador.
Edson
explicou que na região do Cariri Ocidental, praticamente toda área em
que existia o cultivo de palma forrageira, foi devastada e com isso,
milhares de agricultores estão sendo obrigados a conviver com os
problemas. Ele disse que como ainda não existem formas mais eficientes
de combate a praga, e a solução mais plausível para o momento é a
substituição das palmas afetadas pela espécie PB1 mais conhecida como
"palma doce", os órgãos responsáveis tem se dedicado ao máximo a busca
da incorporação destas espécies para reduzir as dificuldades, que tem
aumentado imensuravelmente na região, que já sofre com a seca.
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