domingo, 16 de março de 2014

Newton adverte classe Política para incorporar Coremas à Transposição

3/16/14 - 11:27 AM - Atualizado em 3/16/14 - 11:35 AM

Especialista lembra que projeto foi aprovado por vários Estados

O engenheiro agrônomo, Newton Marinho, estudioso em projetos hídricos no Estado e outras matérias envolvendo efeitos da estiagem continuada no Semi-árido, advertiu a classe política paraibana para que lutem visando incorporar recursos com objetivo de concretizar o projeto em execução pela Secretaria estadual de Recursos Hídricos incorporando o Complexo Coremas-Mãe d'Água ao Projeto da Transposição, via PAC.

Eis, na integra, a exposição com dados do experiente especialista no assunto:

“Súmula sobre a distribuição geográfica das águas da transposição no sertão da Paraíba.

O projeto da transposição, na sua fundamentação básica, foi concebido em primeiríssimo lugar para “garantir a segurança hídrica às populações e aos animais, assegurando ainda à região, uma oferta de água capaz de promover o seu progresso, através da indústria e outras atividades, independente dos efeitos negativos das estiagens”.

A irrigação ficaria condicionada aos estoques de água disponíveis nos reservatórios existentes na região, viabilizando a estes a possibilidade de recarga e caso de grandes estiagens, aproveitando a época de maior oferta no Rio São Francisco. Para isso os canais e demais equipamentos atualmente em execução, foram planejados dentro dessa possibilidade.

Comentário sobre a transposição no sertão da Paraíba:
As águas da transposição (eixo norte),chegarão ao semiárido da Paraíba pela região do Sertão de Cajazeiras, em seguida seguirão pela região de Sousa rumo ao Rio Grande do Norte via Rio Piranhas, unindo-se ao Rio Piancó no Município de Pombal, abaixo do seu perímetro urbano, banhando as sedes dos municípios de Paulista e São Bento, e, tangenciado toda a micro-região de Catolé do Rocha. Dessa forma, conclui-se que a região ao norte do sertão, terá vários pontos estratégicos para um efetivo atendimento hídrico, beneficiando mais de 8.500 km² das micro-regiões acima.

Por outro lado, a parte sul do sertão que compreende as regiões do Vale do Piancó, Vale do Espinharas, Vale do Sabugy e a parte urbana do município de Pombal, ficaram fora do projeto da transposição, ou seja: continuarão na dependência das inconstantes precipitações pluviométricas para o abastecimento humano e apoio ao progresso. A área das micro-regiões desassistidas é de aproximadamente 16.000km², compreendendo 39 municípios, portanto duas vezes mais extensa que a parte norte do sertão.

A população total chega a 380.000 habitantes,com destaque para as cidades de Conceição com 19.000 habitantes, Itaporanga com 24.000, Piancó com 16.000, Santa Luzia com 15.000, Pombal com 33.000 e Patos com 102.000 habitantes. Reafirmando o que já foi anteriormente dito, a oferta hídrica a esse contingente humano,fica condicionada as inconstâncias climáticas, na única dependência do complexo Coremas/Mãe D’água que além de não ir receber as águas do São Francisco, tem a obrigação legal de liberar uma vazão constante de 4m³/seg para o Rio Grande do Norte através do Rio Piranhas.

Com a não inclusão do complexo Coremas/Mãe D’água como receptor das águas da transposição, toda essa imensa região ficará fora dos objetivos básicos do programa acima descritos como (foi concebido em primeiríssimo lugar para garantir a segurança hídrica às populações e aos animais, assegurando ainda à região, uma oferta de água capaz de promover o seu progresso, através da indústria e outras atividades, independente dos efeitos negativos das estiagens).

Para superação desse inconveniente, a solução seria a defesa por parte da classe política do estado de uma entrada de água (tecnicamente viável) proveniente do eixo norte do projeto, à altura do município de Conceição, integrando o 4º maior reservatório do nordeste com seus 1,4 bilhão de m³ ao projeto da transposição.

Sua exclusão foi um erro gravíssimo de planejamento e um descuido inexplicável da classe política local.
Como ações objetivas visando a correção desse equívoco, já houve uma aprovação da nova entrada de água por parte do comitê gestor da obra, que é formado pelos quatro estados componentes e mais os ministérios afins como o da Integração, Meio Ambiente e outros.

O Estado da Paraíba através da Secretaria de Recursos Hídricos contratou o projeto que já se encontra em fase final, segundo informações do próprio secretario Dr. João Azevedo.

Entretanto os representantes políticos locais não vêm dando a devida importância ao problema. Levando-se em consideração por hipótese, que se não existissem outras cidades a serem beneficiadas pelo projeto, pela importância para o desenvolvimento do estado, bastaria apenas a cidade de Patos com seus 102.000 habitantes para justificar a ação.

Recomendações:
1- Pedir urgência ao estado na finalização e aprovação do projeto, para se ter uma idéia dos custos da obra;
2- Formalizar o pedido oficial de inclusão da obra no PAC;
3- Garantir os recursos orçamentários e,
4- Iniciar os tramites burocráticos, visando a licitação.

newton.coelho@bol.com.br 83 88641138
 
Da Redação
WSCOM Online


 

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