Segundo a
Agência Executiva de Gestão de Águas (Aesa) choveu 76,4% a mais que a
média para junho, e mais chuvas estão previstas.
Nathielle Ferreira
Uma pessoa morta, 1.050 desabrigadas, quatro deslizamentos de barreiras, seis acidentes de trânsito, quedas de árvores e alagamentos em diversos pontos na Região Metropolitana de João Pessoa. Este foi o saldo de 24 horas de chuvas (das 9h de quarta-feira até as 9h de ontem) e um volume pluviométrico de 151,6 milímetros (mm) somente na capital, conforme a Agência Executiva de Gestão de Águas do Estado da Paraíba (Aesa).
Ainda de acordo com a Aesa, este mês já choveu na cidade 532,3 mm, o
que corresponde a 76,4% a mais do que a média histórica para junho. A
previsão para as próximas 24 horas é de chuvas intercaladas com períodos
de estiagem, devendo chover mais durante a noite e madrugada.
Em Pitimbu, no Litoral Sul, a 64 quilômetros de João Pessoa, as
precipitações também foram fortes e causaram a morte de um pescador de
36 anos. Segundo a secretária municipal do Meio Ambiente, Maria da Penha
Menezes, o homem morava sozinho e dormia quando a casa desabou.
Moradores acionaram policiais, mas a vítima já estava sem vida, quando
foi resgatada dos escombros.
“Em Pitimbu, as chuvas causaram alagamentos e aumentou o risco de
desabamentos em vários trechos. Equipes da Secretaria de Infraestrutura
já estão monitorando as áreas. Pedimos ajuda também às equipes da Defesa
Civil e do Corpo de Bombeiros para evitar novas tragédias”, disse a
secretária.
Em João Pessoa, as chuvas deixaram a situação crítica. Houve
alagamentos na maioria das 31 áreas de risco na cidade, situadas em
regiões próximas a encostas e rios. Em quatro pontos da cidade houve
deslizamentos de barreira. O mais grave ocorreu por volta das 8h, na
BR-230, nas proximidades do bairro do Castelo Branco, onde parte de uma
barreira despencou e soterrou duas motos e arrastou um carro - que
transitavam no local no momento do incidente.
Os três ocupantes dos veículos sofreram escoriações e foram
socorridos por equipes do Corpo de Bombeiros e do Serviço de Atendimento
Móvel de Urgência (Samu). Um deles, Pedro Pedrosa de Oliveira, 28 anos,
foi levado para o Hospital de Emergência e Trauma, passou por exames e
recebeu alta hospitalar por volta das 9h44 de ontem - segundo a
assessoria de imprensa da instituição.
Com o impacto do desmoronamento, o carro foi lançado para outra faixa
da rodovia e ficou com os pneus para cima. Ainda assustada, a condutora
do veículo, Ana de Lourdes, disse que, por pouco, não foi soterrada.
“Eu percebi que a barreira estava caindo, mas não conseguia acelerar,
porque estava lado a lado com um motoqueiro. Eu só senti quando o carro
começou a virar.
Graças a Deus, que as perdas foram apenas materiais”, disse.
A Polícia Rodoviária Federal interditou o tráfego no local. O fluxo
de carros só será liberado após a remoção da terra espalhada na pista e
uma vistoria do Departamento Nacional de Infraestrutura do Trânsito
(DNIT).
Os outros deslizamentos ocorreram, quase ao mesmo tempo, na
comunidade do Timbó, Bancários; no bairro do Alto do Mateus e na avenida
14 de Julho, no Rangel. Não houve vítimas.
Além de deslizamentos de terra, a chuva causou alagamentos.
Segundo o coordenador da Defesa Civil de João Pessoa, Noé Estrela, as
áreas mais atingidas foram o bairro São José (Manaíra) e as comunidades
Tito Silva, São Rafael (ambas no Castelo Branco), Padre Hildon Bandeira
(Torre) e Timbó (Bancários).
As famílias prejudicadas pelas chuvas nestas localidades estão
alocadas temporariamente em escolas públicas, na capital, conforme Noé.
“Recebemos muitas ligações ontem, mas não foi possível fazer um
levantamento dos chamados porque a equipe estava nas ruas atendendo às
ocorrências”, completou. (Colaborou Camila Alves)
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