Ministério Público acionou a Cagepa e a Prefeitura de João Pessoa, que, por sua vez, responsabilizou a Companhia pelo problema
Cidades | Em 12/03/2014 às 12h16, atualizado em 12/03/2014 às 12h49 | Por Redação
Reprodução/Youtube
Cidades | Em 12/03/2014 às 12h16, atualizado em 12/03/2014 às 12h49 | Por Redação
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Esgoto escorre para o mar |
Em 2013, 113 estabelecimentos comerciais, entre hotéis, padarias,
restaurantes e até mesmo a própria Companhia de Água e Esgoto da
Paraíba (Cagepa) foram notificados e 19 multas aplicadas pela Secretaria
Municipal do Meio Ambiente de João Pessoa por lançamentos de efluentes
sem tratamento nos sistemas de galerias pluviais. Nos primeiros dois
meses de 2014, foram emitidas nove notificações e três multas por
lançamento de esgoto clandestino em praias da Capital.
O assunto ganhou destaque depois que a TV Correio HD e o Portal Correio noticiaram o caso de um líquido escuro, semelhante a esgoto, que estaria sendo jorrado em grandes quantidades na praia de Tambaú, em João Pessoa.
A
Semam informa que a identificação das ligações clandestinas, por não
estarem visíveis, por necessitar de informações e plantas do sistema de
esgotamento sanitário e por requerer intervenções de infra-estrutura,
é tarefa que obriga a colaboração conjunta de todos os órgãos
públicos envolvidos em prol do meio ambiente saudável, incluindo
Cagepa e Sudema, já tendo sido requeridas reuniões com os órgãos
envolvidos nesse sentido.
De acordo com a Secretaria de
Comunicação da Prefeitura Municipal de João Pessoa, as galerias pluviais
que desaguam nas orlas de Tambaú e Manaíra deveriam conter somente
águas vindas das chuvas e da drenagem urbana naquela região, contudo,
outros fatores contribuem para que poluentes provenientes da rede de
esgoto sejam irregularmente lançados nas galerias pluviais.
A
PMJP, por meio da Semam e Secretaria de Infraestrutura (Seinfra), disse
que tem realizado ações de mapeamento e fiscalização para coibir esgotos
clandestinos, despejados nas galerias pluviais das praias de João
Pessoa.
Apesar disso, o Ministério Público da Paraíba falou
que desde 2013 já tem investigado o assunto e levou a 1ª Promotoria do
Meio Ambiente e Patrimônio Social da Capital a ingressar, em outubro do
ano passado, com uma ação civil publica contra o Município de João
Pessoa, responsável pelas galerias de águas pluviais e contra a Cagepa,
responsável pela rede de esgoto.
Ainda segundo a ação,
constantes entupimentos e alagamentos vêm sendo observados em vários
bairros do município, sobretudo nos mais carentes, tendo por
consequência uma grave poluição ambiental. “Até o momento nenhuma medida
foi adotada pelo Poder Público no sentido de solucionar a ineficiência
do serviço de coleta e tratamento das águas pluviais da cidade, fazendo
persistir um grave problema ambiental”, diz o texto da ação.
A
Promotoria requer que seja apresentado, no prazo de 120 dias, pela
Município e pela Cagepa projeto técnico de engenharia com cronograma,
orçamento e planejamento referente à adequação técnica e reestruturação
de toda a rede de coleta de águas pluviais.
A ação requer ainda
que sejam realizadas fiscalizações para identificação e punição de
pessoas físicas ou jurídicas que liberem resíduos sólidos nas galerias
pluviais da cidade, com a retirada de todas as ligações clandestinas.
Também foi pedida a condenação do Município de João Pessoa e da Cagepa a
pagar indenização por danos morais coletivos a ser revertida ao Fundo
Estadual de Proteção ao Meio Ambiente (Fepama).
A ação civil pública tramita na 4ª Vara da Fazenda Pública de João Pessoa e, desde dezembro, aguarda decisão liminar do juiz.
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