Problemas de esgotos da cidade agravam a situação no Parque de Areia Vermelha.
Valéria Sinésio
A pesquisa realizada pela equipe da Universidade Federal da Paraíba (UFPB) mostrou também que a água do Parque Estadual Marinho de Areia Vermelha está tão turva que a luz do sol não alcança os corais. Além disso, os pesquisadores constataram o alto índice de coliformes fecais nessas águas.
“Os problemas de esgotos da cidade acabam agravando a situação, pois muita sujeira vai para os rios”, disse o professor Tarcísio Cordeiro. “Muitas casas em João Pessoa têm o esgoto ligado à rede pluvial, quando a chuva chega, leva tudo para o mar”, acrescentou.
O problema da poluição ambiental é considerado muito sério pelos pesquisadores. “Todo o impacto que se produz no continente afeta a sobrevivência dos recifes. Já estamos em uma situação crítica, os governos se mostram incompetentes diante dessa realidade”, criticou Cordeiro. Segundo ele, o aquecimento global acima de 2 graus vai ser doloroso para o mundo. “Acima disso é caótico, não teremos capacidade de administrar”, afirmou.
O professor defendeu também que se a consciência da população não mudar no que diz respeito à preservação ambiental, os governos terão que gastar milhões (ou até bilhões) na construção de recifes artificiais”, declarou. “A recuperação demanda um enorme impulso à gestão costeira integrada, que implica em mudança de hábitos e processos”, argumentou.
Se a água é mantida limpa, a quantidade de impactos é reduzida consideravelmente e os corais adquirem mais capacidade, ficam mais resistentes, por assim dizer. Para se ter uma ideia da gravidade da situação, os corais que estão há seis, sete metros de profundidade não têm mais luz. Segundo o professor, não resta dúvida que os passeios turísticos interferem negativamente na proteção de Areia Vermelha.
Depois do período de coleta e análise, a equipe da UFPB chegou à conclusão que a qualidade da água do Parque Areia Vermelha está bastante deteriorada, com valores de turbidez muito elevados, isso ao se comparar com o que vem sendo observado em outros recifes, onde, segundo os pesquisadores, apesar de ter água mais transparente, já mostram sinais de estresse.
SUDEMA TENTA REDUZIR IMPACTOS
Através de campanhas educativas, a Superintendência de Administração do Meio Ambiente (Sudema) tenta reduzir os impactos negativos em Areia Vermelha. Vitor Andrade, da coordenação de estudos ambientais do órgão, disse que por meio do projeto Conduta Consciente, que leva alunos para o local, a Sudema desenvolve campanhas educativas com os visitantes, proprietários de embarcações e donos de bares que funcionam na ilha.
Segundo ele, a falta de educação é mais recorrente entre os visitantes que moram na Paraíba, e não pelos turistas. “Parece que quem vem de fora tem mais consciência do que as pessoas que moram aqui. O que a gente observa é que muitos paraibanos não se preocupam em preservar, não jogando casca de amendoim ou lata de cerveja, por exemplo, porque se sentem donos da área. O turista, por outro lado, em sua maioria, mostra um comportamento diferente”, afirmou.
A parceria com a Polícia Ambiental também se faz necessária para coibir abusos em Areia Vermelha. “Os policiais têm a missão de proibir a circulação de pessoa na área dos corais e também de fiscalizar os bares, para que recolham todo o lixo produzido durante o dia”, explicou Andrade. Diariamente são seis bares em funcionamento em Areia Vermelha.
Apesar do esforço, a falta de um plano de manejo limita a atuação do órgão. De acordo com Andrade, a elaboração do plano deve ser iniciada até o final deste ano. É esse documento que impõe regras e define capacidade de cargas, disciplina o turismo e traça uma série de normais e planos para a área. Sem isso, a própria Sudema se perde na fiscalização. O projeto Conduta Consciente deve ser retomado no próximo verão.
DECRETO
Por meio do Decreto 21.263/2000 foi criado o Parque Estadual Marinho de Areia Vermelha, que atrai milhares de visitantes durante o ano inteiro. É lá que está uma significativa biodiversidade marinha associada a recifes de corais, segundo informações da Sudema. O próprio órgão reconhece o problema da poluição e excesso de pesca, que implicam em graves ameaças aos recifes de corais.
ESPÉCIES
Além de, pelo menos, nove espécies de corais, em Areia Vermelha também há nove tipos de esponjas-do-mar, 41 de moluscos, 31 de crustáceos, 55 de peixes, entre outros grupos da fauna recifal. A Sudema reconhece o problema da destruição física causada pelo tráfego marítimo de barcos e temperatura acima do normal.
