segunda-feira, 15 de outubro de 2012

Arquitetura ligada ao período histórico

Especialista em História da Arte afirma que igrejas paraibanas estão em bom estado de conservação e que respeitam  estilo de época.

 

 
O especialista em História da Arte José Augusto de Morais faz uma avaliação positiva da situação dos bens religiosos tombados em João Pessoa. “As igrejas estão em bom estado de conservação, exibindo hoje contornos bem próximos aos da época em que foram erguidas, séculos atrás, graças à conscientização de se preservar a autenticidade do imóvel”, comenta o professor.

Ele cita como exemplo a igreja de São Francisco, que passou por uma reforma no final do século 19 que modificou drasticamente suas feições originais e posteriormente, na década de 1980, passou por uma intervenção para recuperar as características anteriores.

De acordo com o estudioso, existem prédios de vários estilos arquitetônicos na cidade. “A igreja da Misericórdia localizada na rua Duque de Caxias foi restaurada em 2007 e é um autêntico exemplar do maneirismo, que foi o primeiro estilo arquitetônico explorado no Brasil. Ela ainda conserva as pedras calcárias que lhe serviram de base na construção feita no século 16”, informa José Augusto.

“Também podemos ver o estilo barroco nas igrejas de São Bento e São Francisco, o rococó na igreja do Carmo e o ecletismo nas igrejas de Nossa Senhora das Neves e São Frei Pedro Gonçalves, que não são tombadas pelo Iphan, mas têm importância arquitetônica”, complementa.

Os templos são propriedade da Igreja Católica e são geridos pela Arquidiocese da Paraíba, que realiza as obras de reparo e manutenção das edificações. Na capital, a igreja de São Bento está com o teto novo e atualmente, quem passa por uma recuperação na cobertura é a igreja do Carmo. Apesar de serem tombados como patrimônios históricos nacionais, a responsabilidade da conservação desses prédios é da Igreja, que não recebe recursos na União.

A gestora do Turismo do Serviço de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae), Regina Amorim, acredita ser necessário voltar a atenção para os patrimônios localizados em outros municípios do Estado. “Os templos na capital são bem cuidados e frequentados por turistas. Entretanto, é preciso que o poder público olhe mais para o interior e fomente políticas para inserir os demais bens tombados na rota turística do Estado. Temos edifícios importantes que não recebem turistas porque não têm a mínima estrutura para isso, como por exemplo a capela de Nossa Senhora da Batalha em Cruz do Espírito Santo”, argumenta. A referida capela data de 1636 e fica localizada às margens do rio Paraíba, correndo o risco de ruir devido à erosão da água.


 

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