Especialista em História da Arte afirma que igrejas paraibanas estão em bom estado de conservação e que respeitam estilo de época.
O especialista em
História da Arte José Augusto de Morais faz uma avaliação positiva da
situação dos bens religiosos tombados em João Pessoa. “As igrejas estão
em bom estado de conservação, exibindo hoje contornos bem próximos aos
da época em que foram erguidas, séculos atrás, graças à conscientização
de se preservar a autenticidade do imóvel”, comenta o professor.
Ele cita como exemplo a igreja de São Francisco, que passou por uma
reforma no final do século 19 que modificou drasticamente suas feições
originais e posteriormente, na década de 1980, passou por uma
intervenção para recuperar as características anteriores.
De acordo com o estudioso, existem prédios de vários estilos
arquitetônicos na cidade. “A igreja da Misericórdia localizada na rua
Duque de Caxias foi restaurada em 2007 e é um autêntico exemplar do
maneirismo, que foi o primeiro estilo arquitetônico explorado no Brasil.
Ela ainda conserva as pedras calcárias que lhe serviram de base na
construção feita no século 16”, informa José Augusto.
“Também podemos ver o estilo barroco nas igrejas de São Bento e São
Francisco, o rococó na igreja do Carmo e o ecletismo nas igrejas de
Nossa Senhora das Neves e São Frei Pedro Gonçalves, que não são tombadas
pelo Iphan, mas têm importância arquitetônica”, complementa.
Os templos são propriedade da Igreja Católica e são geridos pela
Arquidiocese da Paraíba, que realiza as obras de reparo e manutenção das
edificações. Na capital, a igreja de São Bento está com o teto novo e
atualmente, quem passa por uma recuperação na cobertura é a igreja do
Carmo. Apesar de serem tombados como patrimônios históricos nacionais, a
responsabilidade da conservação desses prédios é da Igreja, que não
recebe recursos na União.
A gestora do Turismo do Serviço de Apoio às Micro e Pequenas Empresas
(Sebrae), Regina Amorim, acredita ser necessário voltar a atenção para
os patrimônios localizados em outros municípios do Estado. “Os templos
na capital são bem cuidados e frequentados por turistas. Entretanto, é
preciso que o poder público olhe mais para o interior e fomente
políticas para inserir os demais bens tombados na rota turística do
Estado. Temos edifícios importantes que não recebem turistas porque não
têm a mínima estrutura para isso, como por exemplo a capela de Nossa
Senhora da Batalha em Cruz do Espírito Santo”, argumenta. A referida
capela data de 1636 e fica localizada às margens do rio Paraíba,
correndo o risco de ruir devido à erosão da água.
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