Entre 50% e
60% das 30 mil árvores adultas da zona urbana sofrem cortes desiguais
que prejudicam o crescimento e põem em risco a vida delas.
Givaldo Cavalcanti
Além dos números que apontam um déficit de
árvores em Campina Grande que chega a atingir a quantidade de 700 mil
unidades, outro problema ambiental que a cidade vem enfrentando nos
últimos anos são as podas irregulares que as plantas de grande porte
sofrem.
De acordo com o acompanhamento que a Superintendência do Meio Ambiente (Sudema) do município vem fazendo desde o ano 2000, entre 50% e 60% das 30 mil árvores adultas da zona urbana sofrem cortes desiguais que prejudicam o crescimento e põem em risco a vida delas.
Segundo apontou Roberto Almeida, coordenador da Sudema em Campina Grande, a utilização de técnicas que não respeitam as normas ambientais acabam maltratando as árvores, uma vez que muitas delas são reparadas de um lado, principalmente quando os galhos estão próximos à rede elétrica de abastecimento. “O que estamos vendo são podas que deixam as árvores pensas. Elas são cortadas só de um lado, quando deveriam ser reparadas em forma de V. E isso ocorre entre 50% e 60% das plantas”, confirmou.
Esse tipo de prática alertada pode causar além de graves acidentes com pessoas que residem em áreas próximas às árvores podadas incorretamente, até mesmo levar à morte da planta. Como acrescentou Roberto Almeida, a época de chuvas e ventos fortes é mais propícia para que acidentes desse tipo aconteçam, como foi registrado durante o período chuvoso de 2012, quando foram registradas quedas de árvores no Açude Novo, área central da cidade. “Além de gerar esses problemas de quedas e até morte das árvores, como acontece na época do inverno, é preciso ter atenção para as podas das raízes, que também não vem sendo feita de forma correta”, acrescentou.
A Secretaria de Serviços Urbanos e Meio Ambiente de Campina Grande, através de Denise de Sena, responsável pela área de projetos ambientais da pasta, afirmou que neste ano foi iniciado uma atividade de poda que respeitasse ainda mais as indicações ambientais para evitar danos às árvores. Segundo ela, a prefeitura tem feito um trabalho cuidadoso, contudo algumas empresas privadas que são autorizadas para também realizar esse tipo de corte, às vezes podem comprometer a estrutura da planta.
“Nós estamos fazendo um trabalho de verificação acerca das podas. Existe um técnico da secretaria que está exclusivamente voltado para um estudo minucioso sobre esse assunto. Iremos avançar para regularizar essa questão do corte irregular das árvores, assim como estamos fazendo sobre o que diz respeito ao plantio de mudas na cidade. Assim como a poda, o plantio de novas árvores faz parte do nosso projeto que pretende até o final do ano plantar até nove mil mudas no município. Tenho certeza que vamos avançar nesses dois aspectos para minimizar esse déficit ambiental que algumas pessoas apontam que Campina Grande tem”, completou Denise de Sena.
Nenhum comentário:
Postar um comentário