Segundo pesquisa do IBGE apenas 13 cidades da Paraíba acompanham vigência das licenças ambientais de abastecimento de água.
Jaine Alves
Dos 223 municípios da Paraíba, 90,1% deles não adotam nenhum tipo de procedimento para acompanhar a vigência das licenças ambientais relativas aos sistemas de abastecimento de água, esgotamento sanitário e drenagem e manejo de águas pluviais urbanas, o que corresponde a 201 cidades. Os dados fazem parte do Perfil dos Municípios Brasileiros 2011, estudo do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
Dos 223 municípios da Paraíba, 90,1% deles não adotam nenhum tipo de procedimento para acompanhar a vigência das licenças ambientais relativas aos sistemas de abastecimento de água, esgotamento sanitário e drenagem e manejo de águas pluviais urbanas, o que corresponde a 201 cidades. Os dados fazem parte do Perfil dos Municípios Brasileiros 2011, estudo do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
Segundo a pesquisa, apenas 13 cidades acompanham a vigência das
licenças ambientais de abastecimento de água (5,8%), 16 adotam o
procedimento no sistema de esgotamento sanitário (7,1%) e somente 19
acompanham a vigência das licenças ambientais de drenagem e manejo de
águas pluviais urbanas (8,5%).
De acordo com a titular da Superintendência de Administração do Meio
Ambiente (Sudema), Laura Farias, o órgão não tem como apontar quais as
principais localidades onde há ausência de procedimentos que acompanhem a
vigência da licença, pois esse tipo de acompanhamento fica a cargo de
cada requerente, ou seja, quando as Prefeituras dão entrada nas licenças
ambientais, o órgão municipal do meio ambiente será o responsável por
observar os prazos. “A Sudema só entra na fase fiscalizatória, caso haja
algum descumprimento quanto à vigência da licença ambiental, iremos
atuar”, afirmou.
Segundo Laura Farias, a falta de acompanhamento no prazo da licença pode acarretar prejuízos para os municípios.
“Independente do procedimento que será executado, seja abastecimento,
esgotamento ou drenagem, o licenciamento, em relação ao período da
vigência da licença ambiental e suas condicionantes, é importante para
todos os municípios, pois o descumprimento dele pode gerar alguns
transtornos para o órgão ou empresa executora, como multa, interdição da
obra e até mesmo o embargamento dela”, ressaltou.
“Para a população, o prejuízo está relacionado à demora na conclusão
do serviço, caso a obra seja interditada por parte da Sudema”, completou
ao destacar que não há diferença no método de acompanhamento, sejam em
cidade pequenas ou nos grandes centros urbanos.
Para o vice-presidente da Associação Paraibana do Meio Ambiente
(Apan), Antônio Augusto de Almeida, as Prefeituras da Paraíba estão
deixando a desejar no que diz respeito às políticas públicas que presam
pelo meio ambiente. “De modo geral, as Prefeituras da Paraíba estão
atrasadas em relação às políticas públicas estabelecidas pelo governo
federal em relação ao meio ambiente, habitação, captação de recursos,
entre outros quesitos. Só as maiores cidades, com mais 30 mil
habitantes, que possuem algum quadro técnico com qualificação para atuar
nessas áreas e com isso deixam a desejar”, afirmou.
Segundo Antônio Augusto de Almeida, apesar do Instituto de
Desenvolvimento Municipal e Estadual da Paraíba (Ideme) apoiar os
municípios, passando alguma assessoria, não é suficiente para que as
prefeituras tenha bom desempenho.
“Somente isso não traz bons resultados, a exemplo dessa estatística
apontada pelo IBGE. Em matéria de meio ambiente, a situação é
vergonhosa. Apenas João Pessoa possui uma secretaria de Meio Ambiente,
Campina Grande apenas uma coordenadoria, as demais cidades estão
totalmente alheias à questão ambiental, que teve o planejamento
sustentável na conferência realizada há mais de 20 anos”, disse.
“No ano passado, houve a Rio+20 para rever o plano e, infelizmente, a
Paraíba tem se mantido ausente dessa questão, principalmente agora, com
os processos de mudanças climáticas, considerando que nossa região tem
mais de 80% de sua área incluída no Semiárido”, completou.
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