Estado
vive dois extremos. Segundo a Aesa, no Sertão paraibano o déficit
pluviométrico já teve um desvio negativo de 43,5%. No Litoral, em três
dias da semana passada choveu mais do que a média histórica do mês
Cidades | Em 25/06/2013 às 09h16, atualizado em 25/06/2013 às 15h18 | Por Priscila Andrade e Hermes de Luna
Reprodução/Internet
Cidades | Em 25/06/2013 às 09h16, atualizado em 25/06/2013 às 15h18 | Por Priscila Andrade e Hermes de Luna
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Chuvas acima da média no Litoral e falta água no Sertão
As
chuvas registradas nos últimos dias em praticamente todo o Litoral
consolidaram duas situações extremas vividas por municípios paraibanos.
No leste do Estado, o complexo Gramame/Mamuaba, localizado no município
do Conde (Litoral Sul, a na região metropolitana de João Pessoa) sangrou.
A confirmação está no boletim da Aesa (Agência Executiva de Gestão das
Águas do Estado da Paraíba). Sua capacidade total, de 56 milhões e 937
mil metros cúbicos de água, foi batida nesta terça-feira (25).
No
final de semana, foram registradas chuvas esparsas por vários
municípios, mas essas precipitações não alteraram a situação
desesperadora de alguns casos. O padre Djacy Brasileiro, pároco de Água
Branca (no Alto Sertão paraibano), confirmou que a situação é crítica em
alguns municípios do interior. Choveu, mas não acumulou água nos
reservatórios.
Ele vem cobrando a conclusão das obras da
transposição há vários anos. Nesta quinta-feira (27) pela manhã, faz um
protesto solitário no canteiro de obras da transposição no município
paraibano de São José de Piranhas (a 503 quilômetros de João Pessoa, na
divisa com o Ceará). "A seca tem deixado rastros devastadores. As chuvas
não foram suficientes para a lavoura. Não haverá colheita. estive na
zona rural e vi a lavoura morrendo", desabafou o padre em seu microblog
no Twitter.
Dos 223 municípios da Paraíba, 195 estão
em situação de emergência. A seca já é considerada a pior dos últimos 80
anos, e tem provocado danos à subsistência e a saúde em diversos
municípios. A falta de chuvas tem gerado prejuízos significativos nas
atividades produtivas, principalmente a agricultura e pecuária dos
municípios afetados. Estima-se que mais de 50% do rebanho bovino do
Estado tenha sido dizimado.
De acordo com a Aesa, outros cinco mananciais estão com volumes abaixo de 1% de sua capacidade total. O açude de Caraibireias, em Picuí (na região do Curimataú, a 250 quilômetros da Capital) a capacidade é de 2 milhões,709 mil e 260 metros cúbicos. Tem armazenado 6.560 (0,2%) de metros cúbicos.
O açude de Ouro Velho (no Cariri, a 330 quilômetros de João Pessoa) tem capacidade de 1 bilhão, 675 mil e 800 metros cúbicos, mas acumula apenas 11.142 metros cúbicos, o que equivale a 0,7% do seu volume.
Também no Cariri, Monteiro (a 305 quilômetros da Capital), o açude de Serrote com capacidade de 5 milhões e 709 mil metros cúbicos, o acumulado é de 16.250 metros cúbicos (0,3%).
Em Teixeira (no Sertão, distante 320 quilômetros da Capital) o açude São Francisco II tem apenas 0,4% (18.540) de sua capacidade de acúmulo, que é de 4 milhões, 920 mil e 720 metros cúbicos.
No município de Várzea (na região de Patos, Sertão paraibano, a 320 quilômetros da Capital), o açude do mesmo nome, tem capacidade de 1 bilhão, 132 milhões e 975 metros cúbicos de armazenamento, mas está com apenas 4 mil e 840 (0,4%).
Com o complexo Gramame/Mamuaba sangrando, a oferta de água para vários anos está garantida para uma população de mais de 1 milhão e 25 mil pessoas, nos quatro maiores municípios da região metropolitana da Capital: João Pessoa (742.478 habitantes), Bayeux (100.543 habitantes), Cabedelo (60.226 habitantes) e Santa Rita (12.994 habitantes).
