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quarta-feira, 26 de março de 2014
Shopping: decisão é da Sudema
Decisão de liberar licenças para a construção do Shopping Intermares é da Sudema, diz Instituto Chico Mendes.
Alexsandra Tavares Krystine CarneiroConstrução do Shopping não causará nenhum impacto ao meio ambiente, diz diretor-comercial do Grupo Marquise
O Instituto Chico Mendes da Conservação da
Biodiversidade (ICMBio) informou ontem, por meio de sua assessoria, que a
decisão de liberar as licenças e, consequentemente, a obra do Shopping
Pátio Intermares, previsto para ser implantado no bairro de Intermares,
em Cabedelo, é da Superintendência de Administração do Meio Ambiente
(Sudema).
O empreendimento, que deveria estar pronto este ano, enfrenta
impasses e alguns obstáculos desde o seu lançamento em 2012. O mais
recente, agora, é na concessão da autorização para supressão da
vegetação (limpeza do terreno) solicitada à Sudema há 45 dias, e da
liberação da licença ambiental pedida também ao órgão estadual.
A diretora-superintendente da Sudema, Laura Farias, alega que o
terreno onde o shopping pretende se instalar fica próximo a uma Área de
Proteção Permanente (APP) regida por uma lei ligada ao Sistema Nacional
de Unidades de Conservação (SNUC), do Ministério do Meio Ambiente. De
acordo com a diretora, a legislação determina que qualquer
empreendimento distante até 3 mil metros da APP precisa do aval do
ICMBio, para que o órgão estadual dê a liberação para intervenções no
terreno, como a supressão vegetal.
O JORNAL DA PARAÍBA procurou o ICMBio e a informação
obtida, através de sua assessoria de comunicação, foi de que a decisão
para a liberação da autorização para a limpeza do terreno e da licença
ambiental fica a cargo da Sudema, e que o instituto está realizando
apenas um estudo da área solicitado pelo órgão estadual.
Em nota, o ICMBio esclarece que por meio da sua Coordenação Regional 6
está analisando “o processo que trata do licenciamento ambiental para a
construção de um shopping no bairro de Intermares, município de
Cabedelo, enviado pela Sudema. No momento, o referido processo
encontra-se sob análise da equipe técnica do instituto e logo que for
finalizada, dentro do prazo legal, o parecer será encaminhado para a
Sudema”.
O diretor-comercial do Grupo Marquise, Thiago Levy, afirmou que o
terreno onde será erguida a obra está a uma distância de 1.500 metros da
Mata da Amém, considerada uma área ambiental protegida, e que a
construção do Shopping Pátio não causará nenhum impacto ao meio
ambiente.
“Estamos respeitando a legislação brasileira ambiental. Neste terreno
onde pretendemos construir o shopping só existem pés de cajueiros e
vegetação rasteira. Eles submeteram nosso projeto ao ICMBio, mas a
Sudema tem autonomia para liberar ou não a obra”, enfocou.
De acordo com Sérgio Gonçalves, responsável pela área de shopping
center do Grupo Marquise, o Conselho Nacional do Meio Ambiente (Conama)
prevê que quando a floresta protegida não tem um ordenamento neste
sentido, precisa ter uma faixa de amortecimento. Quando ela não tem este
amortecimento tem de ser levado ao conhecimento da Conama qualquer
projeto que esteja a dois quilômetros (2 mil metros) de distância da
área verde protegida.
“Mas isso é registrado apenas para ciência da Conama. Já o Ibama pede
um recuo de 500 metros das margens do rio. Tudo isso será respeitado
pelo nosso projeto. Ou seja, não se estabelece o limite mínimo de
distância da APP, mas que seja avaliado até dois quilômetros para que
eles tomem ciência”, explicou.
Sérgio Gonçalves revelou ainda que recentemente a Sudema licenciou um
edifício em Cabedelo, enviando o projeto ao ICMBio, que por sua vez
apenas respondeu que estava ciente. “No nosso caso, a Sudema pediu que o
ICMBio desse contribuições, sugestões e solicitações de aspectos legais
para o termo de referência da Sudema. Quando, na verdade, a resolução
só pede que ela dê ciência ao órgão”.
Só depois de obter a autorização de supressão da vegetação, fase
inicial de limpeza da área, o Grupo Marquise poderá ter a Licença Prévia
e a Licença de Instalação. Após estes passos, são entregues todos os
projetos inerentes à construção do empreendimento, como o
hidrossanitário, e ao final é obtido o Alvará de Construção, expedido
pela Prefeitura de Cabedelo que é definitivo para o início das obras.
OAB-PB
Ontem, o Grupo Marquise protocolou junto à Ordem dos Advogados do
Brasil, seccional Paraíba (OAB-PB), um ofício de análise sobre a decisão
dos vereadores da Câmara Municipal de Cabedelo, que aprovaram uma lei
que ameaça a construção do shopping.
A lei, aprovada no dia 23 de dezembro e sancionada pelo prefeito Leto
Viana, proíbe a construção de shopping center e empreendimentos de
grande porte no município. “É possível que a OAB se pronuncie e diga se
isso é legal do ponto de vista constitucional”, afirmou Sérgio.
RECEITA DE R$ 600 MIL
O diretor comercial do Grupo Marquise, Thiago Levy, prevê o
shopping deverá faturar anualmente R$ 600 milhões, sendo R$ 70 milhões
em tributos para os cofres públicos.
Na estrutura, terá 2.400 vagas de estacionamentos, 200 lojas na
primeira fase, sendo 15 de lojas âncoras (mega lojas). O empreendimento
terá dois pisos e oito salas de cinemas.
"Nosso foco será o lazer e o mix de lojas e todo conceito de
construção e funcionamento do shopping é com a premissa da
sustentabilidade e preservação. O projeto prevê o máximo de utilização
de luz natural, sistema de automação de controle de emissão de gases,
uso de água de afluentes para maximizar o uso dos recursos naturais”,
afirmou Thiago Levy.
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