A pesquisa realizada pela equipe da Universidade Federal da Paraíba (UFPB) mostrou também que a água do Parque Estadual Marinho de Areia Vermelha está tão turva que a luz do sol não alcança os corais. Além disso, os pesquisadores constataram o alto índice de coliformes fecais nessas águas.
“Os problemas de esgotos da cidade acabam agravando a situação, pois muita sujeira vai para os rios”, disse o professor Tarcísio Cordeiro. “Muitas casas em João Pessoa têm o esgoto ligado à rede pluvial, quando a chuva chega, leva tudo para o mar”, acrescentou.
O problema da poluição ambiental é considerado muito sério pelos pesquisadores. “Todo o impacto que se produz no continente afeta a sobrevivência dos recifes. Já estamos em uma situação crítica, os governos se mostram incompetentes diante dessa realidade”, criticou Cordeiro. Segundo ele, o aquecimento global acima de 2 graus vai ser doloroso para o mundo. “Acima disso é caótico, não teremos capacidade de administrar”, afirmou.
O professor defendeu também que se a consciência da população não mudar no que diz respeito à preservação ambiental, os governos terão que gastar milhões (ou até bilhões) na construção de recifes artificiais”, declarou. “A recuperação demanda um enorme impulso à gestão costeira integrada, que implica em mudança de hábitos e processos”, argumentou.
Se a água é mantida limpa, a quantidade de impactos é reduzida consideravelmente e os corais adquirem mais capacidade, ficam mais resistentes, por assim dizer. Para se ter uma ideia da gravidade da situação, os corais que estão há seis, sete metros de profundidade não têm mais luz. Segundo o professor, não resta dúvida que os passeios turísticos interferem negativamente na proteção de Areia Vermelha.
Depois do período de coleta e análise, a equipe da UFPB chegou à conclusão que a qualidade da água do Parque Areia Vermelha está bastante deteriorada, com valores de turbidez muito elevados, isso ao se comparar com o que vem sendo observado em outros recifes, onde, segundo os pesquisadores, apesar de ter água mais transparente, já mostram sinais de estresse.
SUDEMA TENTA REDUZIR IMPACTOS
Através de campanhas educativas, a Superintendência de Administração do Meio Ambiente (Sudema) tenta reduzir os impactos negativos em Areia Vermelha. Vitor Andrade, da coordenação de estudos ambientais do órgão, disse que por meio do projeto Conduta Consciente, que leva alunos para o local, a Sudema desenvolve campanhas educativas com os visitantes, proprietários de embarcações e donos de bares que funcionam na ilha.
Segundo ele, a falta de educação é mais recorrente entre os visitantes que moram na Paraíba, e não pelos turistas. “Parece que quem vem de fora tem mais consciência do que as pessoas que moram aqui. O que a gente observa é que muitos paraibanos não se preocupam em preservar, não jogando casca de amendoim ou lata de cerveja, por exemplo, porque se sentem donos da área. O turista, por outro lado, em sua maioria, mostra um comportamento diferente”, afirmou.
A parceria com a Polícia Ambiental também se faz necessária para coibir abusos em Areia Vermelha. “Os policiais têm a missão de proibir a circulação de pessoa na área dos corais e também de fiscalizar os bares, para que recolham todo o lixo produzido durante o dia”, explicou Andrade. Diariamente são seis bares em funcionamento em Areia Vermelha.
Apesar do esforço, a falta de um plano de manejo limita a atuação do órgão. De acordo com Andrade, a elaboração do plano deve ser iniciada até o final deste ano. É esse documento que impõe regras e define capacidade de cargas, disciplina o turismo e traça uma série de normais e planos para a área. Sem isso, a própria Sudema se perde na fiscalização. O projeto Conduta Consciente deve ser retomado no próximo verão.
DECRETO
Por meio do Decreto 21.263/2000 foi criado o Parque Estadual Marinho de Areia Vermelha, que atrai milhares de visitantes durante o ano inteiro. É lá que está uma significativa biodiversidade marinha associada a recifes de corais, segundo informações da Sudema. O próprio órgão reconhece o problema da poluição e excesso de pesca, que implicam em graves ameaças aos recifes de corais.
ESPÉCIES
Além de, pelo menos, nove espécies de corais, em Areia Vermelha também há nove tipos de esponjas-do-mar, 41 de moluscos, 31 de crustáceos, 55 de peixes, entre outros grupos da fauna recifal. A Sudema reconhece o problema da destruição física causada pelo tráfego marítimo de barcos e temperatura acima do normal.
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