quarta-feira, 5 de junho de 2013

Especialistas garantem que pescadores que capturaram tubarão em Jacumã não cometeram crime

No entanto, eles alertam que as espécies correm o risco de entrar em extinção, mas a captura e venda do animal ainda é legal

Cidades | Em 04/06/2013 às 12h39, atualizado em 05/06/2013 às 11h38 | Por Redação

Reprodução Lucilene Araújo
 
Tubarão Martelo
Tubarão Martelo
 

Três dos maiores especialistas do país em estudos relacionados a tubarões revelaram que a pesca da espécie tubarão-martelo, como a encontrada no Litoral Sul da Paraíba nesta terça-feira (4), não é considerada ilegal. No Dia Mundial do Meio Ambiente, eles aproveitaram para fazer um alerta de que esse tipo de pesca pode desequilibrar o ecossistema, mesmo não sendo intencional.
De acordo com a presidente do Comitê Estadual de Monitoramento de Incidentes com Tubarões (Cemit) e oceanóloga da Universidade Federal Rural de Pernambuco (UFRPE), Rosângela Lessa, os tubarões dessa família, estão diminuindo nos oceanos e correm o risco de entrarem em extinção, mas a captura e venda deste animal ainda não é considerada como um crime ambiental.
“Uma nova lista com animais em extinção deverá sair ainda este ano e, provavelmente, esses animais estarão inseridos, mas, até lá, ainda é legal a captura e venda do tubarão no Brasil. Não caracterizamos como crime ambiental”, disse Lessa.
Segundo o Ministério do Meio Ambiente, o processo de extinção está relacionado ao desaparecimento de espécies em um determinado ambiente ou ecossistema. Normalmente a extinção de espécies são eventos extremamente lentos. Ao longo do tempo, porém, o homem vem acelerando muito a taxa de extinção de espécies, a ponto de ter-se tornado, atualmente, o principal agente do processo de extinção.
- Mesmo que não ocorra à pesca industrial, o impacto da pesca artesanal e costeira, causa um grande impacto no oceano, por isso não devemos ignorar está prática. Rosângela Lessa, presidente do Cemit.
De acordo com biólogo José Carlos Pacheco, da Universidade Federal Rural de Pernambuco, a espécie martelo não é um tubarão tão agressivo quanto um Cabeça Chata ou um Tigre. Contudo, como é um animal de grande porte pode ocasionar um acidente, caso ele se depare com um banhista.
 
Já o especialista em tubarões e engenheiro de pesca, Fábio Azin, os tubarões encontram-se entre os animais mais temidos do planeta e as chances de ser atacado por um tubarão são relativamente raras. O objetivo do animal no primeiro contato com a presa é desferir uma mordida de reconhecimento, para verificar se é alimento ou não.
 
“A carne humana não faz parte do "cardápio" dos tubarões. "Ele morde, percebe que não é uma presa regular e solta a carne. É o que acontece na maioria dos casos". Os tubarões se alimentam principalmente de raias, polvos e peixes menores.
 
O tubarão encontrado na praia de Jacumã (Litoral Sul) media 2,65 metros e pesava 600 kg. O animal era do sexo feminino e estava esperando cerca de 20 filhotes. Os pescadores comemoram a captura do animal e lucraram, só com a venda da carne, R$ 1,5 mil. A carne foi vendida no Mercado do Peixe, localizado na praia de Tambaú em João Pessoa.
Tubarão-martelo
Estima-se que existam cerca de 400 espécies diferentes de tubarão no mundo. Só no Brasil, uma média de 100 tipos foram identificados, mas apenas quatro são considerados agressivos e potencialmente perigosos: o tigre, o cabeça-chata, o galha-preta e o tubarão-martelo de grande porte.
 
É uma espécie de tubarão corpulento. Cabeça larga e achatada. Focinho curto e razoavelmente arredondado ou truncado em vista dorso ventral.
 
Habitat e hábitos
É um tubarão comum em águas tropicais e temperadas - costeiros e pelágicos. No Brasil, é mais comum no Nordeste. Aparentemente com hábitos noturnos. É uma espécie considerada perigosa.
 
Alimenta-se do que puder abocanhar, desde caranguejos até grandes peixes, tartarugas etc. É conhecido como "lixeira de nadadeiras". É responsável por mais de 30 casos comprovados. É considerado o mais perigoso depois do tubarão branco. Foram registrados casos de ataques contra embarcações. Em Praia do Forte, na Bahia, um exemplar do tubarão foi capturado com parte da bacia e fêmur de um ser humano.
 
Geralmente as fêmeas produzem de 30 a 50 filhotes. Os casos extremos conhecidos são 10 e 82, que nascem com cerca de 45 a 80 cm de comprimento.
 
O maior exemplar já medido foi capturado em Cuba com 5,5 m. O peso de uma espécie de 4 m varia de 450 kg a 600 kg.
 
Sua carne é utilizada fresca, seca-salgada ou defumada para consumo humano. Sua pele é usada como couro para confecção de vários produtos. Suas nadadeiras são utilizadas em sopas. E ocorre a extração do óleo de fígado.


 

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