João Pessoa realiza cerca de 7,5 milhões de viagens por mês com transporte público, mas demora do ônibus chega a 40 minutos.
Jaine Alves
De acordo com o chefe da Divisão de Ônibus (Dion) da Superintendência de
Mobilidade Urbana (Semob), Francisco Alcântara, são feitas cerca de 7,5
milhões de viagens com transporte público por mês, em João Pessoa. Para
muitos, sair de casa para ir trabalhar acaba sendo uma saga que consome
boa parte do tempo, já que, dependendo do bairro, pode-se levar cerca
de uma hora e meia até o trabalho.
É o caso da costureira Lúcia da Silva, 45 anos, que mora no Rangel e
trabalha nos Bancários, que espera cerca de 40 minutos por um ônibus.
“Para pegar apenas um ônibus para ir para o trabalho, tenho que esperar a
linha 201, que faz a rota Ceasa e demora muito. Quando os ônibus não
quebram, espero por aproximadamente 40 minutos para ele passar no
ponto”, relata.
Lúcia diz, ainda, que nos finais de semana e nos feriados a demora é
muito maior, passando do dobro do tempo em relação aos dias da semana, o
que acaba desestimulando-a a sair de casa para passear com a família,
que depende exclusivamente do transporte público.
Há quem prefira pegar dois ônibus para chegar ao destino a ter que
esperar mais de meia-hora à espera de um. É o caso da aposentada Rosely
Valeriano, 55 anos. Ela disse que para ir ao Departamento de Trânsito da
Paraíba (Detran-PB), saindo da avenida Dois de Fevereiro, no Cristo,
teria que pegar a linha ‘Penha’, mas pela demora, prefere pagar duas
passagens para ganhar tempo. “Eu teria que pegar o ônibus da Penha, mas
ele demora muito, entre 40 minutos e uma hora. Então eu pego o 203, que
demora menos e depois pego outro. Pago duas vezes, mas chego mais
rápido”, declara.
Segundo Francisco Alcântara, a maioria das pessoas que utiliza o
transporte público em João Pessoa não sabe, ou não confia, na Integração
Temporal. Através da bilhetagem eletrônica, é possível descer de um
ônibus e pegar outro sem que a passagem seja novamente cobrada, dentro
de um limite de 30 minutos. “As pessoas têm que ter confiança na
Integração Temporal, pois ela realmente existe e funciona”, afirma.
De acordo com o Diretor de Planejamento da Semob, Adalberto Araújo, o
crescimento demográfico acelerado é a raiz da sobrecarga do transporte
coletivo. “Os bairros da zona sul estão crescendo muito rápido e estamos
buscando alternativas para acompanhar esse crescimento, mas toda
alteração leva um tempo para ser implementada”, avalia, acrescentado que
a Semob já dispõe de projetos que preveem a reestruturação dos
transportes públicos da capital.
O diretor da Associação das Empresas de Transportes Coletivos de João
Pessoa (AETC-JP), Mário Tourinho, afirma que faz reuniões semanais com
os donos das empresas de ônibus que circulam em João Pessoa para tomar
conhecimento da situação e analisar a prestação do serviço. “Os próprios
empresários relatam a demora que os ônibus levam para fazer o percurso.
Infelizmente, o drama vivido por todos é decorrente do trânsito”, lamenta.
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