Dados
divulgados pelo IBGE mostram que rebanho cresceu acima do Nordeste e da
média nacional, contabilizando 1,354 milhão de cabeças.
Halita Avelar
Apesar do efetivo bovino paraibano ter registrado alta de 9% no ano
passado, o rebanho deverá sofrer forte redução devido à estiagem, que
atinge as regiões do Sertão, Seridó e do Cariri, segundo a Federação da
Agricultura e Pecuária da Paraíba (Faepa). Os dados do levantamento
intitulado “Produção da Pecuária Municipal 2011”, divulgados ontem pelo
Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), mostram que o
rebanho, que cresceu acima do Nordeste (2,85%) e da média nacional
(1,6%), contabilizou 1,354 milhão de cabeças no ano passado contra
1,242 milhão em 2010. A Paraíba tem apenas o sexto rebanho bovino do
Nordeste.
“A tendência é que esses números diminuam este ano entre 20% e 30%,
pois não há previsões de chuvas até fevereiro do próximo ano. Os
pequenos produtores estão vendendo os animais ou mandando para outras
regiões e também não estão comprando mais. Estive com produtores de
Catolé do Rocha, um dos dez municípios com maior rebanho bovino do
Estado, e alguns deles me confessaram perdas de até 30% do gado tanto em
vendas ou em decorrência da morte de alguns animais”, revela o
presidente da Faepa, Mário Borba, que estima em até quatro anos o
período necessário para que o Estado recupere as perdas da estiagem
deste ano. Somente no ano passado, a Paraíba acrescentou 112 mil animais
no rebanho bovino, melhor performance entre os animais de porte grande.
Segundo o dirigente, os números positivos registrados no ano passado
podem ser atribuídos aos invernos regulares da década passada (2000 a
2010), que elevaram a produtividade de leite, do efetivo do rebanho
bovino, de vacas para ordenha, que foram considerados bastante
favoráveis para a criação de animais.
“Tivemos invernos acima da média até 2010, o que aumentou bastante o rebanho até o ano passado”, comentou.
O rebanho de ovinos acompanhou também a alta, que passou de 433 mil,
em 2010, para 447,4 mil em 2011, registrou variação de 3,2% e manteve o
Estado na sexta posição do Nordeste. Quanto à criação de caprinos, mesmo
tendo registrado uma queda de 3,2% em 2011, a Paraíba segue com o
quinto maior rebanho (de médio porte) do país. O IBGE registrou, no ano
passado, 580,807 mil cabeças do animal contra as 600,607 mil de 2010.
Segundo ainda o estudo, mesmo sendo apenas o sexto maior estado
nordestino em vacas ordenhadas (259,283 mil em 2011), a Paraíba tem uma
das melhores taxas de produtividade de leite do Nordeste, ocupando a
quarta posição. O índice paraibano é de 938 litros de leite por vaca ao
ano. Já o Nordeste tem uma produtividade de 833 litros/vaca/ano, o que
representa uma taxa 11% abaixo da Paraíba produzido por vaca ano.
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