Encontro discute poluição e assoreamento que amaeçam bacias hidrográficas do Estado, em Campina Grande.
Givaldo Cavalcanti
O primeiro Encontro Estadual de Comitês de Bacias Hidrográficas da Paraíba, realizado na manhã de ontem na Universidade Federal de Campina Grande (UFCG), reuniu especialistas em recursos naturais, membros do Departamento Nacional de Obras Contra as Secas (Dnocs), profissionais da Agência Executiva de Gestão das Águas (Aesa), pesquisadores e sociedade civil, para discutir acerca das condições da bacia hidrográfica paraibana.
Devido a um alto índice de poluição e assoreamento, as cinco áreas
hidrográficas do Estado apresentam um cenário preocupante que compromete
diretamente o desenvolvimento de quase 150 municípios. De acordo com
cada região, são formados comitês de bacia que, a partir do encontro de
ontem, iniciaram discussões buscando alternativas para combater a
poluição das águas por falta de esgotamento sanitário e ausência de
políticas de resíduos sólidos.
Para o diretor de gestão e apoio estratégico da Aesa, Francisco
Nógrega, ainda não se sabe em quanto os rios paraibanos estão assoreados
e poluídos, mas após a visita nos últimos meses em 56 municípios que
fazem parte da bacia hidrográfica do rio Paraíba, a maior do estado,
todos os seguimentos da sociedade devem ficar em alerta, já que o
descontrole sobre o recolhimento do lixo das cidades e o desmatamento
têm prejudicado as áreas hidrográficas.
“É preocupante a situação já que a maioria das cidades não tem
esgotamento sanitário, nem política de coleta de lixo. Há um risco muito
grande até nas cidades que estão no curso das obras de transposição das
águas do Rio São Francisco, já que existe a possibilidade de
contaminação dessa água. Por isso, queremos aproveitar o momento e
discutir estratégias para diminuir essas ações degradadoras”, destacou
Francisco Nóbrega.
A pesquisadora Adriana Ribeiro, especialista em recursos naturais,
avaliou a situação das bacias paraibanas e apontou que é preciso
atualizar os planos das áreas hidrográficas, além de reforçar as
estratégias de relacionamento entre os três comitês existentes no estado
para que as ações sejam mais efetivas. Já Lourdes Barbosa, membro da
secretaria do Dnocs, destacou que está na hora da troca de experiências
entre os comitês atingir diretamente a sociedade para que os primeiros
resultados apareçam em breve.
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