Investimento em propaganda eleitoral impressa superou R$ 300 milhões
Neste domingo (28), 31,7 milhões de eleitores de 50 cidades do País voltam às urnas para decidir os vencedores do segundo turno das Eleições municipais.
Quem também retorna é o lixo produzido pela propaganda eleitoral: a
quantidade de papéis utilizados para as campanhas — e jogados nas ruas —
poderia ser utilizada para a produção de mais de 20 milhões de livros
ou cadernos que poderiam ser feitos ou a mais de 20 bilhões de folhas
tamanho A4, segundo cálculos do juiz auxiliar da presidência do TSE,
Paulo de Tarso Tamburini.
A quantidade corresponde ainda a 417 mil árvores cortadas.
Os números do lixo produzido são de assustar: só no dia do primeiro turno, foram coletadas na cidade do Rio de Janeiro 324 toneladas de lixo eleitoral (30 toneladas a mais em relação ao mesmo período de 2008).
Tamburini chegou a uma conclusão: a propaganda eleitoral é cara e agride o meio ambiente.
Só com combustível, até o primeiro turno das eleições, foram gastos 54
milhões de litros, o que significa quase 40 toneladas de gás carbônico a
mais na atmosfera.
E não é só. Nos quase três meses de propaganda eleitoral nas cidades,
partidos e candidatos investiram em propaganda eleitoral impressa. Até a
segunda parcial de contas apresentada ao TSE (Tribunal Superior
Eleitoral), mais de R$ 300 milhões haviam sido gastos só com papel e
publicidade em jornais e revistas.
Sujeira nas cidades
O problema da propaganda eleitoral jogada no lixo ou nas ruas não é uma exclusividade das capitais.
O município de Novo Gama, em Goiás, a 40 km de Brasília,
teve eleição para prefeito e dez vereadores. A propaganda eleitoral no
dia da votação deu trabalho para a limpeza pública, segundo o secretário
de Obras de Novo Gama, Alessandro Barreiros. — O aumento foi muito grande, cerca de 500% ou mais. A nossa equipe
diária de varrição é muito pequena. Diante do volume muito grande de
material de campanha, nós tivemos que deslocar pessoas de outros setores
para fazer essa varrição.
O juiz eleitoral Paulo de Tarso Tamburini espera que o estudo sobre o
impacto ambiental da propaganda eleitoral ajude os partidos e
candidatos a mudar a forma de fazer a propaganda eleitoral no Brasil. — Esse é o nosso objetivo, fornecer dados concretos e estatísticos
para que se reflita como se pode alterar a propaganda eleitoral ou como
se pode tratar a propaganda eleitoral de maneira que esse impacto
ambiental seja diminuído.
Segundo turno
Ao todo, 33 municípios do interior e 17 capitais realizam o segundo
turno. Do total de 83 cidades que poderiam ter uma nova disputa, 33 já
elegeram seus prefeitos na primeira etapa, que aconteceu no dia 7 de
outubro.
Entre as cidades que já conhecem seus prefeitos estão as capitais
Palmas (TO) e Boa Vista (RR), com menos de 200 mil habitantes, e Rio de
Janeiro (RJ) e Porto Alegre (RS).
A maioria dos municípios com segundo turno — 37 dentre 50 — aderiu ao
horário de verão. Nestes locais, a votação terminará às 17h do horário
de Brasília. Nos que não aderiram, os votos poderão ser feitos até uma
ou duas horas após o horário de Brasília.
Segundo o TSE, a urna eletrônica é programada para iniciar e encerrar
a votação conforme a hora de cada localidade, independentemente da
adesão ao horário diferenciado.
R7
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