Moradores reclamam da forma como o Petcoke e armazenado e transportado se espalhando pelas ruas do bairro Renascer.
Jaine Alves
Moradores do município de Cabedelo, região metropolitana de João Pessoa, continuam sofrendo os prejuízos causados pelo coque de petróleo (Petcoke), mesmo depois de oito anos da aplicação do Termo de Ajustamento de Conduta (TAC) assinado pelo Ministério Público Federal (MPF), Superintendência de Administração do Meio Ambiente da Paraíba (Sudema-PB) e Companhia Docas da Paraíba. Preocupados com os problemas de saúde, principalmente respiratórios, alguns moradores já colocaram anuncio de venda nos imóveis. O MPF afirma que fiscalizações estão sendo feitas.
O TAC foi assinado entre as instituições visando contribuir para
viabilizar a gestão ambientalmente adequada do produto residual da
refinação do petróleo, coque de petróleo – Petcoke, no Porto de Cabedelo
e adjacências.
O Petcoke é um produto derivado da refinação do petróleo e, por
assemelhar-se a uma poeira preta, quando transportada inadequadamente,
se espalha com facilidade pelas ruas do bairro Renascer, com destaque à
rua que dá acesso ao Terminal de Combustíveis da Paraíba (Tecop),
situado na Praia do Jacaré. A população se questiona se o TAC está sendo
cumprido por parte da empresa, pois a situação continua preocupante,
como relatou o funcionário público Luciano Teixeira, 36 anos, que resina
na via de transporte do produto.
“Sabemos que o petcoke gera economia para o município, mas pela forma
que é armazenado e transportado (em caminhões) acaba gerando doenças
respiratórias, além disso, acreditamos que ele é uma substância
cancerígena”, declarou o morador ao afirmar que a esposa teve alergia
respiratória por seis meses, logo que foram morar no local. Luciano
também mostrou-se preocupado com a poluição ambiental.
Para tentar amenizar a poeira preta que invade as casas, a empresa
Tecop contratou um caminhão-pipa para regar duas vezes por dia o trajeto
feito pelos caminhões que transportam o Petcoke, mas a população
reclama. “Isso não adianta nada”, afirmou uma moradora que preferiu não
se identificar.
Através da assessoria de comunicação, o procurador da República
Werton Magalhães Costa responsável pelo caso, disse que o MPF tem feito,
sim, a fiscalização do TAC, apesar das dificuldades de realizá-lo. No
entanto, ressaltou que só poderia dar mais informações na próxima
segunda-feira, pois está trabalhando em procedimentos com prazos que
precisam ser cumpridos.
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