Outro manancial que sangrou fica localizado no município de Mari (localizado na região do Brejo, a 60 quilômetros de João Pessoa). É o Olho d'Água, com 868 mil e 320 metros cúbicos de água.
O período chuvoso no Litoral paraibano acontece entre os meses de abril a julho. Já na região sertaneja acontece entre os meses de janeiro a maio. Os dados não revelam uma situação confortável para os sertanejos, de acordo com a meteorologista da Aesa, Marle Bandeira. "A previsão para os próximos meses é de poucas chuvas no Sertão. Podendo ocorrer chuvas em áreas isoladas, mas nada que mude a realidade dos sertanejos. As regiões que ficaram abaixo da média foram Cariri e Sertão", disse Bandeira.
Segundo a Aesa, no Sertão paraibano o déficit pluviométrico já teve um desvio negativo de 43,5%. Açudes como Lagoa do Arroz, com 18,8%, e Engenheiro Ávido, com 16,2% (ambos em Cajazeiras);e Capoeira, com 18,8% (em Santa Terezinha), funcionam sob monitoramento preocupante, pois apresentam reduções seguidas em seus volumes e já com menos de 205 de suas capacidades.
Desde a quarta-feira passada (19), o Governo do Estado e o Ministério Público chegaram a um acordo e anunciaram racionamento no consumo de água do açude Epitácio Pessoa, que abastece 20 municípios de toda a região do Piemonte da Borborema, incluindo a segunda maior cidade do Estado, Campina Grande, que tem 389.995 habitantes. A partir de agora, com as águas desse açude só podem ser irrigadas áreas com até cinco hectares.
A expectativa é de que a determinação deva permanecer até fevereiro de 2014, quando se inicia um novo período chuvoso.“A medida é importante para garantir a segurança hídrica desta região. É preciso racionalizar agora para que possamos evitar problemas maiores. Os produtores que não cumprirem a determinação poderão ser multados e terem seus equipamentos apreendidos por determinação judicial”, alertou o presidente da Aesa, João Vicente Machado Sobrinho.
O primeiro quadrimestre de 2013 se caracterizou pela irregularidade e má distribuição das chuvas. Marle Bandeira informou que de fevereiro a maio, na aérea do Oceano Atlântico Sul, próximo à costa nordestina, não esquentou muito este ano.
Um mapa no site do Ministério da Integração Nacional aponta que a escassez das chuvas na região Nordeste em 2012 deixou 525 municípios em situação de emergência, 221 também sofreram os efeitos da estiagem. No Rio Grande do Norte foram 139; em Pernambuco, 45; e na Bahia 232 municípios.
Somente na semana passada, em João Pessoa choveu mais do que o esperado para todo o mês. A média histórica, que é de 303 milímetros, foi superada em 9,5% na última quinta-feira (13). “Essas ocorrências mais fortes são provocadas pelos distúrbios ondulatórios de leste, os aglomerados de nuvens que se formam no oceano Atlântico e são trazidos para a costa. Eles costumam atingir boa parte do litoral nordestino”, descreveu Marle Bandeira, argumentando que os maiores índices foram registrados no dia 9 de junho.
Dos 121 reservatórios monitorados pela Aesa na Paraíba, apenas dois estão sangrando. Outros 72 têm capacidade armazenada superior a 20% do seu volume; 35 estão sob observação (menor que 20% do seu total); e 14 em situação crítica (menor que 5% do seu volume total).
De acordo com a Aesa, outros cinco mananciais estão com volumes abaixo de 1% de sua capacidade total. O açude de Caraibireias, em Picuí (na região do Curimataú, a 250 quilômetros da Capital) a capacidade é de 2 milhões,709 mil e 260 metros cúbicos. Tem armazenado 6.560 (0,2%) de metros cúbicos.
O açude de Ouro Velho (no Cariri, a 330 quilômetros de João Pessoa) tem capacidade de 1 bilhão, 675 mil e 800 metros cúbicos, mas acumula apenas 11.142 metros cúbicos, o que equivale a 0,7% do seu volume.
Também no Cariri, Monteiro (a 305 quilômetros da Capital), o açude de Serrote com capacidade de 5 milhões e 709 mil metros cúbicos, o acumulado é de 16.250 metros cúbicos (0,3%).
