Historiadora afirma que instalação das ordens religiosas era uma estratégia para preservar o território da ação de estrangeiros.
Cecília Lima
A fé cristã foi um elemento importante na gênese da Paraíba. Por ter
sido colonizado por Portugal, um país católico, o Brasil sofreu
influência direta de ordens religiosas como os Franciscanos,
Beneditinos, Carmelitas e Jesuítas. Prova dessa influência foi o
Tribunal da Santa Inquisição, instalado no início do século 17 na
província, que combatia as heresias, perseguindo judeus, mouros e
protestantes.
A historiadora Marta Falcão explica que a instalação das ordens
religiosas no território recém-descoberto era uma necessidade para
mantê-lo ocupado e a salvo da ação de estrangeiros. “A partir de 1530,
Portugal começou a doar terras para serem ocupadas no Brasil. Por ter um
forte compromisso com a tradição católica, o rei providenciou que
viessem também os religiosos para tratarem de preservar as crenças
católicas e converter os nativos”.
Os Jesuítas foram os primeiros missionários que chegaram à capitania
da Paraíba, acompanhando todas as suas lutas de colonização. Essa ordem
foi responsável pela construção de um colégio, que depois deu lugar à
Faculdade de Direito. Depois vieram os Franciscanos, seguidos pelos
Beneditinos e, por último, os Carmelitas.
O período colonial deixou de herança patrimônios importantes como a
igreja de São Francisco e Convento de Santo Antônio, prédios
interligados. “Os Franciscanos constituíam uma ordem mendicante da
Igreja Católica, ou seja, viviam de esmolas.
Curiosamente, foram justamente eles que construíram o edifício mais
suntuoso do território paraibano. O complexo de São Francisco, hoje
transformado em centro cultural, é considerado o maior monumento em
estilo barroco da América Latina”, comenta Marta Falcão.
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