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sábado, 29 de março de 2014
Nordeste registra pior seca em 50 anos
Com a produção reduzida a 55.256 toneladas e o rebanho bovino mais afetado do Brasil, Paraíba soma os prejuízos da estiagem.
Alexsandra Tavares Francisco FrançaAçudes Coremas Mãe D'Água e Boqueirão estão com mais ou menos 30% de sua capacidade, diz Fetag
Apesar das chuvas das últimas semanas, o
Nordeste enfrenta a pior seca dos últimos 50 anos. Segundo o relatório
da Organização Mundial de Meteorologia (OMM), os prejuízos chegam a US$ 8
bilhões de dólares (R$ 18,5 bilhões).
A situação caótica fez o Brasil entrar no mapa mundial de eventos
climáticos extremos de 2013. Parte destas perdas são refletidas na
Paraíba, que produziu apenas 55.256 toneladas de grãos em 2013, quando a
safra normal seria de 300 mil toneladas.
O rebanho paraibano apresentou a maior baixa do país no efetivo
bovino (28,6%) entre os anos de 2012 e 2011, passando de 1,354 milhão de
cabeças para 967,067 mil. No mesmo período, a Paraíba também obteve
redução na produção de caprinos (-18,6%) e ovinos (-16,30%). O Nordeste
também registrou a maior queda (-4,5%) entre as regiões brasileiras.
Para se ter ideia do valor, o prejuízo na região Nordeste equivale a
mais de duas vezes o orçamento total do Estado de Alagoas para o ano de
2014, que foi fixado em R$ 8,3 bilhões.
O presidente da Federação dos Trabalhadores da Agricultura do Estado
da Paraíba (Fetag), Liberalino Ferreira, afirmou que a situação no
semiárido é preocupante, e as perdas do rebanho bovino atualmente chegam
a 60%.
Os animais que restam estão abaixo do peso de abate. “Há 15 dias
estava levando cana-de-açúcar e a casca do abacaxi para passar na
forrageira e alimentar os animais. Quem não pode fazer isso perde o
pouco que tem. Vivemos, em 2012 e 2013 as piores secas que eu
presenciei”, destacou Liberalino Ferreira.
O presidente da Fetag contou que visitou este ano 180 municípios
paraibanos e o que viu foi os maiores mananciais do Estado secos.
“Os açudes Coremas Mãe D'Água e Boqueirão estão com mais ou menos 30%
de sua capacidade. As chuvas que caíram este mês, chamadas de veranico,
estimularam os agricultores a plantar, mas há oito dias que não chove e
se continuar assim eles podem perder suas lavouras”, destacou.
Segundo Liberalino Ferreira, os grãos que o governo federal prometeu
aos nordestinos ainda não chegaram à Paraíba. Mas o Ministério da
Agricultura e Pecuária informou que várias ações estão sendo
implementadas para minimizar a situação do sertanejo.
Entre elas estão a Venda Balcão de milho disponibilizada aos
produtores situados na região amparada pela Superintendência de
Desenvolvimento do Nordeste (Sudene) até 30 de junho. Ao todo, serão
disponibilizados pelo programa até 490 mil toneladas de milho, com
limite de aquisição por beneficiário de até 3 toneladas ao mês e preço
de venda de R$ 18,12 por saca de 60 kg.
ESTIAGEM É A PIOR OCORRÊNCIA DO BRASIL
O mapa virtual elaborado com as piores ocorrências no planeta,
aponta que a seca é o único evento extremo no Brasil. Por conta da
estiagem, mais de 1.400 municípios decretaram emergência pela falta de
água e precisaram ser abastecidas por carros-pipa.
Segundo a pesquisa "Produção da Pecuária Municipal", do Instituto
Brasileiro de Geografia e Estatísticas (IBGE), a região perdeu 4 milhões
de animais em 2012. As chuvas de verão, porém, amenizaram a situação
da seca este ano.
"Pelo segundo ano consecutivo, a região Nordeste do Brasil
experimentou seca severa. A seca deste ano é considerada a pior dos
últimos 50 anos. O Planalto brasileiro, região central da América do
Sul, experimentou seu maior déficit de chuvas desde que os registros
começaram, em 1979", diz o estudo.
A OMM cita que o governo precisou intervir com a distribuição de água
e comida a sertanejos afetados. "O governo forneceu ajuda alimentar à
população afetada em cinco dos nove Estados do Nordeste. Fontes de
energia hidrelétrica foram ameaçadas, como barragens no Nordeste que
encerraram dezembro de 2012 com apenas 32% da capacidade, abaixo dos 34%
considerado suficiente para garantir o abastecimento de energia
elétrica", aponta o relatório.
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