Perfuração de poços continua em mais seis cidades da Paraíba, beneficiando 27.595 pessoas residentes na zona rural.
Famílias da zona rural do interior paraibano vêm sofrendo esse ano por falta de chuvas, que prejudicou principalmente quem trabalha com a agricultura. Uma das medidas para amenizar a situação dessas pessoas é a construção dos poços artesianos.
Este ano, 158 poços já foram perfurados em comunidades rurais do
Estado e a programação segue na próxima semana em mais seis municípios
(Mamanguape, São João do Cariri, Parari, Nazarezinho, Cajazeiras e
Catingueira), beneficiando 27.595 pessoas residentes em localidades da
zona rural.
O baixo índice pluviométrico em várias cidades da Paraíba está
refletindo no tempo seco e na falta de água. Uma das soluções são os
poços que são perfurados em pequenas comunidades rurais e cada um atende
em média a demanda de cinco ou mais famílias. Segundo o chefe da
Divisão de Hidrogeologia e Sondagens da CDRM, Milton Mafra, a
profundidade máxima desses poços, também chamados cacimbas no Nordeste, é
de 50 metros, mas a média tem sido 35 metros.
A vida útil de um poço pode chegar a mais de 20 anos, de acordo com a
vazão de 1.500 litros por hora. Em muitas localidades, como no Cariri,
essa água dos poços serve para atender os rebanhos. No ano passado,
foram perfurados apenas 26 poços artesianos. “Esse número foi baixo em
comparação a esse ano porque passamos o primeiro semestre organizando a
equipe e solicitando as máquinas para o trabalho, que só começou a
partir de junho. Já em 2012 vamos ter um salto significativo de
perfurações de poços, podendo chegar até 200”, informou Milton.
A estiagem e a escassez de água são os pré-requisitos para solicitar a
perfuração de poços. Segundo Milton Mafra, as demandas podem surgir por
meio do Projeto Cooperar e Fundo Estadual de Combate e Erradicação da
Pobreza (Funcep), em atendimento a pleitos de associações de comunidades
rurais. O chefe da Divisão de Hidrogeologia e Sondagens da CDRM
informou que a solicitação de poços também chega por meio de projetos
apresentados nas plenárias do Orçamento Democrático Estadual (ODE).
Dos seis municípios que vão ser beneficiados com os poços artesianos
na próxima semana, todos eles registraram chuvas abaixo da média este
ano. Segundo a meteorologista Marle Bandeira, o município de Cajazeiras
deveria ter atingido uma média de 822 milímetros (mm) de chuva, mas só
registrou 720mm. Como Cajazeiras, outras cidades também não atingiram a
média de chuvas. “Esse ano foi um ano seco, podendo ser comparado a
1998”, disse.
Outra maneira para amenizar os efeitos da estiagem é a abertura das
comportas dos açudes da Paraíba. Do total de mananciais monitorados
(121) diariamente pela Aesa, 26 estão com capacidade inferior a 20%, até
essa semana, e cinco têm menos de 5%. (Especial para o JP)
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