Coleta seletiva domiciliar já atende 22 bairros da capital paraibana; lixo é separado no Centro de Triagem do Aterro Sanitário Metropolitano.
Jaine Alves
Dos 64 bairros de João Pessoa, 22 já recebem a coleta seletiva domiciliar, o que representa uma cobertura de 34,3% dos bairros.
O serviço é realizado porta a porta pelas associações de catadores,
coordenadas pela Autarquia Especial Municipal de Limpeza Urbana (Emlur).
A distribuição é feita em cinco núcleos de coleta seletiva, que
compreendem os bairros do Bessa, Cabo Branco, Jardim 13 de Maio, Jardim
Cidade Universitária e Mangabeira, além do projeto que funciona na
Universidade Federal da Paraíba (UFPB).
Segundo a assessoria de comunicação da Emlur, apesar de alguns
bairros ainda não contarem com a coleta seletiva, as 700 toneladas de
lixo doméstico coletadas diariamente em João Pessoa passam por uma
separação de materiais no Centro de Triagem do Aterro Sanitário
Metropolitano e a inclusão de novos bairros é feita de forma gradativa, a
partir de estudos sobre a viabilidade da implantação. Além do lixo
domiciliar, cerca de 500 toneladas de outros resíduos urbanos são
coletadas diariamente, como entulho, podas e caixas estacionárias
(lixeiras, contentores e papeleiras), em toda João Pessoa, totalizando
1.200 toneladas de lixo por dia.
Conforme o superintendente da Emlur, Lucius Fabiani, estudos estão
sendo realizados para que o serviço seja ampliado em novas áreas da
cidade. “Adquirimos novos veículos e pretendemos implementar a coleta
porta a porta em outros bairros de João Pessoa, além de reforçar as
ações nos locais que já são atendidos”, disse, acrescentando que o
trabalho de conscientização realizado pela equipe de Educação Ambiental
da Autarquia é fundamental para o trabalho de coleta seletiva.
O catador de lixo Aluísio Paulo Rodrigues, 53 anos, exerce a
profissão há 30 anos e faz parte da Associação Astramare, que atua no
Núcleo de Coleta do Bessa. Ele lamentou o fato da população não possuir o
hábito de separar os resíduos da forma que deveria.
“Nós, de baixa renda, temos que ganhar o pão de cada dia com o que as
pessoas descartam como lixo, mas infelizmente falta consciência de
alguns, pois muitos ainda não separam o material”, relatou.
Uma fração da população também sente que ainda é preciso melhorar os hábitos que podem contribuir com o meio ambiente.
“A atitude de fazer a coisa certa está cada vez mais escassa, não só
em João Pessoa, mas em todo país, pela cultura do brasileiro de que os
órgãos públicos devem servir a população e muitos acabam esquecendo que
também precisam fazer a sua parte”, avaliou o aposentado que preferiu
não se identificar, mas que afirmou jogar lixo no lixo e nos coletores
específicos para cada tipo.
Os coletores especiais seletivos, destinados ao descarte de vidro,
papel e metal, são dificilmente encontrados pelas ruas da capital, já
que a Prefeitura, não oferece o sistema à população.
De acordo com a assessoria de comunicação da Emlur, esses coletores
são disponibilizados pelas empresas privadas para incentivar e
conscientizar as pessoas da importância de separar o lixo e a obrigação
da Emlur é realizar o recolhimento do lixo, o que já está sendo feito em
todos os bairros.
Por sua vez, ressaltou que o lixo especial pode ser descartado na
coleta seletiva, ou nos pontos de atendimento, em caso de bairros que
ainda não são atendidos pela coleta seletiva, pois existem pontos para
descarte de pilhas em parceria com o banco Santander, e de resíduos
eletrônicos em parceria com a empresa RCTEC, onde o ponto de descarte é
localizado próximo ao Parque Arruda Câmara (Bica), situado no bairro do
Róger.
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