Em Teixeira (no Sertão, distante 320 quilômetros da Capital) o açude São Francisco II tem apenas 0,4% (18.540) de sua capacidade de acúmulo, que é de 4 milhões, 920 mil e 720 metros cúbicos.
No município de Várzea (na região de Patos, Sertão paraibano, a 320 quilômetros da Capital), o açude do mesmo nome, tem capacidade de 1 bilhão, 132 milhões e 975 metros cúbicos de armazenamento, mas está com apenas 4 mil e 840 (0,4%).
Com o complexo Gramame/Mamuaba sangrando, a oferta de água para vários anos está garantida para uma população de mais de 1 milhão e 25 mil pessoas, nos quatro maiores municípios da região metropolitana da Capital: João Pessoa (742.478 habitantes), Bayeux (100.543 habitantes), Cabedelo (60.226 habitantes) e Santa Rita (12.994 habitantes).
Outro manancial que sangrou fica localizado no município de Mari (localizado na região do Brejo, a 60 quilômetros de João Pessoa). É o Olho d'Água, com 868 mil e 320 metros cúbicos de água.
O período chuvoso no Litoral paraibano acontece entre os meses de abril a julho. Já na região sertaneja acontece entre os meses de janeiro a maio. Os dados não revelam uma situação confortável para os sertanejos, de acordo com a meteorologista da Aesa, Marle Bandeira. "A previsão para os próximos meses é de poucas chuvas no Sertão. Podendo ocorrer chuvas em áreas isoladas, mas nada que mude a realidade dos sertanejos. As regiões que ficaram abaixo da média foram Cariri e Sertão", disse Bandeira.
Segundo a Aesa, no Sertão paraibano o déficit pluviométrico já teve um desvio negativo de 43,5%. Açudes como Lagoa do Arroz, com 18,8%, e Engenheiro Ávido, com 16,2% (ambos em Cajazeiras);e Capoeira, com 18,8% (em Santa Terezinha), funcionam sob monitoramento preocupante, pois apresentam reduções seguidas em seus volumes e já com menos de 205 de suas capacidades.
Desde a quarta-feira passada (19), o Governo do Estado e o Ministério Público chegaram a um acordo e anunciaram racionamento no consumo de água do açude Epitácio Pessoa, que abastece 20 municípios de toda a região do Piemonte da Borborema, incluindo a segunda maior cidade do Estado, Campina Grande, que tem 389.995 habitantes. A partir de agora, com as águas desse açude só podem ser irrigadas áreas com até cinco hectares.
A expectativa é de que a determinação deva permanecer até fevereiro de 2014, quando se inicia um novo período chuvoso.“A medida é importante para garantir a segurança hídrica desta região. É preciso racionalizar agora para que possamos evitar problemas maiores. Os produtores que não cumprirem a determinação poderão ser multados e terem seus equipamentos apreendidos por determinação judicial”, alertou o presidente da Aesa, João Vicente Machado Sobrinho.
O primeiro quadrimestre de 2013 se caracterizou pela irregularidade e má distribuição das chuvas. Marle Bandeira informou que de fevereiro a maio, na aérea do Oceano Atlântico Sul, próximo à costa nordestina, não esquentou muito este ano.
Um mapa no site do Ministério da Integração Nacional aponta que a escassez das chuvas na região Nordeste em 2012 deixou 525 municípios em situação de emergência, 221 também sofreram os efeitos da estiagem. No Rio Grande do Norte foram 139; em Pernambuco, 45; e na Bahia 232 municípios.
Somente na semana passada, em João Pessoa choveu mais do que o esperado para todo o mês. A média histórica, que é de 303 milímetros, foi superada em 9,5% na última quinta-feira (13). “Essas ocorrências mais fortes são provocadas pelos distúrbios ondulatórios de leste, os aglomerados de nuvens que se formam no oceano Atlântico e são trazidos para a costa. Eles costumam atingir boa parte do litoral nordestino”, descreveu Marle Bandeira, argumentando que os maiores índices foram registrados no dia 9 de junho.
Dos 121 reservatórios monitorados pela Aesa na Paraíba, apenas dois estão sangrando. Outros 72 têm capacidade armazenada superior a 20% do seu volume; 35 estão sob observação (menor que 20% do seu total); e 14 em situação crítica (menor que 5% do seu volume total).
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