Horário de verão começa amanhã (21), nas regiões Sul, Sudeste e Centro-Oeste, e em Tocantins
Brasília - O horário de verão começa amanhã (21),
quando os moradores das regiões Sul, Sudeste e Centro-Oeste, mais o
estado do Tocantins, deverão adiantar seus relógios em uma hora a partir
da meia-noite deste sábado (20). A mudança é para aproveitar melhor a
luminosidade do dia nesta época do ano, reduzindo o consumo de energia
nos horários de pico e evitando o uso de energia gerada por
termelétricas, que é mais cara e mais poluente do que a gerada pelas
hidrelétricas.
Se não houver adaptações para a mudança de horário, algumas pessoas
podem apresentar cansaço, fadiga e até mesmo chegar à exaustão, de
acordo com o fisiologista Hildeamo Bonifácio. “Nesse quadro de exaustão,
a pessoa mostra sinais parecidos com doenças, como irritabilidade, dor
de cabeça, diarreia e mudanças de humor”.
Bonifácio recomenda que, na primeira semana de mudança de
horário, as pessoas aumentem a ingestão de líquido e façam refeições
leves. Também deve ser mantido o horário das refeições, para o cérebro
se adaptar o mais rápido
possível com a mudança. “Se a pessoa está acostumada a tomar café às
7h, agora vai ter que tomar no mesmo horário, mesmo que ainda não tenha
tanta fome”.
A mesma tática deve ser adotada com o sono. Quem está acostumado a
dormir às 22h, por exemplo, deve manter o horário, mesmo que ainda não
tenha sono. “Se essas orientações não forem seguidas, é como se a pessoa
estivesse em uma semana de carnaval: vai dormir tarde, acorda tarde, aí
muda todo o relógio biológico”, diz o fisiologista.
Pelas dificuldades de adaptação do organismo, a mudança de
horário está longe de ser uma unanimidade entre a população. O
eletricista Raimundo Carlos Costa, de 56 anos, critica a medida. "Não
gosto do horário de verão, pois me forço a acordar mais cedo. Tenho
problema de saúde
e o horário afeta toda minha rotina. A adaptação é complicada, quem é
mais velho precisa tomar mais cuidados”, diz. Ele também cita o problema
da insegurança para quem precisa sair de casa muito cedo para trabalhar
quando ainda está escuro.
O estudante Paulo Henrique Ferreira, de 18 anos, também não aprova a
medida, apesar de achar que o dia é melhor aproveitado. "Eu não gosto
muito do horário de verão, principalmente no primeiro mês. Acordo mais
cedo, muitas vezes ainda está escuro”.
Apesar de sentir dificuldades de adaptações nas primeiras semanas, a promotora de eventos
Mayana dos Santos, de 20 anos, gosta da mudança, porque acha que o dia
rende mais. “Particularmente, não me atrapalha muito”. A aposentada
Madalena Jordão, de 65 anos, também acha que os dias parecem maiores com
o horário de verão. Ela mora no Nordeste, onde a mudança não é
implementada, mas acredita que existe economia de energia com a medida.
A expectativa do governo é que o horário de verão deste ano
evite um gasto de R$ 280 milhões com o acionamento de usinas térmicas,
que seria necessário
para suprir a demanda no horário de pico. Se fosse preciso construir
novas termelétricas para garantir essa energia, o país gastaria R$ 3
bilhões, se não houvesse o horário de verão. A redução da demanda de
energia no horário de pico neste ano deve ser cerca de 4,5%, e a redução
total de consumo deverá ser 0,5%.
De acordo com o secretário de Energia Elétrica do Ministério de Minas
e Energia, Ildo Grüdtner, a mudança de horário proporciona um ganho
considerável para a segurança do sistema elétrico brasileiro. “Menor
demanda implica maior segurança para o sistema, que não fica tão
'estressado'. Há também maior flexibilidade operativa para liberar
instalações para manutenção e redução da geração de energia térmica para
atender a esse consumo”.
Agência Brasil
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