quarta-feira, 12 de junho de 2013

Contenção da erosão na falésia não sai do papel

Projeto que visa a proteger a barreira da degradação  foi concluído em 2012, mas não há data prevista para a execução das obras.
 



Francisco França
Situação de descaso na área da falésia preocupa moradores e turistas, que lamentam avanço do mar

As tentativas do poder público municipal de João Pessoa para conter a erosão na falésia do Cabo Branco, na capital, ainda não saíram do papel. O projeto que visa proteger a barreira do impacto das ondas e infiltrações fluviais que degradam o local foi concluído em 2012. No entanto, ainda não há data prevista para a execução das obras. Além do desgaste natural, o tráfego intenso de veículos pesados e construções nas proximidades da falésia agravam o problema.
 
Até agosto do ano passado, a Secretaria Municipal de Planejamento (Seplan) aguardava a liberação orçamentária para a realização das obras. De acordo com a assessoria da Seplan, o projeto já foi encaminhado para o gabinete do prefeito Luciano Cartaxo e está em projeto de lançamento da licitação.
 
O secretário de Planejamento, Rômulo Polari, informou que o orçamento do projeto, da ordem de R$7 milhões, foi aprovado pela Caixa Econômica Federal e, após o processo licitatório, a previsão é que as obras comecem ainda em setembro deste ano. “O projeto prevê duas obras. Uma de contenção das ondas, a 300 metros de distância da praia, para atenuar a contenção das ondas, e a outra será o reforço da barreira”, explicou.
 
Enquanto as obras não começam, a erosão na falésia continua e a situação fica ainda mais preocupante devido às chuvas mais frequentes que tem ocorrido na cidade. Na área da falésia existem apenas as placas de alerta aos banhistas e visitantes sobre o perigo de acidentes que podem ocorrer por conta dos desmoronamentos e a interdição, em um trecho próximo à Estação Ciência Cabo Branco, para evitar o tráfego de veículos no acesso ao Farol Cabo Branco.
 
A situação de descaso na área da falésia preocupa moradores e turistas, que lamentam que o avanço do mar possa acabar com um dos cartões postais da cidade. Acostumado a passar todos os dias pela calçadinha que margeia a área da falésia, o funcionário público José Dias se diz preocupado com o abandono do poder público pelo local. “Se não fizerem nada, isso aqui vai ficar cada vez pior. Tem também o perigo da barreira desabar, porque mesmo sendo proibido, turistas e até mesmo moradores continuam caminhando próximo à barreira”, denuncia.
 
Já o médico Francisco Soares revela que a demora na execução do projeto para conservar o que resta da falésia não o surpreende. Há mais de trinta anos visitando a cidade e mantendo uma casa para veraneio no bairro do Cabo Branco, ele acredita que falta empenho do poder público para dar andamento às obras. “Desde que eu vim para João Pessoa para estudar que os governantes faziam projetos para recuperar essa área. Até hoje não se fez nada, ficou só no papel e parece que não há interesse do poder público para preservar a barreira”, lamentou.

PRAÇA DE IEMANJÁ
Além da falésia do Cabo Branco, a praça com um monumento em homenagem a Iemanjá, localizada nas proximidades da barreira, está totalmente destruída. Segundo os moradores e comerciantes da área, o local também sofre ação de vândalos, além do desgaste natural causado pelo impacto das ondas.
 
No projeto elaborado pela Prefeitura de João Pessoa está prevista a recuperação da Praça de Iemanjá como uma das obras a serem realizadas na segunda etapa. De acordo com o secretário municipal de Planejamento, Rômulo Polari, devido ao avanço do mar no trecho da Praça de Iemanjá, a área para a construção da nova estrutura será menor. Ainda segundo Polari, as equipes da Secretaria estão reexaminando o projeto.


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